Uma gamer acusada de burlar as regras do Garena Free Fire foi bloqueada pelo jogo que envolve uso de moedas virtuais do próprio game para compra de utensílios para o “char” (personagem) do jogador. O caso que seria apenas sobre um jogo online acabou na Justiça, mostrando que o mundo virtual termina gerando impacto na vida real.
Apesar de ainda não haver decisão de mérito sobre a causa, a briga por uma decisão liminar já foi parar no Tribunal de Justiça. A empresa de jogos depois de ser condenada pela 29ª Vara Cível de Goiânia a pagar R$ 500 por dia em multa caso não desbloqueasse a gamer resolveu recorrer mas não obteve sucesso, uma vez que o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Gilberto Marques Filho, manteve a decisão.
Segundo a empresa Garena Agenciamento de Negócios Ltda, a gamer usou o subterfúgio denominado hack para obtenção de vantagem no jogo. Por meio desse chamado “Hack”, o jogador usa um programa pelo qual pode aumentar a vida do personagem, melhorar armamento sem que haja a necessidade de se fazer nada além do que “enganar o sistema”.
Moedas virtuais em jogo
Esse tipo de conduta, porém, é proibido pela Garena. No site da empresa de jogos está clara essa regra e o resultado para quem viola é justamente ser banido do Free Fire. A gamer que hoje briga na Justiça para ter seu perfil desbloqueado e voltar a jogar, foi denunciada por três jogadores e o próprio sistema de segurança da Garena, segundo consta nos autos, que detectou seis vezes essa violação ao jogo.
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O Free Fire consiste num jogo de ação em terceira pessoa, ou seja, o jogador enxerga esse personagem assim como ocorre com jogos como GTA (Grand Theft Auto). A diferença é que no jogo do Garena, que pode ser baixado para celular, a pessoa ganha moedas virtuais para serem usadas no jogo quando completa uma fase ou quando há evolução do personagem.
Apenas o “ouro” pode ser adquirido dessa forma. O jogo, porém, ainda conta com outras três moedas virtuais: Diamante, Cubo Mágico e Fragmentos de Memória. Desses três, o principal é o diamante. Com ele se consegue tudo no jogo, mas para isso é necessário a pessoa gastar dinheiro real no Free Fire.
Não há a informação no processo se a gamer chegou a burlar algum código para conseguir diamante. No entanto, há depender do que ela tenha conseguido com o hackeamento, o produto do jogo poderia ser até mesmo negociado em market places como Z2U ou G2G.
Caso na Justiça
Ao se deparar com o caso do bloqueio da jogadora de Free Fire, o juiz Pedro Silva Corrêa, da 29ª Vara Cível de Goiânia, entendeu que a empresa de games deveria liberar o acesso da gamer sob penas de pagamento de multa diária de R$ 500. Essa decisão, porém, não era de mérito. Ela apenas assegurava o direito da jogadora continuar a usar aplicativo enquanto se discute a causa.
A Garena resolveu levar a discussão ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) para derrubar a liminar. A empresa não conseguiu o que buscava. O desembargador Gilberto Marques Filho decidiu que a gamer deve continuar a ter acesso ao jogo. Sobre a multa, Filho afirmou que não havia mais o porquê de discutir sobre ela, uma vez que a Garena cumpriu a determinação do juiz da 29ª Vara Cível de Goiânia para desbloquear o acesso ao Free Fire.