Depois do susto no fim de semana, o Bitcoin (BTC) volta a subir nesta segunda-feira (20) e ganha 8,1%, cotado a US$ 20.615, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) dispara 13%, negociado a US$ 1.124.
No Brasil, o Bitcoin avança 8,6%, para R$ 106.687, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
A maior das criptomoedas chegou a cair para US$ 17.601.58 no sábado, mostram dados do CoinDesk. Desde que o Bitcoin começou a circular em 2009, seu preço nunca caiu abaixo da máxima do halving anterior. O Bitcoin já mostra queda de 70% em relação ao recorde de novembro. E o nível de US$ 20.000 é significativo, já que representa aproximadamente o pico do ciclo de 2017.
Depois do bloqueio de saques pela plataforma de empréstimos cripto Celsius, que está sendo investigada por reguladores nos EUA, o mercado também teve de digerir a turbulência causada pelo hedge fund cripto Three Arrows, que contratou assessores financeiros e advogados em busca de soluções para investidores e credores, de acordo com o Wall Street Journal.
“A situação da Terra-Luna nos pegou muito desprevenidos”, disse o cofundador da empresa, Kyle Davies, que fez questão de ressaltar sua contínua aposta na indústria cripto.
O sul-coreano Do Kwon, cofundador do projeto Terra e dos tokens LUNA e UST, é alvo de uma ação coletiva nos EUA.
Yuya Hasegawa, analista de mercado da exchange de criptomoedas japonesa Bitbank, avalia que, em meio às fortes perdas, a confiança no mercado de criptomoedas pode ser abalada, “mas investidores cripto experientes e os que acreditam no cenário de longo prazo verão uma oportunidade de comprar a preços com desconto”, afirmou em entrevista ao jornal.
Sobreviver ao “bear market”
“Quem sobreviveu aos ‘bear markets’ passados foram investidores que separaram um volume de caixa para comprar ativos bem fundamentados, e o maior fundamento está no principal ativo, o Bitcoin”, diz Lucas Passarini, trader do MB, que recomenda “muita paciência”, cautela e evitar exposição demasiada às altcoins durante o período de baixa do mercado.
Na mesma linha, o analista de criptomoedas e trader Marcel Pechman disse ao Portal do Bitcoin que existe uma grande diferença entre criptomoedas e criptoativos (tokens), que podem ser criados rapidamente a um “custo zero”. “Uma criptomoeda possui seu próprio banco de dados blockchain, e isso demanda uma rede de validadores e usuários próprios”, explica.
A colunista do New York Times Maria Bustillos faz a ressalva de que os criptoativos são apenas um aspecto do universo mais amplo do blockchain. “Tanto céticos quanto fãs devem aprender a vê-lo como um experimento tecnológico, em vez de apenas como um golpe flagrante ou um caminho especulativo para a riqueza.”
Pirâmide
Apesar do processo que acusa Elon Musk de promover uma pirâmide financeira usando a Dogecoin, o CEO da Tesla diz que vai seguir comprando a memecoin, que registra alta de 3,2% nas últimas 24 horas.
Outras altcoins também buscam se levantar depois do tombo na última semana como Binance Coin (+6,2%), Cardano (+6,7%), XRP (+3,6%), Solana (+11,5%), Polkadot (+6,9%), Shiba Inu (+4%) e Avalanche (+15,8%).
Outros destaques
Solend, um protocolo de empréstimos na rede Solana, reverteu a polêmica decisão da organização autônoma descentralizada (DAO) de assumir o controle de sua maior conta de usuário. Uma nova votação de governança invalidou a medida anterior, com 99% dos votos apoiando a nova decisão, conforme o The Block.
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Grandes gestoras que dominam o mercado de fundos de índice para ativos tradicionais – como o EFT iShares, da BlackRock, e Vanguard – ainda estão cautelosas em relação aos criptoativos devido à volatilidade, segundo reportagem do Financial Times. Jean-Marie Mognetti, CEO da CoinShares, que oferece vários produtos cripto negociados em bolsa, diz que grandes players podem levar anos antes de entrar em um novo mercado. “Querem ver um histórico, auditorias”, que muitas empresas cripto não possuem no começo, destaca.
