Imagem da matéria: Conheça a importância do protocolo Aave para os empréstimos DeFi
(Foto: Shutterstock)

Aave é um protocolo de Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na abreviatura em inglês) que permite que pessoas concedam e tomem empréstimos com criptomoedas e ativos do mundo real (ou RWAs) sem precisarem de um intermediário centralizado. Quando emprestam, ganham juros. Quando tomam emprestado, pagam juros.

Aave foi inicialmente desenvolvido na rede Ethereum, ou seja, todos os tokens da rede também usam a blockchain do Ethereum para processar transações — conhecidos como tokens padrão ERC-20. Desde então, Aave se expandiu para outras blockchains, incluindo Avalanche, Fantom e Harmony.

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O protocolo usa uma organização autônoma descentralizada (ou DAO). Isso significa que é operado e governado pelas pessoas que possuem — e votam — com os tokens AAVE.

Como fazer um empréstimo no Aave?

Tradicionalmente, para tomar um empréstimo, você precisa ir até um banco ou outra instituição financeira com bastante dinheiro líquido. O banco pedirá por garantias — no caso de um empréstimo para a compra de carro, a garantia seria o próprio carro — em troca do empréstimo.

Na sequência, o valor principal é pago ao banco mensalmente, junto com juros.

No setor DeFi é diferente. Não existe banco. Em vez disso, contratos autônomos — códigos de computador que automatizam transações, como o encerramento automático de uma posição se o preço de um token atingir um certo limite — fazem o trabalho difícil.

DeFi remove os intermediários da negociação de contas, contratos futuros e contas-poupança.

Na prática, isso significa que é possível obter um empréstimo — com criptomoedas — de pessoas em vez de instituições financeiras. Porém, você ainda precisa apresentar garantias. Em um sistema DeFi que tenta ser livre de moedas “fiat” (ou fiduciárias), tais garantias são outros tokens cripto.

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Já que o preço de criptomoedas é volátil, muitas plataformas DeFi demandam uma “sobregarantia”. Assim, para obter um empréstimo de US$ 500 no Aave, você precisa apresentar mais do que essa quantia em uma criptomoeda diferente.

Se o preço despencar que a quantia da garantia não cobrir mais a quantia que você pegou emprestado, sua garantia pode ser liquidada, ou seja, o protocolo usa o seu dinheiro para cobrir o custo de seu empréstimo.

Atualmente, o Aave tem “pools” de liquidez — uma coleção de tokens bloqueados em um contrato — para 30 ativos desenvolvidos no Ethereum, incluindo as stablecoins tether (USDT), dai (DAI), usd coin (USDC) e gemini dollar (GUSD). Outros mercados incluem avalanche (AVAX), fantom (FTM), harmony (ONE) e polygon (MATIC), dentre outros.

Aave também fornece pools para ativos do mundo real, como imóveis, notas fiscais de carregamentos e frete e adiantamento de pagamentos. Em tais pools, uma empresa parceira chamada Centrifuge ajuda empresas físicas a tokenizarem aspectos de suas operações.

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Quando tokenizados, investidores podem adquirir esses tokens (ou mantê-los como garantia), assim como títulos governamentais, e obter um retorno sobre suas alocações. Além disso, esses ativos podem ser usados como garantia para empresas do mundo real na tomada de empréstimo de dinheiro físico.

Por que tomar criptomoedas emprestado? 

Apesar de fazer mais sentido comprar ou vender criptomoedas, tomá-las emprestado pode ser algo prático em alguns momentos. Um dos exemplos mais óbvios é a arbitragem. Se você vir um token sendo negociado a taxas diferentes em corretoras diferentes, é possível ganhar dinheiro ao comprá-lo em um lugar e vendê-lo em outro.

Porém, já que as diferenças tendem a ser pequenas após levar as taxas de transação e os “spreads” — as diferenças entre o preço de oferta e de demanda — em consideração, seria necessário ter uma grande quantidade da criptomoeda para gerar um lucro decente.

