A “superquarta” de hoje (21) traz decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. A grande expectativa do mercado de criptomoedas está na decisão a ser anunciada pelo banco central americano, o Federal Reserve , em meio ao risco de que o aperto monetário cause uma recessão na maior economia do mundo.
Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) recua 1%, para US$ 18.928,81, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) perde 0,8%, cotado a US$ 1 1.334,48.
Em reais, o Bitcoin opera em baixa de 2,5%, negociado a R$ 97.767,02, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
As altcoins operam com desempenho misto nesta quarta-feira (21), entre elas Binance Coin (-0,6%), XRP (+7,3%), Cardano (+1,2%), Solana (-1,1%), Dogecoin (+0,7%), Polkadot (+0,8%), Shiba Inu (-2,7%), Polygon (-2,5%) e Alavanche (-0,8%).
Bitcoin hoje
Apesar da desvalorização dos preços, a MicroStrategy comprou 301 bitcoins por cerca de US$ 6 milhões, pagando em média US$ 19.851 por unidade de BTC. O anúncio, feito na terça-feira (20) por Michael Saylor, ex-CEO e atual presidente executivo do conselho, marca a menor compra da criptomoeda em mais de dois anos, de acordo com a Bloomberg.
A empresa de software agora possui cerca de 130 mil bitcoins, comprados por US$ 3,98 bilhões e com preço médio de US$ 30.639 por BTC.
“Os mercados – tanto cripto quanto mais amplos – estão em ‘risk mode’ completamente focados em macro antes do Fed esta semana”, disse à Bloomberg Ilan Solot, da Tagus Capital. “Não acho que a compra da MicroStrategy faça muita diferença.”
Outros destaques das criptomoedas
A corretora de criptomoedas espanhola Bit2Me demitiu praticamente todos os funcionários no Brasil, segundo informações do InfoMoney, que cita publicação no LinkedIn de Ricardo Da Ros, que comanda as operações da empresa no mercado brasileiro.
A exchange, que desembarcou no Brasil em abril, agora conta apenas com alguns funcionários diretos no país. Mencionando o inverno cripto, Da Ros diz que, “depois de liderar 30 profissionais talentosos no Brasil na Bit2Me, os ventos frios bateram e tivemos que demitir praticamente a equipe completa”. Antes de assumir a operação da Bit2Me no Brasil, Da Ros passou pela Binance, Ripio e Crypto.com.
A Huobi Global liberou a compra de criptomoedas com moeda fiduciária na América Latina por meio de uma parceria com a ferramenta de pagamento online AstroPay, informou a empresa em comunicado divulgado pelo CoinDesk. O serviço está disponível em países como México, Colômbia e Brasil, onde clientes poderão utilizar o Pix. Fundada na China, a Huobi agora é registrada na República de Seychelles.
A Blockchain Academy, braço de educação financeira do Mercado Bitcoin (MB), se uniu à Gama Academy, a edtech que mais emprega desenvolvedores no país, para promover a “Feira de Recrutamento – Cripto Dev”, evento voltado para profissionais de RH e gestores de tecnologia com o objetivo de contratar desenvolvedores iniciantes para atuarem com back-end e com programação na blockchain Ethereum. A feira acontece entre os dias 27 e 29 de setembro, com entrevistas realizadas por meio de um escritório virtual criado com a tecnologia do metaverso.
A EDX Markets, uma nova corretora cripto fundada por pesos-pesados de Wall Street, quer trazer as finanças tradicionais para o mercado de ativos digitais com a ajuda de intermediários. Jamil Nazarali, CEO da EDX, disse ao CoinDesk na terça-feira (20) que, com a estratégia, pretende tornar as negociações mais “seguras, mais rápidas e mais eficientes”, além de reduzir custos.
A Nasdaq pretende oferecer serviços de custódia para Bitcoin e Ethereum a investidores institucionais, como hedge funds. De acordo com fontes que conversaram com o The Block e com a Bloomberg, a bolsa contratou o ex-chefe da Gemini Prime, Ira Auerbach, para liderar a nova divisão, chamada Nasdaq Digital Assets.
As gigantes FTX e Binance lideram o leilão de ativos da plataforma de crédito cripto Voyager Digital, de acordo com o Wall Street Journal, que cita pessoas com conhecimento do assunto. O leilão começou há seis dias, mas nenhuma oferta foi aceita ainda. A Binance teria oferecido cerca de US$ 50 milhões pelos ativos, um pouco mais do que a FTX, disseram as fontes.
A plataforma Maple lançou um fundo de crédito de US$ 300 milhões para mineradores de Bitcoin, cobrando juros de até 20% para os empréstimos, informou a Bloomberg. Um número crescente de mineradores está sob pressão diante dos baixos preços do Bitcoin, aumento dos custos de energia e maior competição na rede.
A Volmex Labs, um protocolo de volatilidade cripto que conta com a Alameda Research e CMS Holdings entre os investidores, lançou dois índices de volatilidade para Bitcoin e Ethereum na terça-feira (20), conforme o The Block. O produto da empresa quer se espelhar no índice Cboe Volatility (VIX), ao projetar a volatilidade para um período de 30 dias.
