Equipes de desenvolvimento ao redor do mundo estão trabalhando bastante no Ethereum 2.0, a rede proof of stake (PoS) que está sendo criada para tornar as transações de Ethereum mais rápidas, baratas e menos dependentes de energia elétrica.
Enquanto o ETH 2.0 ainda não está pronto, sua primeira grande rede de testes está fornecendo ao público um vislumbre de como a blockchain passará a funcionar em breve.
O desenvolvedor Tim Beiko, que coordena os desenvolvedores principais do Ethereum, anunciou a rede de testes Kintsugi na segunda-feira (20) no blog da Fundação Ethereum.
Kintsugi é uma palavra em japonês que significa o uso de ouro para consertar objetos quebrados sem tentar esconder o dano; a palavra desperta um sentimento de transparência sobre o histórico de algo.
“Consertando” a rede Ethereum
Embora o atual estado do Ethereum não seja de quebra, não dá para negar que a rede se tornou uma vítima do próprio sucesso.
Após ser pioneira nas aplicações de finanças fescentralizadas (DeFi), tokens não fungíveis (NFTs) e até mesmo jogos desenvolvidos em blockchain, o custo das transações na rede estão assustando muitos usuários.
A conversão de ativos de ponto a ponto ou lances a colecionáveis digitais na blockchain exige parte da energia da rede. Para aumentar a velocidade das transações, pessoas devem pagar taxas mais altas ou esperar até que haja menos atividade no ecossistema.
O Ethereum 2.0 soluciona isso. Migra a rede de um sistema proof of work (PoW), como o do Bitcoin, que possui mineradores para validar transações, para um sistema proof of stake que permite que pessoas garantam a segurança da rede ao bloquear parte de seu ether no protocolo.
Embora tanto mineradores como stakers recebam recompensas, o sistema PoS do Ethereum também escala o espaço disponível na rede.
Desenvolvedores já tiveram progresso no caminho em direção ao Ethereum 2.0.
A Fase Zero da atualização foi lançada em dezembro de 2020, com o lançamento da Beacon Chain que, no futuro, será usada para unir a rede atual (PoW) e a rede nova (PoS). Bilhões de dólares em ether já estão em staking na nova rede.
Em preparação para a grande fusão, desenvolvedores apresentaram quatro redes de teste de curta duração, criadas para simular como a rede irá funcionar quando migrar para o proof of stake.
No entanto, Kintsugi está aqui para ficar e foi criada não apenas para os informados desenvolvedores usarem, mas para todos os membros da comunidade.
“Apesar de o desenvolvimento de clientes e da UX [experiência de usuário] continuarem sendo refinados, encorajamos a comunidade a começar a usar Kintsugi para se familiarizar com o Ethereum em um contexto pós-fusão”, explicou Beiko.
A maioria espera que as coisas estejam em boas condições para tornar o “#testingthemerge” (ou “testando a fusão”) em um processo rápido para que outras redes de testes (como Görli e Rinkeby) possam ser usadas para simular a transição.
“Quando [as redes de testes] forem atualizadas e estiverem estáveis, o próximo passo será a transição da Ethereum para o proof of stake”, escreveu Beiko.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.