Imagem da matéria: Youtuber brasileiro perde canal com 500 mil inscritos após invasão por hackers que 'oferecem' bitcoin
Leonardo Almeida não estava conseguindo contato com plataforma do Google. Canal foi retomado nesta quarta-feira (1º) (Foto: Twitter/Fogo Queimado)

“To aqui perdido, o suporte do YouTube não me responde no Twitter, não me responde no e-mail, não me responde em lugar nenhum”. A fala é do youtuber Leonardo Almeida, que perdeu acesso ao seu canal com 530 mil inscritos sobre o game Minecraft no sábado (27).

Segundo criador do canal Fogo Queimado, tudo começou há dois meses, quando sofreu o primeiro ataque. Além de perder o acesso ao canal, viu entrar no ar uma live falsa — uma prática fraudulenta que se tornou comum nos últimos meses — na qual parecia o empresário Elon Musk, fundador da Tesla.

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Ao notar o problema, o youtuber pediu a seus seguidores que pressionassem o YouTube.

“Depois de muita batalha e 11 dias de espera eu consegui meu canal de volta. Sem a ajuda do YouTube ,eu consegui recuperar a conta do gmail com as formas de recuperação deles. O YouTube não tinha nem ideia que eu tinha meu canal comigo de novo”, disse ao Portal do Bitcoin.

No último sábado (27), o pesadelo voltou quando ele soube por um amigo que os vídeos do canal tinham sumido novamente.

“Entrei e vi que realmente meus vídeos tinham sumido, mas eu ainda tinha acesso a conta, então fui lá e coloquei eles no ar outra vez. Então eu percebi que tinha uma live no meu canal, e era o mesmo tipo de live do primeiro ataque”.

Desta vez, o caso foi mais sério. “Eu tava falando com eles [YouTube] no momento que eu fui entrar no canal e percebi que a página não existia mais”, disse Almeida.

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Na última semana, pelo menos três canais sofreram algum tipo de interferência ou mesmo acabaram deletados da plataforma de vídeos sem qualquer explicação.

Uma hipótese é que esses e outros canais estejam sendo usados para um golpe que já ocorria em outras redes sociais e que agora atormenta os youtubers.

Usando nomes de celebridades, hackers publicam vídeos falsos em canais para pedir doações ou outras ações envolvendo recursos financeiros. Algumas dessas transmissões tentam captar bitcoins e outras criptomoedas por meio de uma falsa promessa de distribuição dos criptoativos.

Descaso do Youtube

Desde o início do problema, Almeida tenta retomar seu canal no YouTube. No entanto, as respostas do suporte da plataforma passam longe de ser animadoras para o youtuber.

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“Eles não me perguntaram nada, única coisa que queriam [saber] é quando eu fui hackeado e quais vídeos tinham sumido”, disse.

Além do e-mail, Almeida tem usado o Twitter para questionar o YouTube em busca de uma solução. Por meio da rede social é possível acompanhar o périplo e o desespero do youtuber para recuperar seu canal.

Assim como ocorreu após o primeiro ataque, fãs do Fogo Queimado também têm usado as redes sociais para pressionar o YouTube em busca de uma solução rápida para o caso. Essa mesma estratégia também já foi adotada por seguidores de youtubers da comunidade cripto que viram seus canais sumirem da plataforma sem qualquer explicação.

Questionado pela reportagem sobre os problemas com os canais, o YouTube não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Outros canais hackeados

O Fogo Queimado não está sozinho. Outros canais enfrentaram problemas semelhantes nos últimos dias.

Cesar Soares, o CSR, conhecido jogador do game Counter Strike, também viu subir em seu canal de YouTube — com 408 mil inscritos — “receber” no último sábado uma live falsa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Estou sem acesso ao meu e-mail, nem mesmo o e-mail de recuperação”, disse ele por meio do Twitter, também no último sábado. Até o momento, o canal permanece fora do ar.

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Com 1,7 milhão de seguidores, o canal Doarda, da youtuber Eduarda Hippler, também entrou para o rol de atacados no final de semana. No seu caso, vídeos que estavam no ar foram colocados como privados, enquanto outros que estavam ocultados passaram a figurar como públicos.

Ao contrário de Almeida e Soares, Hippler teve mais sorte. Em um outro vídeo, ela relatou que conseguiu retomar o controle do canal com a ajuda de sua assessoria — que fez contato com o suporte do YouTube.

*Colaborou Cláudio Goldberg Rabin


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