Imagem da matéria: Servidores do Poder Judiciário no DF caem em golpe de pirâmide e sindicato alerta
(Foto: Shutterstock)

Diversos servidores do Judiciário do DF tiveram prejuízos em esquemas de pirâmide financeira. Por isso, o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário no Distrito Federal (Sindjus-DF) publicou na terça-feira (25) um alerta sobre o tipo de golpe, incluindo o da ‘Mandala da Prosperidade’.

Neste tipo de pirâmide, também conhecido como ‘tear dos sonhos’ e ‘tear da abundância’, há um discurso de empoderamento feminino. O objetivo dos golpistas é criar um círculo de mulheres dispostas a ajudar umas às outras a realizar seus sonhos. 

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“Consiste no recrutamento progressivo de muitas pessoas, as famosas correntes, onde um indivíduo leva outro a entrar em determinada organização, cobrando uma taxa de entrada para a manutenção do modelo e oferecendo rendimentos vantajosos”, escreveu o Sindjus.

Conforme a entidade, trata-se de um modelo insustentável a longo prazo, pois é necessário atrair cada vez mais pessoas para o falso investimento para que ele seja lucrativo.

“O sistema de pirâmide tem esse nome porque as pessoas da base, as últimas recrutadas, são as que garantem o ganho de quem está no topo”.

A entidade alertou também que o dinheiro investido nesses tipo de negócio pode estar perdido para sempre.

“A situação requer muito cuidado, pois mesmo ganhando ação judicial, o investimento dificilmente será recuperado, pois os responsáveis pelas pirâmides costumam desaparecer”.

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Alerta sobre golpe de pirâmide

Como forma de prevenção, o Sindjus advertiu o seguinte:

  • Desconfie de pessoas físicas ou empresas que oferecem a possibilidade de ganhar dinheiro fácil e rápido;
  • Muito cuidado com o uso de palavras como: alta rentabilidade, baixo risco, ganho expressivo, retorno certo, lucro exorbitante;
  • Procure informações substanciais sobre onde você está aplicando o seu dinheiro. Embora as pirâmides façam muita publicidade, inclusive, utilizando depoimentos pessoais, é preciso questionar os fundamentos do negócio, investigando a fundo o que está sendo oferecido a você;
  • Entender as características de uma pirâmide financeira é o primeiro passo para evitar cair nesse golpe.
  • Se você deseja investir melhor o seu dinheiro de maneira segura, procure profissionais especializados.

Nesta quinta-feira (27), a reportagem entrou em contato com o Sindjus/DF solicitando o número de servidores que foram lesados em golpes de pirâmide, quais empresas envolvidas e como o jurídico da entidade tem lidado com os casos. Até o fechamento do texto não houve retorno.

Pirâmide da Mandala

“Fiquei enfeitiçada pela ideia de fazer parte de um coletivo de mulheres desconhecidas que ajudam a realizar os sonhos umas das outras”.

A frase é de uma jovem paulistana S. que caiu no golpe da mandala. Conforme reportagem no ano passado, ‘S.’ estava analisando possibilidades para aplicar suas economias quando uma amiga da família comentou sobre o negócio.

Na época, o Portal do Bitcoin teve acesso a uma apresentação do esquema das mandalas. Nele, não há promessas nem garantias de prazo: é preciso confiar que uma mulher confie na outra e doe dinheiro a uma desconhecida.

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Ao ingressar com R$ 5 mil, os golpistas disseram à jovem que ela levaria um mês para chegar ao centro e receber as doações de outras oito mulheres, num total de R$ 40 mil.

O problema é que a pessoa passa ter que recrutar outras mulheres para entrarem no esquema de doações. Conforme o tempo passa, quem não consegue atrair mais mulheres, começa a sentir o aumento do peso emocional da participação nos grupos. Quem tenta desistir, sofre ainda mais. 

De acordo com a jovem, quando percebeu o golpe e decidiu sair, a pressão psicológica se tornou cruel.

“Diziam que eu não estava me comprometendo o suficiente, não estava colocando a energia necessária, por isso estava demorando para ter retorno. Era para fazer eu me sentir culpada”, relatou à época.

Uma das dificuldades para combater esse tipo de fraude e punir os responsáveis é que o dinheiro é ‘doado’ para outra pessoa. Além disso, muitas vezes as pessoas não se reconhecem como vítimas e por isso não denunciam o golpe.

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