A Bitmain, maior mineradora de bitcoin do mundo, suspendeu as vendas de novos equipamentos para entrega imediata, segundo reportagem publicada pela Bloomberg nesta quarta-feira (23).
A empresa busca segurar os preços das máquinas, que caíram 75% desde abril. Os valores desabaram porque os mineradores fugindo da repressão da China começaram a inundar o mercado interno com peças baratas.
Arthur Li, fundador da startup de mineração Sai Technology, disse para o veículo que hoje é possível encontrar equipamentos de primeira linha da Bitmain e da Whatsminer por 150 yuans (US$ 23) por TRash/segundo (unidade de referência para poder de computação).
Em abril, quando o BTC atingiu seu recorde histórico de preço, o mesmo equipamento saia por 600 yuans (US$ 92) o TRash/segundo.
Ao segurar a oferta, a Bitmain também ajuda os mineradores em fuga a obter melhores preços, além de impulsionar as vendas no longo prazo, disse ao veículo.
Um porta-voz da mineradora também falou à publicação que a empresa vai continuar vendendo mineradores de altcoins para entrega futura.
GPUs em queda
Outros equipamentos usados na mineração também viram seus preços desabarem por causa da situação na China.
Algumas GPUs e placas de empresas como Nvidia e Asus estão 30% mais baratas em plataformas de e-commerce.
Uma Asus GeForce RTX3060 – um dos equipamentos mais vendidos para mineradores – caiu de 13.400 yuans (US$ 2 mil) em maio para 4.600 yuans (cerca de US$ 700) nesta semana.
China contra o bitcoin
O país asiático deu indícios de que aumentaria a repressão contra as criptomoedas em março, quando o governo da Mongólia Interior proibiu a mineração de bitcoin e afirmou que iria fechar todas empresas do setor.
Dois meses depois, o Conselho de Estado da China se reuniu e decidiu aumentar o embate à atividade e ao comércio de ativos digitais.
De lá para cá, provincias como Yunnan, Xinjiang e Qinghai também determinaram o encerraramento das mineradoras.
Para completar, a China também pediu para bancos ajudarem ainda mais no combate às criptomoedas.