A comunidade Bitcoin está atenta nesta quarta-feira (21) a uma movimentação de criptomoedas. Uma carteira ligada à apreensão de Bitcoins do notório mercado da dark web Silk Road movimentou uma pequena quantia em BTC – e gerou a impressão que a transferência possa ter sido feita pelo governo dos EUA, algo que gera insegurança no mercado.
A história começa com o hacker James Zhong, que conseguiu fraudar o Silk Road em 2012 e roubar 50 mil bitcoins. Em 2021, as autoridades dos Estados Unidos encontraram com ele a quantia de BTC em uma hard wallet, que estava em um cofre embaixo do piso e dentro de uma lata de pipoca.
Zhong se declarou culpado e entregou os Bitcoins para o governo dos EUA. Foi nesse momento que a comunidade identificou que a carteira com início “bc1qzd8c” é possivelmente do governo norte-americano.
Isso porque endereços apontados como sendo de Zhong enviaram dinheiro para esse endereço “bc1qzd8c”, quando os ativos do hacker já estavam em posse do governo. A possibilidade foi apontada pela Glassnode, uma das maiores empresas de análise de dados do universo cripto, como lembra reportagem do portal The Block.
Foi esse endereço, “bc1qzd8c”, que enviou ontem 10 bitcoins, em uma operação que terminou com os ativos em carteiras ligadas às corretoras Coinbase e Gemini.
Em março, o governo dos EUA deu início a uma série de vendas de bitcoins (BTC) ligados ao caso, com o despejo de 9.861 BTCs no mercado.
Tais vendas já eram esperadas desde que analistas do mercado identificaram grandes movimentações nas carteiras de criptomoedas do governo no início do mês. Na ocasião, pelo menos 49 mil BTCs passaram por transferências entre carteiras, segundo análise on-chain da Glassnode e Peckshield.
O saldo de 50 mil BTCs que o governo americano mantinha antes desta venda estava avaliado em R$ 7,2 bilhões (US$ 1,4 bilhão) Porém, quando foram apreendidos em novembro do ano passado, valiam cerca de R$ 18,2 bilhões (US$ 3,6 bilhões).
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Movimento via Coinbase
Segundo o The Block, os bitcoins do governo dos EUA são geridos pelas autoridades por meio de wallets da Coinbase, maior corretora do país. Ao mesmo tempo, a empresa está sendo processada pelo regulador local, a SEC.
Por conta dessa apreensão de 50 mil Bitcoins e de outros criptoativos em investigações criminais, os Estados Unidos são uma das maiores “baleias” do mercado. Esse é o termo para pessoas ou entidades que possuem enorme quantias da maior criptomoeda do mercado.
Segunda a firma de análises Dune, o governo dos Estados Unidos tem no total pouco mais de 200 mil Bitcoins. Desse montante, 50 mil vieram de James Zhong, 69 mil da operação que fechou a Silk Road e 94 mil dos hackers que roubaram a Bitfinex.
Assim, o governo dos EUA é uma das entidades que pode sozinho influenciar o preço do Bitcoin, caso resolva vender seus ativos com muita rapidez.
Posse está em debate
Mas nem todos concordam que a wallet em movimento nesta terça é do do governo dos EUA. O jornalista especializado em criptomoedas Colin Wu falou sobre a operação, mas informa que o CEO da empresa de análises CryptoQuant afirma que o endereço “bc1qzd8c” não é do governo dos EUA e o caso todo pode ser só um erro de identificação.
It is rumored in the community that the bitcoins of SILKROAD seized by the US DOJ are being transferred. Address (bc1qzd8…) transferred 10.298 bitcoins to another wallet and sent 1490 BTCs to the change address. CryptoQuant CEO Ki Young Ju states that "bc1qzd8…" is not owned…
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) June 21, 2023
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