Imagem da matéria: Casal não consegue acessar carteira com US$ 7 milhões em Ethereum (ETH) por erro simples
Casal Yuki e Art Williams passeando em via pública. Imagem: Reprodução/abc7News

Um casal de Washington (EUA) alega que até hoje não consegue ter acesso a 3 mil unidades de Ethereum (ETH) comprados em 2014 durante uma pré-venda feita pela Fundação Ethereum. O motivo é a falta de um arquivo JSON, que atua como uma chave privada. A informação foi publicada pela abc7News na semana passada.

Yuki e Art Williams disseram ao veículo que na época da compra utilizaram 1,5 Bitcoin (BTC) que mantinham na Coinbase para adquirir os ETHs. Eles alegam que seguiram a instrução dada pela fundação, que era basicamente deixar o computador ligado por um certo tempo e aguardar a sincronização.

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“A instrução foi a seguinte: deixar o computador ligado por uma hora e meia e esperar o arquivo JSON (acrônimo para JavaScript Object Notation), que apareceria assim que a barra de progressão fosse preenchida. Infelizmente para nós, ele não apareceu”, falou Williams ao site. “Isto é no mínimo devastador. Certamente é um dinheiro para mudar de vida”, ressaltou.

Fundação Ethereum prometeu enviar arquivo

Willians disse que, ao acionar uma equipe da Fundação Ethereum na época, foi instruído a enviar um email contando o problema e que por meio deste contato a entidade enviaria um backup de carteira com o arquivo JSON. Eles então enviaram capturas de tela para comprovar a compra. No entanto, o envio do arquivo nunca aconteceu.

Diante disso, o casal resolveu acionar um escritório de advocacia na Suíça, onde fica a sede da Fundação Ethereum. Desde março de 2018, segundo a abc7News, os advogados do casal tentam resolver o problema. Até mesmo um acordo de 2.750 ETHs chegou a ser posto na mesa, mas não houve o acerto, relata o site, que tentou, sem sucesso, comentários da Fundação Ethereum.

Procurado pelo veículo para comentar o assunto, o especialista em criptomoedas Mitchell Moos disse que o problema é que ao contrário de um serviço centralizado tradicional, o Ethereum pode estar sujeito a diferentes tipos de regras quando se trata de lidar com essas informações. “Eles podem nem ter mais acesso a essas informações”, acrescentou.

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“Nunca ouvi ninguém admitir diretamente — oficialmente ou não — que exista um cofre ou uma caixa, ou algo parecido, com todos os arquivos JSON”, comentou também Taylor Monahan, outro especialista consultado.

Agora o casal está pedindo ajuda para levar o processo adiante e exigir que a Fundação Ethereum entregue um arquivo JSON. Para isso, eles criaram uma vaquinha para arcar com os custos jurídicos.

Outros casos

O caso do casal Yuki e Art Williams remete a vários outros casos de perda de chaves privadas de carteiras criptografadas, desde as mais complicadas – quando o disco rígido contendo os fundos é perdido – às mais corriqueiras, como pensar que se pode gravar na memória entre 12 e 24 ́palavras-chave e assim não anotá-las em uma folha de papel.

Há casos também em que o único indivíduo que conhecia as chaves privadas morreu, como foi o caso de Gerald Cotten, fundador e CEO da QuadrigaCX, no Canadá. Ele faleceu na Índia em 2018 e até agora as chaves da exchange canadense não foram localizadas.

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Um dos casos mais conhecidos é do programador Stefan Thomas, que em 2011 guardou a senha de sua carteira, com 7.002 BTC, no IronKey, um dispositivo que dá ao proprietário apenas 10 chances de acesso. Até hoje ele não conseguiu lembrar dos números e recuperar as criptomoedas.

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