“Viver de salário a vida toda ou conquistar a sua independência financeira?”. A pergunta foi feita em um comercial da Braiscompany sobre investimentos em criptomoedas que está sendo veiculado em sites do Grupo Globo. A empresa, que se promovia no reality show Batalha das Startups, da Record News, do qual foi expulsa, já foi classificada de pirâmide financeira por Tiago Reis, criador da casa de análises Suno Research.
A propaganda, que está sendo veiculada pela Rede Paraíba, afiliada do Grupo Globo, aparentemente sugere que a Braiscompany Blockchain Solutions oferece algum produto vinculado a criptomoedas. “A resposta para esta pergunta nunca esteve tão perto de você. Já ouviu falar em criptomoedas? Não? Pensei nisso”, diz a peça.
Na época da denúncia de Tiago Reis, ele afirmou que no começo, a empresa oferecia 15% ao mês de rendimentos, mas que naquela ocasião estava oscilando entre 7% e 10%. A diminuição seria, portanto, um indício de que o esquema estaria caindo. Seu discurso foi reforçado pelo polêmico influencer Raiam Santos, que também fez uma postagem denunciando a mesma Braiscompany.
Braiscompany e Tiago Reis
Tiago Reis, contudo, cumpriu apenas seu papel de denunciante, conforme seu histórico de guerra contra pirâmides financeiras. Isso porque já havia tanto na CVM quanto no Ministério Público uma investigação sobre a Braiscompany, conforme apurou o Portal do Bitcoin na época, revelando que procedimentos para investigar a empresa, com sede em Campina Grande (PB), foram abertos em julho de 2020.
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Vale lembrar que a Braiscompany não é emissora registrada ou dispensada pela CVM. Em outras palavras, a empresa não tem autorização para ofertar contratos de investimento coletivo ou valores mobiliários.
Logo depois veio a nota da Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, que afirmou que a empresa mentiu ao dizer que possuia o selo da entidade. “A Braiscompany não tem vínculos com a ANBIMA”, alertou.
Na época da denúncia de Tiago, a Braiscompany disse que recebeu a notícia com perplexidade, alegando que o discurso não passava de inverdades para difamar e caluniar “uma companhia séria, com milhares de clientes”.
No entanto, os donos da Braiscompany respondem na Justiça a uma suposta ligação com o D9 Clube de empreendedores, cujo criador Danilo Santana é alvo da Polícia Federal. Foragido da Justiça brasileira, ele comandou um golpe com bitcoin que fez milhares de vítimas no Brasil.