investidor em frente a grafico de baixa - queda
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O Bitcoin fechou abril acumulando perdas de 14,7% no que foi seu primeiro mês negativo desde agosto de 2023 — e as quedas podem não parar por aí. De acordo com os analistas do banco Standard Chartered, a fase de baixa do Bitcoin pode continuar até que a criptomoeda líder do mercado atinja o nível de US$ 50 mil. 

Na manhã desta quarta-feira (1º), o BTC registra uma desvalorização de 5,7%, cotado a  US$ 57.677, segundo dados do CoinGecko. Por volta das 5h da manhã, o ativo caia ainda mais para US$ 56.757, o preço mais baixo desde o final de fevereiro.

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“O rompimento adequado do BTC abaixo de US$ 60 mil abriu agora um caminho para a faixa de US$ 50-52 mil. O motor parece ser uma combinação de questões específicas das criptomoedas e macroeconômicas mais amplas”, disse Geoffrey Kendrick, chefe de pesquisa de ativos digitais do Standard Chartered, ao The Block

Alguns eventos podem estar influenciando o preço das criptomoedas no último dia. Ontem (30), o bilionário cripto e ex-CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao foi condenado a quatro meses de prisão em um tribunal de Seattle (EUA).

Zhao havia se declarado culpado de acusações federais de lavagem de dinheiro no ano passado, que se concentravam em uma cultura corporativa na Binance que, segundo os promotores federais, deixava de lado a prevenção de fraudes em favor do crescimento. Ele foi forçado a deixar a empresa e pagar uma multa de US$ 50 milhões. 

Após receber a sentença, CZ acessou as redes sociais para agradecer o apoio que recebeu nos últimos meses e disse que agora o setor cripto “entrou em uma nova fase”. De toda forma, as criptomoedas reagiram com fortes quedas ao acontecimento.

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Um segundo fator que pesa nos preços dos ativos digitais é a reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, que acontece nesta tarde. No início do ano, o mercado parecia certo de que maio seria o mês em que o FOMC finalmente reduziria as taxas de juros — o que geralmente é um sinal otimista para ativos de risco como o Bitcoin. Mas isso está se tornando uma esperança distante, já que no mês passado a inflação aumentou para o maior nível desde setembro.

Em meio a essa tensão do mercado, os ETFs de Bitcoin à vista perdem força. Na semana passada, por exemplo, o ETF de Bitcoin da BlackRock encerrou sequência de 71 dias de entradas.

“Mais da metade das posições do ETF à vista estão abaixo d’água e, portanto, o risco de liquidação de algumas delas deve ser considerado também”, alertou o analista da Standard Chartered. “É claro, a liquidez importa quando importa, mas com um pano de fundo de fortes dados de inflação nos EUA e menos probabilidade de cortes nas taxas do Fed, ela importa no momento.”

O futuro do Bitcoin

Apesar do pessimismo com o preço do Bitcoin no curto prazo, a Standard Chartered segue confiante na alta da criptomoeda no futuro.

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Analistas do banco disseram em março que o Bitcoin pode bater a casa dos US$ 150 mil até o final deste ano. A última estimativa de preço do BTC feita pela entidade até então era de US$ 100 mil para o mesmo período.

A meta atualizada ainda mais alta foi feita em um momento de forte entrada de capital nos ETFs de Bitcoin lançados nos Estados Unidos. “Para 2024, dados os ganhos de preços mais acentuados do que o esperado no acumulado do ano, vemos agora potencial para o BTC atingir o nível de US$ 150 mil até o final do ano”, disse o analista Geoffrey Kendrick na época. 

Ele foi além e também fez previsões para 2025. Considerando a recorrência de eventos positivos para o BTC, o especialista diz que o preço da criptomoeda pode chegar a US$ 250 mil em algum momento do próximo ano “se os fortes fluxos de ETFs de Bitcoin continuarem e/ou os gestores de reservas cambiais começarem a comprar BTC neste ano”.

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