Venture capital
A Digital Transformation Capital Partners (DTCP) anunciou o primeiro fechamento de seu terceiro fundo lançado em março de 2022, tendo levantado US$ 300 milhões com investidores novos e antigos. O fundo vai investir em web3, fintech e outras áreas, segundo comunicado. De acordo com o TechCrunch, a empresa vai seguir captando para este terceiro fundo, com a meta de levantar entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões até março de 2023. Deutsche Telekom e SoftBank seriam âncoras.
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A C Capital, empresa fundada por Adrian Cheng, magnata do setor imobiliário em Hong Kong, planeja captar US$ 500 milhões para investir em ativos de blockchain, crédito e private equity nos próximos 18 meses, com a aposta de que os preços de empresas privadas e ativos digitais estão perto de um piso, segundo a Bloomberg.
A Spice VC espera concluir o primeiro fechamento de seu segundo fundo de venture capital em meados do quarto trimestre, disse o fundador da empresa, Tal Elyashiv, ao The Block. O fundo, com foco em componentes para blockchain, espera captar US$ 250 milhões, cinco vezes mais do que o primeiro, fechado em 2018.
Regulação e CBDCs
Empresas do setor de criptomoedas que atuam no Brasil estavam prestando informações “deficientes” e com “pouca utilidade” para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), quando o sistema de alertas da entidade estava aberto para que as companhias fizessem reportes de transações suspeitas, segundo Rochelle Pastana Ribeiro Pasiani, coordenadora-geral de Inteligência do órgão, que participou na terça-feira (20) de seminário online da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Rochelle acrescentou que o Coaf consegue monitorar as transações e fluxos de recursos envolvendo criptoativos apenas pelas “rampas de entrada e saída” do segmento, que são as instituições financeiras atualmente reguladas e encarregadas de levar a moeda fiduciária para esse ambiente, de acordo com informações citadas pelo Valor.
Durante o 12º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, o presidente do Coaf, Ricardo Liáo, disse que é favorável à aprovação do projeto de lei que regula os criptoativos no Brasil. “(…) É arriscado deixar esse tema sem ordem, sem uma organização para funcionar de maneira legítima, legal, sem buscar subterfúgios, desvios de conduta.”
Nos EUA, um projeto de lei para regular stablecoins em estudo na Câmara de Deputados dos EUA proibiria por dois anos a emissão ou criação de tokens semelhantes ao TerraUSD, a stablecoin algorítmica que colapsou no início do ano, de acordo com uma cópia do PL obtida pela Bloomberg.
E a Tether recebeu uma ordem de um juiz em Nova York para fornecer documentos financeiros que comprovem os ativos que garantem sua stablecoin USDT, informou o CoinDesk. A medida faz parte de um processo que acusa a Tether de emitir USDT para ajudar a inflacionar o preço do Bitcoin.
No Colorado, residentes agora podem pagar impostos estaduais com criptomoedas usando o PayPal, de acordo com informações do portal de pagamentos do estado. O pagamento é processado por meio do serviço de criptomoedas do PayPal por uma taxa adicional.
Cibersegurança
A Justiça do Rio de Janeiro determinou na segunda-feira (19) que Glaidson Acácio dos Santos, o fundador da GAS Consultoria conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, faça um depósito em juízo de R$ 19 bilhões. O dinheiro servirá para pagar investidores assim que a quantia for transferida para uma conta da 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, de acordo com o jornal O Globo.
O CEO da formadora de mercado cripto Wintermute, Evengy Gaevoy, atribuiu o rombo US$ 160 milhões em Ethereum causado por hackers a um “erro humano”. A Wintermute ofereceu uma recompensa de 10% ao hacker.
Caso todos os fundos sejam devolvidos, a quantia seria equivalente a 16 milhões de USDC, segundo o The Block. A empresa disse que vai manter as negociações on-chain da plataforma. Dados da Nansen divulgados pelo CoinDesk revelam que a Wintermute deve US$ 200 milhões a várias contrapartes no mercado de finanças descentralizadas (DeFi).
Após uma reportagem da Bloomberg denunciar que cassinos de criptomoedas como a plataforma Stake.com estavam pagando milhões de dólares para streamers de games populares promoverem estes sites de aposta, a Twitch, maior plataforma de streaming de jogos eletrônicos do mundo controlada pela Amazon, decidiu banir este tipo de conteúdo, segundo nota nas redes sociais divulgada pelo Valor.
Metaverso, Games e NFTs
O grupo de empreendedores responsável pela criação da Tropix, o primeiro marketplace de arte digital do país, desenvolveu uma “tokenizadora” para digitalizar diferentes serviços, documentos e ativos com aplicações práticas no mundo real, segundo reportagem do Valor.
Chamada W3Block, a tokenizadora também criará tokens não fungíveis para a 2TM, holding que controla o MB e investidora da Tropix, vendida em julho para a Nano Art Market por R$ 3 milhões.
A partir desta quarta-feira (21), o OpenSea começa a oferecer suporte à Arbitrum, uma solução de escalabilidade em segunda camada que opera na blockchain Ethereum. “Este é o primeiro passo na construção de nosso objetivo de um futuro web3, onde as pessoas tenham acesso aos NFTs que desejam nas redes que preferem”, segundo tuíte na conta do marketplace de tokens não fungíveis.