moeda de bitcoin partida ao meio e apoiada em máquina de mineração
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Como previsto, aconteceu às 21h09 da sexta-feira (19) o halving do Bitcoin após o bloco 840.000 ser minerado pela ViaBTC, o que reduziu a recompensa paga aos mineradores de 6,25 BTC para 3,125 BTC. O halving é um corte programado na produção de novas moedas que foi estabelecido no lançamento do Bitcoin e é um dos pilares fundamentais na sua criação.

(Fonte: Blockchain.com)

O preço do Bitcoin reage ao halving com queda de 1,8% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 63.762 nesta manhã. Na ocasião do halving, o preço do BTC não se mexeu, ficando na faixa dos US$ 64 mil.

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O termo ‘halving’ em inglês significa ‘reduzir pela metade’; logo, o sistema corta pela metade as recompensas de BTC geradas por blocos minerados. Ele ocorre a cada 210 mil blocos minerados, o que leva aproximadamente quatro anos, e não causa qualquer tipo de alteração no funcionamento da rede do Bitcoin.

O primeiro halving da rede do Bitcoin aconteceu em 2012, quando a recompensa inicial de 50 BTC por bloco minerado caiu para 25 BTC. Nos halving seguintes — 2016 e 2020 —, as recompensas caíram respectivamente para 12,5 BTC e 6,25 BTC, até esse halving de 2024, cuja recompensa agora estabelecida é de 3,125 BTC por bloco.

O halving também costuma impactar de forma positiva o preço do Bitcoin ao longo prazo. Após o primeiro halving em 2012, o Bitcoin, que era cotado em cerca de US$ 12, passou a valer mais de US$ 1 mil no ano seguinte. O mesmo ocorreu no halving de 2016, com o BTC saindo de US$ 650 para US$ 20 mil cerca de um ano depois.

O halving de 2020 também surtiu efeito no preço sete meses depois. Na época da atualização, o preço do BTC estava em US$ 8,5 mil. Em novembro de 2021, já valia mais de US$ 40 mi.

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Portanto, historicamente, o Bitcoin tende a se valorizar após cada evento de halving, mas isso nem sempre é de imediato — dados históricos mostram também que o BTC cai após cada halving. E é sobre isso que vamos falar agora.

Preço do Bitcoin após o halving

No ano de cada halving, renomados analistas e empresas geralmente publicam suas previsões de preço do Bitcoin não apenas considerando a redução da emissão da moeda — o que aumenta a escassez do ativo no mercado, mas também os acontecimentos mais recentes.

Portanto, nas previsões pós-halving deste ano os especialistas levam em conta também a adoção institucional e os os novos produtos financeiros ligados ao BTC, como os ETFs de Bitcoin à vista lançados nos EUA.

Os halving são precificados em antecipado? A história sugere que não, segundo uma análise da Hashdex Research compartilhada com o Portal do Bitcoin.

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Conforme explica a empresa, “o desempenho médio do Bitcoin historicamente acelerou 3 meses após os halving anteriores”. Desta vez, a empresa prevê o Bitcoin a US$  100  mil após alguns meses do halving.

Contudo, ressalta, o desempenho passado não é garantia de resultados futuros, ainda que as datas dos halving sejam conhecidas com antecedência e com um alto grau de precisão.

O evangelista do Bitcoin Andreas Antonopoulos também vai nessa linha. Para ele, o halving também não impactará o preço do BTC imediatamente.

“A expectativa está principalmente colocada no preço do Bitcoin. E o que quase sempre acontece com o halving é que o preço dispara muito mais tarde, nunca no momento da redução. Foi o que aconteceu no passado e é o que acontecerá agora”, afirmou Antonopoulos em um vídeo recente no YouTube.

Para os analistas Gautam Chhugani e Mahika Sapra da Bernstein o preço do Bitcoin pode ser mais elevado ainda depois do halving se dois catalisadores voltarem com força: um ajuste positivo nas taxas de hash de mineração e a retomada dos fluxos de ETF.

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Desta forma, a empresa reitera sua meta de preço de US$ 150 mil até o final de 2025. “Historicamente, um rompimento do preço do Bitcoin sempre ocorreu após o halving e, às vezes, alguns meses após o halving”, disseram Chhugani e Sapra.

Mas há outras discussões: “A narrativa de que o halving é positivo para os preços das criptomoedas está bem enraizada. Quando a maioria dos participantes do mercado concorda com um determinado resultado, geralmente ocorre o oposto”.

A frase é do ex-CEO da BitMEX, Arthur Hayes, em seu último ensaio sobre o halving. “É por isso que acredito que os preços do Bitcoin e das criptomoedas em geral cairão em torno do halving”.

Para o bilionário, ativos de risco como as criptomoedas podem passar por um período difícil até maio. Isso significa que o mercado pode estar sujeito a uma queda nos preços, em vez de uma alta esperada em torno do halving do Bitcoin.

O mesmo é esperado pelo JP Morgan, de acordo com sua última análise. Para a entidade, o Bitcoin deve cair mais após o halving, pois o BTC está sobrecomprado e o mercado já precificou o halving nos últimos meses.

O banco avalia que o preço atual do BTC, em torno de US$ 61 mil, ainda está acima da comparação ajustada pela volatilidade do banco com o ouro, que aponta que a criptomoeda deveria valer cerca de US$ 45 mil.

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Na plataforma do PricePredictions são encontrados dados gerados por IA, como por exemplo a previsão de preço médio do BTC para todo o ano de 2024, com a previsão de um preço médio de US$ 99.127 e suporte máximo de US$ 118.952,65.

História mostra ‘bullish’

Mas vale lembrar que duas coisas são certas no mundo das criptomoedas: halvings são bullish (eventos otimistas que geram altas), mas são com frequência sucedidos por um inverno cripto, ou seja, período de baixa, como mostra a história.

Historicamente, o halving tem sido visto como otimista para os detentores de longo prazo, que aproveitaram ganhos de cerca de 3.230% um ano após cada evento, de acordo com o Coingecko.

Porém, logo após esse pico, o preço do Bitcoin geralmente passa por uma correção significativa de queda, mergulhando no que é frequentemente chamado de inverno cripto, com seu preço caindo em média mais de 80%.

Em termos gerais, o hype do halving tende a durar cerca de um ano, seguido por uma grande correção no ano seguinte, geradas principalmente pela realização de lucros dos investidores que mantiveram suas posições por um longo período.

Em uma entrevista para a Bloomberg em 2022, o fundador e presidente da MicroStrategy, Michael Saylor, provavelmente o mais proeminente bitcoiner de toda Wall Street, declarou: “Se você for investir em Bitcoin, um horizonte de tempo curto é de quatro anos, um horizonte de tempo [médio] é de dez anos. O horizonte de tempo certo é para sempre”.

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