Nesta quinta-feira (9), a corretora de criptomoedas Coinbase anunciou que clientes em mais de 70 países poderão obter rendimentos com seus investimentos cripto por meio do mundo das Finanças Descentralizadas (ou DeFi, na sigla em inglês).
“Estamos tornando DeFi mais acessíveis, permitindo que clientes qualificados em mais de 70 países acessem rendimentos atrativos de empréstimos DeFi sobre sua DAI sem taxas, bloqueios ou incômodos de configuração”, afirmou a corretora.
Tornando DeFi mais acessíveis
No cerne dessa decisão está o desejo da Coinbase em tornar DeFi “mais favoráveis e acessíveis a clientes”.
Usando a stablecoin DAI, clientes podem optar por receber rendimentos DeFi. As alocações em DAI de clientes serão depositados no Compound Finance, descrito pela Coinbase como um protocolo DeFi “líder da indústria”. No entanto, os juros sobre a stablecoin variam.
Por exemplo, em outubro, as taxas da Compound para DAI oscilaram entre 2,8% e 5,3%. “As taxas mais altas refletem tanto o acesso único à liquidez global como o crescente risco que vem com DeFi”, explicou a corretora.
Apesar desse risco, a Coinbase continua otimista sobre a promessa das DeFi. “DeFi possuem um enorme potencial de ajudar a aumentar a liberdade financeira e estamos empolgados em fornecer uma forma confiável e acessível de participação”, acrescentou.
No entanto, existe uma omissão gritante no anúncio.
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Apesar de apresentar serviços para mais de 70 países, incluindo grandes economias, como a Alemanha e o Reino Unido, o rendimento DeFi da Coinbase ainda não está disponível para clientes nos Estados Unidos.
Os EUA, a Coinbase e as DeFi
Em setembro, Brian Armstrong, CEO da Coinbase, foi ao Twitter criticar a ameaça da Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (ou SEC, na sigla em inglês) em processar a corretora se lançasse seu produto de geração de rendimentos chamado Lend.
“Existem comportamentos muito suspeitos vindo da SEC recentemente”, afirmou, lamentando o fato de a SEC afirmar que Lend seria um valor mobiliário, uma definição que ele criticou bastante na época.
“Recusam a nos dizer por que acham que é um valor mobiliário e, em vez disso, intimam inúmeros registros (cumprimos), demandam testemunhos de nossos funcionários (cumprimos) e depois nos dizem que irão nos processar se avançarmos com o lançamento, com zero explicação sobre o porquê”, afirmou.
Enquanto isso, Gary Gensler, presidente da SEC, falou sobre a indústria cripto.
Ao longo do ano, Gensler deu diversos alertas, alegando que a indústria DeFi, bem como o amplo mundo cripto, precisa de leis mais robustas para a proteção de consumidores.
“Existem muitos empréstimos acontecendo. Existe muita negociação acontecendo. Sem proteções, temo que isso terminará mal”, disse ele em outubro.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.