No mesmo ano em que ele gastou centenas de milhões socorrendo empresas de criptomoedas em apuros e teve seu rosto estampado em cartazes, o CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, ainda afirma que a LedgerX — agora renomeada como FTX US Derivatives — ainda comanda a maior parte de sua atenção.
A corretora cripto finalizou sua aquisição da Ledger Holding, empresa-mãe da LedgerX que possui registro na Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC), por uma quantia não divulgada em outubro de 2021.
Nessa negociação, a empresa obteve uma plataforma que poderia disponibilizar derivativos de bitcoin (BTC) e ether (ETH) a seus clientes americanos.
“Continuo achando que foi uma das coisas mais importantes que fizemos, foi algo superpositivo e provavelmente continua sendo a única coisa na qual eu estou prestando mais atenção neste momento”, disse Bankman-Fried no mais recente episódio do podcast “gm” do Decrypt.
“Acredito que seja bem importante para o futuro do ecossistema, e para nossa empresa, que possamos levar o mesmo nível de liquidez e acesso de mercado aos Estados Unidos que as pessoas têm internacionalmente.”
Um derivativo é um acordo contratual de compra ou venda de um ativo com base nos preços futuros.
Embora a Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (SEC) continue tendo dificuldade para classificar quais criptoativos são valores mobiliários, a CFTC permitiu que diversas empresas — do setor cripto e grandes nomes das finanças tradicionais — oferecessem derivativos cripto a traders.
Após o acordo ter sido anunciado em agosto de 2021, Bankman-Fried tuitou que era “um dos anúncios mais empolgantes que já fizemos”.
Quando ele conversou com o Decrypt em dezembro, disse que ainda estava extremamente focado em impulsionar derivativos para clientes americanos da FTX. Mesmo agora, segundo ele, “ainda é o maior pedido de nossos clientes há muito tempo”.
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Os avanços da FTX nos EUA
A FTX foi fundada em 2019 como uma corretora de derivativos antes de expandir suas ofertas para incluir tokens não fungíveis (NFT), cartões de crédito e débito, processamento de pagamentos e negociação de mercado de balcão (OTC).
Assim como sua adversária Binance, a FTX possui uma empresa distinta, a FTX US, para atender seus clientes americanos.
Isso significa que, para oferecer mais de seu conjunto de produtos nos EUA, a empresa teria que obter as licenças necessárias. A FTX não é a única empresa a solicitar licenças da CFTC via aquisições.
Em junho, a Coinbase lançou nanofuturos de bitcoin em sua plataforma Coinbase Derivatives Exchange (anteriormente conhecida como FairX antes de a Coinbase adquiri-la). Esse é um pequeno passado para oferecer derivativos diretamente de seu próprio aplicativo.
Até que a Coinbase obtenha a sua própria aprovação para sua licença para operar como uma comerciante de futuros, os futuros BIT da Coinbase estarão disponíveis em plataformas de terceiros.
Em 2021, a Crypto.com, de Singapura, pagou US$ 216 milhões para adquirir a North American Derivatives Exchange (Nadex) e a Small Exchange do IG Group.
A ideia era dar acesso aos clientes americanos da Crypto.com a produtos derivativos mas, por enquanto, os Estados Unidos ainda estão com um bloqueio geográfico na lista de restrições para a negociação de derivativos da empresa.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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