É aí que entram os “empréstimos-relâmpago” do Aave. O protocolo foi o pioneiro no uso desses empréstimos, em que pessoas tomam uma criptomoeda emprestado sem a necessidade de apresentar garantias, a utilizam para comprar um ativo, vendem esse ativo, devolvem a quantia original na mesma transação e geram lucro.

Como funcionam pools de liquidez

Nos primórdios do setor DeFi, se você quisesse tomar um ativo emprestado, você teria que encontrar alguém na plataforma que o emprestasse para você — e ambos deveriam concordar tanto com o preço como com os termos.

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Desde então, as coisas evoluíram.

Aave pula todo o processo de empréstimo ponto a ponto e opta pelo equivalente ao empréstimo “pool a ponto”.

Funciona da seguinte forma: Usuários depositam ativos digitais em “pools de liquidez”. Tornam-se fundos que o protocolo pode emprestar. Qualquer um que depositar seus tokens em um pool e “fornecer liquidez” recebe novos aTokens” — o “a” se refere a “Aave”. Então, se você depositar DAI no pool de liquidez, você receberá aDAI de volta.

Como um holder de aToken, você receberá uma parte dos empréstimos-relâmpago da plataforma, além de juros por esses aTokens. Se você depositar tokens em um pool que já possui um superávit de liquidez, você não ganhará muitos tokens. Porém, se você depositar tokens no protocolo que possui pouca liquidez, você ganhará bem mais.

O mesmo é válido para recebedores — as taxas de juros variam com base no ativo que você está tomando emprestado.

Em março de 2022, o Aave lançou a terceira versão de seu protocolo, que inclui um recurso chamado Portal. Portal permite que Aave opere de forma ininterrupta entre todas as blockchains. Assim, ao usar Aave, agora é possível participar de protocolos de concessão e tomada de empréstimos em blockchains, como Solana ou Avalanche.

 

Por que nem todo mundo realiza empréstimos?

Existem alguns motivos.

Primeiro, é preciso transferir criptomoedas ao Aave para começar a usar a plataforma. Não é possível comprá-las via cartão de crédito ou débito. Já que os custos de transação do Ethereum são altos, algumas pessoas hesitam em movimentar pequenas quantias.

Segundo, existe um elemento de risco e as liquidações são uma parte fundamental de como Aave lida com a dívida e garante que pessoas ainda consigam obter empréstimos. Se ainda não existir liquidez suficiente após a garantia ser liquidada, Aave possui uma segurança contra falhas chamada “Safety Modyle”.

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Dentro desse pool estão tokens AAVE que usuários depositaram. Se tudo estiver bem, recebem mais AAVE como compensação. Se o sistema precisar de uma injeção de capital, irá liquidar os tokens AAVE.

Para que serve o token AAVE?

Tokens AAVE são usados para governar o protocolo Aave. Holders desses tokens podem votar no futuro do Aave e em como gerenciar os fundos do protocolo. Cada token AAVE é equivalente a um voto.

Usuários também podem usar tokens AAVE como garantia, aumentando seus limites de tomada de empréstimo. Aqueles que tomarem AAVE emprestado também podem evitar as taxas de empréstimo e obter um desconto pelas taxas se usarem AAVE como garantia.

Já que o token AAVE está ligado ao protocolo Aave, o token é um dos maiores criptoativos do setor DeFi em termos de capitalização de mercado.

O token AAVE pode ser negociado ou adquirido em diversas corretoras de criptomoedas, como Binance e Huobi Global.

Curiosidades

Antes de se chamar Aave, o produto era conhecido como ETHLend. Ambos foram desenvolvidos por uma equipe liderada por Stani Kulechov, um estudante finlandês de Direito.

O token do ETHLend se chamava LEND. Após a reformulação, holders de LEND não poderiam votar no futuro do Aave. Portanto, uma proposta foi aprovada para permitir que 100 tokens LEND fossem trocados por um novo token AAVE.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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