O Federal Reserve Board divulgou seu relatório de política monetária semestral, dizendo que “tensões recentes experimentadas nos mercados de stablecoins… e outros ativos digitais destacaram as fragilidades estruturais nesse setor em rápido crescimento”.
A exchange de criptomoedas FTX fechou um acordo para adquirir a plataforma de negociação canadense Bitvo. O negócio será concluído no terceiro trimestre de 2022 e está sujeito à aprovação regulatória, de acordo com comunicado divulgado na sexta-feira (17).
O Irã planeja cortar a energia elétrica de todos os 118 centros autorizados de mineração de criptomoedas este mês, pois o país enfrenta um aumento na demanda de energia, segundo informações da Bloomberg.
Regulação, Cibersegurança e CBDCs
A Bit2Me, maior exchange da Espanha, aguarda a aprovação do projeto de lei para os criptoativos para crescer no Brasil. John Izaguirre, responsável pela plataforma de lançamento de projetos na Bit2Me, disse ao InfoMoney que a empresa buscará uma licença para atuar de forma regulada no país. “Não queremos ser descentralizados ou não regulados.”
Regulação foi justamente um dos dois critérios com peso em dobro no ranking da Forbes com as 60 melhores exchanges de criptomoedas, ou seja, empresas que obtiveram licenças para operar receberam mais pontos. Para Reinaldo Rabelo, CEO do MB, a única exchange do Brasil a integrar o ranking, o vácuo legislativo prejudica a concorrência. “Empresas localizadas no Brasil que pagam impostos e cumprem diversas regras de controle naturalmente vão ficar mais caras do que as empresas que estão operando de paraísos fiscais”, afirmou o executivo em entrevista.
Turbinada por pagamentos a uma rede crescente de youtubers, a Blaze, que se apresenta como um cassino online, conseguiu aumentar os acessos em seu site de 12 milhões em março para 47 milhões em maio, embora opere de forma clandestina no Brasil, mostra reportagem do Portal do Bitcoin.
A Binance suspendeu os saques e depósitos em real em sua plataforma na sexta-feira (17). A empresa encerrou o acordo que tinha com o banco Capitual, que até então era o responsável por processar os saques e depósitos para a corretora cripto no Brasil. Em nota, o Capitual informou que a decisão está relacionada às atualizações nas regras do Banco Central sobre a norma “conheça seu cliente”. A Binance disse ao Estadão que comunicará o nome do novo parceiro “em breve”.
Binance e Metamask estão entre as exchanges que são alvos mais frequentes de ataques pishing, segundo estudo da Kaspersky. Desde o início do ano, a empresa de cibersegurança bloqueou quase 200 mil tentativas de roubo de moedas digitais ou credenciais de clientes.
O FBI e o LinkedIn cooperam para combater fraudadores que usam a plataforma de busca de emprego para enganar investidores em golpes de criptomoedas, de acordo com a CNBC.
Edwin Lima, salvadorenho residente em Amsterdã, onde trabalha como consultor na área de Business Intelligence e Inteligência Artificial, diz que o capítulo Bitcoin pode estar chegando ao fim em El Salvador. Em artigo no Portal do Bitcoin, o consultor afirma que “muita coisa tem dado errado” no projeto.
Metaverso, Games e NFTs
Relatório sobre aprendizado do LinkedIn com base em líderes empresariais de treinamento e desenvolvimento revela que três em cada quatro cursos de especialização em empresas no Brasil já são realizados online (69%), enquanto FIA e USP buscam lugar e ‘salas’ no metaverso, de acordo com o Estadão.
Marcas consagradas de cuidados da pele já invadem o metaverso, segundo a Veja. O objetivo é conquistar consumidores jovens, hiperconectados e fascinados pelas experiências digitais.
A Etermax, desenvolvedora argentina de games, planeja investir R$ 50 milhões na América Latina, conforme a Forbes, de olho na expansão em games para celulares, blockchain, metaverso, gamificação e adtech.