Imagem da matéria: Depois de Cardano e Solana, Fantom é o novo blockchain a desafiar o Ethereum
(Foto: Shutterstock)

Se você usar um protocolo do Ethereum em um dia bastante movimentado, com certeza irá reclamar das taxas que podem facilmente ultrapassar o valor de sua negociação caso você esteja convertendo uma criptomoeda que não vale mais do que uns trocados em sua carteira.

Mas existe ajuda disponível na forma de blockchains alternativas de primeira camada, como Solana, Avalanche e o assunto deste artigo: Fantom.

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Fantom é uma blockchain compatível com contratos autônomos e que é movida por FTM, seu token nativo. Após uma arrecadação de US$ 40 milhões, Fantom lançou sua rede principal em dezembro de 2019.

Sua blockchain é rápida e barata e, em 2021, provou que pode fornecer suporte à sua própria indústria de Finanças Descentralizadas (DeFi).

O preço do FTM subiu em US$ 0,17, em julho de 2021 para altas de US$ 3,32 em janeiro de 2022 — sugerindo que existe um apetite por alternativas ao Ethereum.

Como Fantom funciona?

A blockchain Fantom parcialmente atinge sua velocidade por meio de gráficos acíclicos direcionados (ou DAGs), em que históricos de transações em blockchain são mostrados como um “hashgraph” (um gráfico de hashes — série aleatória de caracteres alfanuméricos — de blockchain).

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É similar à tecnologia que move a rede Hedera Hashgraph.

Outra inovação o mecanismo de consenso “sem líder” (ou “leaderless”) da Fantom, chamado de Lachesis. O mecanismo é uma variante do proof of stake (ou PoS), chamado de tolerância assíncrona a falhas bizantinas (ou aBFT).

A vantagem é que pode operar sem problemas mesmo se um terço dos dados transacionados for fraudulento.

Isso significa que nodes da blockchain Fantom podem validar transações de forma independente (a parte “assíncrona” do aBFT) sem ter de lidar com uma fila de transações.

Embora possa demorar vários minutos para processar uma transação no Ethereum e no Bitcoin, transações levam apenas dois segundos no Fantom.

Diferentemente de Solana, Fantom é compatível com a Ethereum Virtual Machine (ou EVM), assim como Avalanche, Binance Smart Chain (ou BSC) e Polygon.

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Facilita a migração de aplicações descentralizadas (ou dapps) desenvolvidas no Ethereum para o Fantom.

Para este fim, o FTM está disponível como um token ERC-20 e um token BEP-20, ou seja, existe uma versão de seu token nativo que está em conformidade com os padrões de token do Ethereum e da BNB Chain.

O que tem de tão especial no Fantom?

O sucesso de Fantom pode ser melhor compreendido no contexto das chamadas “guerras de primeira camada”.

O Ethereum é lento e caro de usar e continuará assim (considerando que a quantidade de atividade da rede continue a mesma) até que atualizações ao protocolo forem implementadas. Isso pode levar alguns anos.

É tempo demais para pessoas que querem utilizar protocolos DeFi ao máximo atualmente, mas consideram apps DeFi nativos do Ethereum caros demais.

Alguns desenvolvedores, como os responsáveis por Loopring, Arbitrum e Optimism, decidiram criar soluções de primeira e segunda camada para acelerar a experiência do Ethereum sem abrir mão da segurança da rede.

Outras blockchains decidiram substituir Ethereum completamente (o Ethereum é conhecido como a camada base, primeira camada ou “L1”).

Solana, Avalanche, Polkadot, Terra (tecnicamente, uma blockchain de aplicações do Cosmos) e Fantom são as líderes dessa corrida, apesar de todas as suas moedas nativas terem despencado bastante desde suas altas recordes.

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Dentre esses protocolos de primeira camada, LUNA, a moeda do Terra, é a maior, com uma capitalização de mercado de US$ 29 bilhões, seguida de Solana, com uma capitalização de US$ 26 bilhões. FTM está mais distante, com US$ 3,4 bilhões.

Cada uma dessas blockchains é lar de sua própria indústria DeFi. Segundo dados do DeFi Llama, o mercado DeFi do Terra é o maior após o Ethereum.

Atualmente, o Ethereum tem quase US$ 117 bilhões de valor total bloqueado (ou TVL) e Terra tem US$ 25,3 bilhões. Fantom, em sexto lugar, possui US$ 6,7 bilhões, perdendo para Solana, em quinto lugar, com US$ 7 bilhões.

Quais serviços são desenvolvidos na Fantom?

Fantom Finance

Permite a emissão de ativos sintéticos, staking de liquidez, tomada e concessão descentralizadas de empréstimos.

SpookySwap

Um formador automatizado de mercado (ou AMM) descentralizado. É como um Uniswap, mas no Fantom. Seu token, para combinar com o nome “spooky” (“assustador”, em português), possui o código negociação “BOO”.

Multichain

Um protocolo de roteamento entre blockchains.

Solidly

Uma corretora descentralizada (ou DEX) com pouco “slippage” (diferença entre o preço esperado e o preço verdadeiro). Solidly foi criada por Andre Cronje, o criador do protocolo Yearn Finance (YFI).

É operada com um modelo “(3,3)”, assim como a OlympusDAO. “(3,3)” é uma situação da teoria de jogos em que participantes sabem do cenário mais benéfico para todos e ou ganham juntos ou perdem juntos.

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Assim, na OlympusDAO, “(3,3)” representa a escolha de colocar tokens OHM em staking, obtendo recompensas de ajuste de base e removendo a oferta de tokens do mercado, beneficiando a próprio staker e a holders de OHM.

Geist Finance

Um protocolo descentralizado de empréstimos.

Onde comprar Fantom (FTM)?

É possível comprar Fantom em uma corretora descentralizada ou centralizada. Segundo o CoinMarketCap, os maiores mercados do token FTM são Binance, Kucoin e FTX.

O FTM é compatível com “bridges” (ou “pontes”) entre blockchains, como Wormhole e Multichain e, por ser emitido como um token ERC-20 ou BEP-20, é possível negociá-lo na Uniswap do Ethereum e no PancakeSwap da BNB Chain.

O futuro do FTM será determinado pela blockchain vencedora das “guerras de primeira camada”. Agora, o Ethereum está perdendo espaço para suas adversárias e emergentes blockchains de primeira camada, como Solana, Fantom e Avalanche.

O tempo dirá se a indústria cripto vira um mercado em que “o vencedor leva tudo” (em que uma única blockchain domina tudo) ou se cripto irá aproveitar de um futuro multichains, em que blockchains serão específicas para qualquer aplicação.

Dito isso, é importante destacar que a capitalização de mercado do FTM é sete vezes menor que a de SOL — talvez, a vencedora já tenha sido escolhida.

Neste mês, Fantom foi um dos inúmeros projetos DeFi a serem afetados pela decisão dos desenvolvedores Andre Cronje e Anton Nell de deixarem o setor DeFi.

Cronje atuou como presidente do Conselho de Tecnologia da Fantom Foundation entre 2018 e 2019, bem como conselheiro técnico do projeto a partir de 2018. Já Nell era o arquiteto sênior de soluções na Fantom Foundation.

Conforme o preço do FTM despencou drasticamente após seu anúncio, a Fantom Foundation emiti uma declaração, destacando que nenhum dos dois eram “desenvolvedores principais” do Fantom e que o desenvolvimento tecnológico do projeto “continua normalmente”.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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