Desenho de urso com gráfico ao fundo
Foto: Shutterstock

A bull run iniciada em 2020 trouxe muitos novos investidores para os mercados e em 2021 vimos grandes valorizações nas bolsas e ganhos exorbitantes no mundo dos criptoativos. Geralmente esses momentos de euforia nos mercados educam muito mal os investidores recém chegados, que acabam superestimando seus conhecimentos em investimentos, tomando riscos excessivos e acreditando que podem prever a direção dos mercados.

Agora que entramos na fase mais rigorosa do bear market e algumas lições serão aprendidas, vale a pena revisitarmos bear markets anteriores para entender quais erros cometidos por investidores naquele momento também estão sendo cometidos pela nova geração.

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Em 2008 muitos investidores superestimaram sua tolerância ao risco, e os movimentos do mercado transformaram muitos daqueles que tinham um horizonte de investimento de 30 anos em reféns dos movimentos de 30 dias. Para a maioria deles, o stress das alta volatilidade e o ruído das notícias de mercado fizeram com que abandonassem seus planos de investimento.

Muito do sucesso nas estratégias de investimento está na habilidade de ignorar as preocupações e ansiedades disseminadas nas redes e noticiários. Peter Lynch, investidor de referência mundial, disse uma vez que “quando se trata de investimentos, o órgão mais importante é o estômago. Não o cérebro”.

Padrões de comportamento

Hoje estamos vivendo o terceiro bear market do mundo dos criptoativos – o primeiro teve início em 2014 e durou até meados de 2015, enquanto o segundo foi de 2018 até meados de 2019. Ainda que a história da criptoeconomia seja muito curta, já é possível identificar alguns padrões de comportamento nesse universo.

Se pegarmos uma foto dos principais ativos desse mercado em 2014, 2018 e 2022 vamos perceber que muitos projetos surgiram e outros simplesmente desapareceram. Por se tratar de um ambiente tão experimental e volátil, os investidores devem se dedicar a entender os fundamentos dos projetos que sobreviveram aos ciclos anteriores, além de dominar os principais fundamentos macroeconômicos que afetam as expectativas dos grandes investidores.

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Cada ciclo econômico dos criptoativos traz uma nova narrativa e um portfólio novo de projetos. Em um momento de valorização e especulação é fácil ser atraído para esse mercado, porém o histórico das quedas mostra a ruína que os movimentos podem causar na carteira dos investidores.

Quem sobreviveu aos bear markets passados foram investidores que separaram um volume de caixa para comprar ativos bem fundamentados, e o maior fundamento está no principal ativo, o Bitcoin (BTC). O investidor precisa ter muita paciência e evitar categoricamente tomar decisões precipitadas e se expor demais em altcoins. Na verdade, deve-se até mesmo evitar aumentar a exposição em altcoins e, principalmente, não tomar decisões de investimento baseado no que é falado e compartilhado em grupos ou comunidades de cripto.

Outro ponto importante é não tomar posições alavancadas: o mercado cripto é mais difícil do que parece e a baixa liquidez dos mercados de queda favorece manipulações. Se o investidor se alavanca nos mercados pode ser liquidado facilmente nessas armadilhas.

Sobre o autor

Lucas Passarini é trader do Mercado Bitcoin

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