Nos últimos anos, o uso de dinheiro físico tem diminuído consideravelmente.
Conforme novas tecnologias e a conveniência evoluem, cada vez mais consumidores
estão optando por formas eletrônicas de pagamento, como cartões de crédito e
transferências bancárias.
De acordo com o estudo Evolução de Meios Digitais para a Realização de Transações
de Pagamento no Brasil, realizado pelo Banco Central (BC), o número de saques de
dinheiro em caixas eletrônicos caiu 16% entre 2021 e 2022, enquanto o uso do
celular para a realização de transações financeiras saltou de 9% em 2016 para 79%
em 2022.
Com o crescimento exponencial do mercado de criptoativos no Brasil, o Drex, nome
dado ao real digital, surge como uma alternativa junto a essa transformação,
prometendo proporcionar maior segurança jurídica e mais privacidade no
compartilhamento de dados pessoais, além de diversos outros benefícios da
tecnologia blockchain.
O que é o Drex?
Classificado como CBDC (Moeda Digital de Banco Central), o Drex, também chamado
de real digital, é uma versão virtual do papel-moeda brasileiro. Ele visa preservar as
características essenciais do dinheiro físico, como sua estabilidade e função como
meio de troca, mas incorpora os benefícios tecnológicos das criptomoedas.
Os principais objetivos do real digital são simplificar as transações financeiras, mitigar
riscos de fraudes e diminuir os custos associados à produção de papel-moeda, ao
mesmo tempo em que amplia a segurança e promove um ambiente propício à
inovação.
O Drex é uma criptomoeda?
O Drex está sendo desenvolvido em uma plataforma digital que utilizará a tecnologia
DLT (Distributed Ledger Technology), como a blockchain do Bitcoin. Porém, ele não
se enquadra como uma criptomoeda, com a principal diferença residindo na emissão
e no controle.
As CBDCs são emissões digitais de moeda regulamentadas por bancos centrais, com
paridade em relação à moeda nacional. Elas visam modernizar sistemas de
pagamento, impulsionar a inclusão financeira e permitir uma implementação mais
eficaz de políticas monetárias.
Por outro lado, as criptomoedas são formas de moeda digital descentralizada,
operando em redes peer-to-peer sem necessidade de intermediários. Elas englobam
diversas moedas digitais, cada uma com finalidades específicas, como o Bitcoin,
utilizado como reserva de valor, e o Ethereum, como plataforma para contratos
inteligentes.
A importância do Drex para o mercado de criptoativos no Brasil
O advento do real digital representa uma evolução notável para o mercado de
criptoativos no País, redefinindo a maneira como as transações e interações
financeiras ocorrem no Brasil. O Drex pode promover uma maior inclusão, permitindo
que um número maior de pessoas acesse serviços financeiros por meio de
smartphones e dispositivos digitais.
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Além disso, com a utilização da tecnologia blockchain, poderá ser notada uma
redução nos riscos de fraude e manipulação. Isso, por sua vez, deve aumentar a
confiança dos investidores e incentivar uma participação mais ampla no mercado de
criptoativos.
Ao integrar o Drex no ecossistema de criptomoedas, o Brasil também pode atrair
investimentos estrangeiros e fomentar a inovação tecnológica local. A tokenização do
real pode facilitar a criação de novos ativos digitais lastreados na moeda nacional,
como stablecoins, por exemplo.
Através da emissão de stablecoins lastreadas no real digital, é possível mitigar a
volatilidade comum das criptomoedas, criando um ambiente propício para adoção em
larga escala e servindo como uma porta de entrada para os iniciantes no mercado de
criptoativos.
Expectativas para a moeda
De acordo com o estudo do Atlantic Council dos Estados Unidos, 130 países já estão
explorando a criação de moedas digitais de seus respectivos bancos centrais. Além
disso, 19 nações do G20 estão em estágios avançados de desenvolvimento. Entre
eles, nove já estão testando moedas piloto.
O Drex representa um grande avanço na busca do Brasil por um sistema financeiro
mais moderno, inclusivo e eficiente. Ao combinar a estabilidade do real com os
benefícios da tecnologia blockchain, o Real Digital tem o potencial de redefinir a
maneira como os brasileiros lidam com o dinheiro e como o país participa da
economia global.
Porém, a implementação bem-sucedida requer uma abordagem colaborativa entre os
setores público e privado, com regulamentações claras e estruturas de segurança
robustas. Além disso, a educação financeira e digital deve acompanhar sua
introdução, capacitando as pessoas a compreenderem e utilizarem essa nova forma
de moeda.
À medida que essa jornada se desenrola, é essencial considerar as oportunidades e
os desafios que o Drex traz consigo, assegurando que o futuro financeiro do Brasil
seja construído sobre uma base sólida de inovação e inclusão, beneficiando tanto os
cidadãos quanto a economia como um todo.
Sobre o autor
César Felix é gerente de Customer Experience da NovaDAX uma das maiores exchanges brasileiras que oferece serviços relacionados a criptoativos de alta liquidez, taxas baixas e alta proteção para os seus mais de 1.1 milhão de clientes
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