Imagem da matéria: GAS Consultoria procurou a polícia por golpe de R$ 6 milhões antes da prisão de Glaidson mas desistiu do inquérito
Glaidson, com o Rei do Bitcoin e a esposa Mirelis Yoseline Diaz Zerpa (Foto: Divulgação)

A GAS Consultoria, empresa investigada por pirâmide financeira, procurou a polícia em abril deste ano por suspeita de ter sofrido um golpe de quase R$ 6 milhões. Na ocasião, a empresa disse que ocorreram várias transferências de dinheiro a partir do Banco do Brasil, cujo autor teria usado uma procuração falsa em nome de Glaidson dos Santos, dono da G.A.S.

No entanto, dias depois, quando foi procurada pela Delegacia de Defraudações (DDEF), a empresa desistiu de prosseguir com o inquérito e alegou que havia ocorrido um mal entendido. Segundo o jornal Extra, um advogado da empresa disse que tudo não havia passado de um grande mal-entendido, e que a situação já tinha sido solucionada junto ao BB.

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De acordo com o relato fornecido à DDEF, relata o Extra, foram detectadas, na ocasião, 40 transferências indevidas a partir de contas-corrente do grupo, que totalizavam R$ 5,96 milhões. Contudo, com a mudança de versão, o caso acabou sendo encerrado. Cerca de quatro meses depois, Glaidson e demais suspeitos de prática de pirâmide foram presos.

No último dia 5, uma reportagem da Globo revelou que a maior parte do dinheiro investido pelas vítimas em um esquema de criptomoedas ia para contas pessoais de Glaidson, de acordo com o relatório final da investigação da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro, da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

GAS Consultoria sofre derrota na Justiça 

Desde a prisão de Glaison, os advogados de defesa já pediram sua soltura duas vezes: uma no início deste mês, outra na metade. Nas duas tentativas, mediante negação do Tribunal Regional Federal e Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, a defesa disse que iria recorrer. Em última nota, escreveu: “A G.A.S Consultoria tem certeza de que a verdade e a justiça sempre prevalecerão e não medirá esforços para que o CEO da empresa consiga recuperar seu direito à liberdade.”

Na semana passada, o Ministério Público Federal anunciou que autorizou a venda imediata de R$ 150 milhões em bitcoin apreendidas de Glaidson. No mesmo dia, a GAS Consultoria disse em nota que foi alvo de uma ordem judicial que congelou R$ 38 bilhões em suas contas. 

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A empresa pediu então que a Justiça desbloqueasse um valor que evite que ocorram atrasos nos pagamentos de seus clientes, o que, segundo ela, “não decorre de sua vontade ou responsabilidade”.

No entanto, os atrasos já vêm ocorrendo na plataforma e diversos investidores começaram a cobrar os consultores em busca de respostas — e do dinheiro prometido. Muitos temem nunca mais receber o valor investido.

Fraude bilionária

Glaidson criou o ‘fantástico investimento sem risco’. É como uma caixa mágica na qual você apenas coloca o dinheiro, nunca perde e ainda ganha 10% fixo todo mês. Durante a operação Kryptos da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, descobriu-se que ele escondia em sua casa várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias, e 591 bitcoins que agora serão convertidos em reais.

Glaidson e demais acusados podem responder por crime contra o Sistema Financeiro Nacional, lavagem de capitais e organização criminosa. A polícia do Rio investiga também outras empresas de Cabo Frio, cidade onde fica a sede da GAS, que oferecem investimentos suspeitos.

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