Binance demite mil funcionários e não descarta aumentar cortes, diz WSJ

Empresa confirma demissões, mas não revela o número exato. Objetivo agora seria “concentrar densidade de talentos” para ciclo da alta
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Foto: Shutterstock

A corretora Binance demitiu mil funcionários nas últimas semanas, em um corte global e não localizado em algum país específico. A informação é de reportagem do Wall Street Journal desta sexta-feira (14). Um porta-voz da corretora confirmou as demissões, mas sem dizer o número exato de pessoas afetadas.

Uma fonte anônima da exchange de criptomoedas disse ao jornal que o corte pode ser intensificado: até um terço do total de funcionários estaria na mira, segundo a fonte. A empresa tinha, antes dos recentes cortes, 8 mil empregados ao todo. 

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Sobre a situação, o porta-voz da Binance disse ao Wall Street Journal: “Enquanto nos preparamos para o próximo grande ciclo de alta, ficou claro que precisamos nos concentrar na densidade de talentos em toda a organização para garantir que permaneçamos ágeis e dinâmicos”. 

A maior corretora de criptomoedas do mundo começou a ser fortemente pressionanda desde o dia 5 de junho, quando a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) anunciou a abertura de processo contra a empresa e seu fundador. No total, a Binance e seu criador, Changpeng “CZ” Zhao, são acusados de terem cometido 13 infrações diferentes.

Processo de desgaste da Binance

Uma semana após os reguladores dos EUA abrirem o processo, a filial americana da corretora caiu 78%, de acordo com a empresa de dados Kaiko. A profundidade do mercado (‘market depth’, em inglês) se refere a uma lista em tempo real de todas as ordens de compra e venda de criptomoedas em uma corretora. É uma métrica importante, que indica a liquidez para negociar um ativo em diferentes níveis de preço.

Em outro estudo, feito pela CCData (a antiga CryptoCompar), a corretora vem perdendo mercado mês a mês. Segundo a empresa de análise, a participação no mercado global à vista da exchange em junho caiu para 41,9%, ante os 43% registrados no mês anterior – o quarto declínio mensal consecutivo. 

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No começo de julho, executivos do alto escalão da Binance deixaram a empresa, incluindo o diretor de estratégia, Patrick Hillmann, e o diretor sênior de investigações, Matthew Price. 

De acordo com a Fortune, o motivo seria a abordagem do CEO da corretora, Changpeng “CZ” Zhao, em relação a uma investigação em andamento do Departamento de Justiça dos EUA. Hillman tuitou que estava deixando a corretora “em bons termos” e que é “simplesmente hora de passar para o próximo desafio”. 

A Bloomberg também informou que Yibo Ling, diretor de negócios da Binance, deixou a empresa e a equipe dos EUA recebeu a orientação de se mudar para o exterior ou ser demitida. 

Expulsa de vários países

E no meio de essas crises, a Binance passou a ter problemas com diversos países. A BaFin, a autoridade reguladora financeira alemã na Alemanha responsável por supervisionar bancos, instituições de serviços financeiros, seguradoras e bolsas de valores, informou a Binance sobre sua decisão de não conceder à exchange uma licença de custódia para criptomoedas no país.

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Na Bélgica, a corretora foi informada que deverá encerrar suas operações também na por ordens da Autoridade de Serviços Financeiros e Mercados (FSMA, em inglês), regulador local.

No Reino Unido, terminou antes de começar. A Binance Markets Limited (BML), subsidiária britânica da maior exchange mundial de criptomoedas, cancelou oficialmente seu registro na Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês) do país. A mudança significa que a empresa “não pode mais fornecer atividades e produtos regulamentados” no Reino Unido, segundo o regulador.