Moeda de Bitcoin à frente de logo da Mt. Gox
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Os credores da extinta exchange de criptomoedas japonesa, Mt. Gox, que foi hackeada em 850 mil bitcoins em 2014, podem agora decidir se são contra ou a favor do plano de reembolso de bitcoins elaborado pelo procurador Nobuaki Kobayashi. Em uma carta publicada nesta segunda-feira (31), o curador do processo divulgou a página de votação para a manifestação dos antigos usuários da empresa que podem votar até o dia 8 de outubro deste ano.

Segundo o procurador, é preciso que pelo menos 50% de votos sejam a favor para a aprovação do plano de pagamento, mas que também há uma chance de que a proposta possa ser reprovada, mesmo que a maioria dos votos votem ativamente a favor da aceitação. Caso o credor não vote, diz o documento, será considerado voto em desfavor da ação.

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O plano que entrou em votação foi proposto por Kobayashi em dezembro do ano passado ao Tribunal de Justiça de Tóquio, onde corre o Processo de Reabilitação Civil. O administrador da Mt. Gox apresentou um projeto de plano de reabilitação, que promete devolver 140 mil bitcoins aos antigos usuários da Mt. Gox. Na época do hack, em fevereiro de 2014, 1 BTC era negociado a aproximadamente US$ 700; atualmente, perto dos US$ 40 mil. Logo, a Justiça tem em mãos cerca de US$ 5 bilhões.

À princípio, todos os credores aprovados receberão um pagamento básico de até 200.000 JPY (aproximadamente US $ 1.800), que será contabilizado em sua reivindicação total.

Caso Mt. Gox

Na época do hack, a Mt. Gox era responsável por 70% das transações em bitcoin em todo o mundo, quando várias criptomoedas foram retiradas da plataforma indevidamente e os culpados nunca foram encontrados. 

O caso é considerado um dos mais controversos da história das criptomoedas e o processo de reabilitação da empresa já está chegando a uma década, visto que o plano de pagamentos ainda depende de uma série de medidas judiciais, como fazer o câmbio dos bitcoin remanescentes em Iene, a moeda oficial do Japão.

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Isso porque quando o procurador anunciou a recuperação de parte dos bitcoins, ele começou a despejá-los no mercado, causando furor nos comerciantes da criptomoeda. Todas as vezes em que ele fez transferências o volume de circulação de volta ao mercado foi tão grande que as criptomoedas sofreram expressiva redução de valor, em resposta ao aumento de oferta.

Nesse tempo também ocorreu uma acusação contra o administrador da Mt. Gox, Mark Karpeles, que se declarou não culpado à Justiça, mas chegou a ficar perto de cumprir 10 anos de prisão por conta de suspeitas de fraude dentro da própria empresa. Uma das acusações era de que Karpeles teria transferido 341 milhões de ienes da exchange para sua conta pessoal entre setembro e dezembro de 2013.

Em abril de 2015, a agência de segurança WizSec, em Tóquio, divulgou estudo indicando que “a maior parte de todos os bitcoins perdidos foram roubados diretamente da carteira da Mt. Gox”. Vale lembrar que possivelmente por conta da demora em reaver os bitcoin ou por dificuldades financeiras, vários credores venderam seus fundos a receber para escritórios de advocacia, pessoas físicas e também para outras partes interessadas no caso.

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