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Irina Dilkinska, ex-diretora jurídica e de conformidade da famosa pirâmide financeira com criptomoedas OneCoin, foi condenada a quatro anos de prisão pelo Tribunal do Distrito Sul de Nova York. A corte também estabeleceu um confisco de US$ 111 milhões, conforme aponta o comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

A OneCoin, sediada em Sofia, Bulgária, começou suas operações em 2014, promovendo-se como uma revolucionária criptomoeda. No entanto, foi um dos maiores esquemas de pirâmide financeira do século, baseando-se em um modelo de marketing multinível para atrair investidores. Segundo a promotoria, as vítimas do esquema investiram mais de US$ 4 bilhões no golpe, atraídas por promessas de retornos substanciais.

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Dilkinska, que assumiu o papel de chefe jurídica e de conformidade, foi, segundo as autoridades, fundamental no auxílio às operações diárias da OneCoin e na lavagem de dinheiro obtido por meio da fraude, incluindo a transferência de US$ 110 milhões para uma entidade nas Ilhas Cayman. Ela se declarou culpada de conspiração para cometer fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro antes de receber sua sentença.

O promotor Damian Williams enfatizou a gravidade das ações de Dilkinska, destacando que, em vez de assegurar a conformidade legal da OneCoin, ela facilitou o roubo de milhões de vítimas. “A participação de Irina Dilkinska no extenso esquema da pirâmide OneCoin foi uma flagrante violação de conduta”, disse Williams.

A fraude da OneCoin

A ex-diretora é a mais recente acusada levada à justiça no caso OneCoin em andamento, embora a líder Ruja Ignatova continue foragida depois de desaparecer em 2017. Ignatova foi adicionada à lista das dez pessoas mais procuradas do FBI em junho passado.

A OneCoin foi fundada em 2014 por Ignatova e Karl Sebastian Greenwood, que venderam a criptomoeda fraudulenta como uma moeda digital revolucionária que ultrapassaria o Bitcoin.

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Ignatova, conhecida como “Rainha das Criptomoedas”, e Greenwood lançaram a OneCoin em Sofia, Bulgária, e utilizaram uma estrutura global de marketing multinível para promover e vender pacotes vinculados à criptomoeda falsa.

No Brasil, o esquema da OneCoin foi propagado pelo venezuelano Aldo Toledo, que voltou a captar clientes no Brasil no ano passado através do esquema cripto da Versobot, promovido por atores do SBT.

O paradeiro da Rainha das Criptomoedas

No início do ano passado, autoridades búlgaras afirmaram que a fundadora da OneCoin, Ignatova, foi assassinada em 2018. Esse relatório se baseou em documentos em posse de um policial búlgaro que havia sido assassinado recentemente, de acordo com uma agência de notícias local.

No mesmo período, o nome de Ignatova também ficou em evidência por outro motivo: uma suposta aparição ligada a uma propriedade de Londres, em um documento apresentado ao governo britânico.

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O documento lista Ignatova como beneficiária efetiva da Abbots House Penthouse Limited, uma empresa com sede na ilha britânica de Guernsey, que comprou uma cobertura multimilionária no subúrbio londrino de Kensington.

Como funcionava a OneCoin

A OneCoin teve um rápido crescimento por meio de sua estrutura de comissões em forma de pirâmide, que recompensava os membros por recrutarem outros para comprar pacotes de criptomoedas.

Somente do final de 2014 ao final de 2016, a OneCoin gerou mais de US$ 4 bilhões em receita de vendas de aproximadamente 3 milhões de pessoas que investiram em todo o mundo.

No entanto, não havia nenhuma blockchain ou criptomoeda real por trás da OneCoin: e ela operava apenas para fraudar bilhões de dólares dos investidores. Ignatova desapareceu em 2017 após a apresentação de acusações, e Greenwood foi preso em 2018.

O próprio Greenwood se declarou culpado de acusações de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro em dezembro de 2022. Em setembro do ano seguinte, ele foi condenado a cumprir 20 anos de prisão por seu envolvimento com a OneCoin.

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