Imagem da matéria: Como a alta do IOF pode impulsionar o uso de stablecoins no Brasil
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O mercado financeiro teve um sobressalto na quinta-feira (22), quando o Ministério da Fazenda anunciou que iria elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em diversos tipos de cenários. Logo que a notícia começou a correr e o burburinho aumentar, o governo federal voltou atrás e cancelou parte das mudanças — com medo de ocorrer um novo episódio como a crise do Pix.

As mudanças iriam tornar mais caro para o brasileiro fazer remessas de dinheiro para conta no exterior, indo de um IOF de 1,1% para 3,5%. Além disso, encareceria o investimentos em ativos e produtos estrangeiros por fundos brasileiros, saindo de uma alíquota zero para 3,5%.

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No entanto, o aumento do IOF para 3,5% sobre compra de moeda estrangeira, como dólar, segue valendo. No mercado de criptomoedas, a medida foi interpretada, em parte, como uma oportunidade de impulsionar o uso das stablecoins, que ficariam fora do alcance da regra do IOF. A regulamentação desse setor está a cargo do Banco Central, que já iniciou uma consulta pública para ouvir o mercado e outros agentes envolvidos no tema.

Rony Szuster, head da área de Research do MB, aponta que a corretora já observa uma demanda crescente por esses ativos, impulsionada pela força do dólar e pelo interesse em proteger o poder de compra em momentos de instabilidade ou restrições cambiais.

“Uma medida como o aumento do IOF poderia reforçar essa tendência, ao tornar as stablecoins uma alternativa ainda mais atrativa para quem deseja exposição ao dólar de forma digital, prática e com menos barreiras”, afirma Szuster.

A mesma tese é defendida por André Franco, CEO da Boost Research, mas ele pondera que, ao investir por meio de fundos, o investidor arca indiretamente com a taxa de câmbio — um custo embutido na estrutura do fundo. “Se você comprar stablecoins diretamente de corretoras, não tem essa taxa. Então isso seria um benefício para cripto”, diz.

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Efeitos negativos também chegariam para setor cripto

A medida de encarecer o investimento traria efeitos negativos que, eventualmente, também atingiriam o mercado cripto. É o que explica Alexandre Varsarhelyi, CEO da B2V Crypto, ao afirmar que as mudanças anunciadas — e posteriormente canceladas — tornariam os fundos de criptoativos menos eficientes.

“Mas teriam impacto ainda maior em outros segmentos da indústria, então é difícil dizer qual seria o comportamento do investidor frente as suas possibilidades de investimento”, diz. 

O executivo entende que todos os produtos da indústria cripto sofreriam consequências, pois todos eles trabalham com ativos no exterior. “Então, com a taxação na remessa de dinheiro, todos eles seriam atingidos”, analisa.

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