BlackRock, Vanguard, Fidelity, e UBS. Quantas vezes já escutamos o nome dessas firmas que administram cada uma mais de 3,5 trilhões de dólares?
Para efeito de comparação, a maior gestora brasileira, Banco do Brasil DTVM, administra 220 bilhões de dólares, ou seja, um número 94% menor.
Deste modo, é possível afirmar que estes gigantes são capazes de determinar o sucesso ou fracasso de empresas, e até mesmo de países. Isto porque investem não somente em ações de empresas, mas também em títulos de dívida de governos, além de moedas.
Quem são os maiores gestores?
O ranking é dominado pelos EUA, embora 12 entre os 30 maiores sejam europeus.
Os 43 trilhões de dólares administrados pelas 20 maiores gestoras é suficiente para comprar todas as empresas listadas na NYSE e Nasdaq. Isso inclui Apple, Microsoft, Google, Facebook, Alibaba, Tesla, e Berkshire Hathaway.
Similarmente, o montante é suficiente para pagar a dívida de 27,4 trilhões de dólares dos EUA, além dos 14,4 trilhões da Europa.
Em suma, é dinheiro que não acaba mais. Além disso, se ampliarmos para as 500 posições do ranking, o número sobe para 100 trilhões de dólares.
De quem é esse dinheiro?
Engana-se quem acredita que estes valores aportados nestes fundos são exclusivamente de multimilionários. Estas gestoras administram também investimentos de empresas, planos de aposentadoria, além de fundos soberanos. Ou seja, há países que investem suas reservas, ou recursos da aposentadoria pública.
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Outro ponto importante é que existe o investimento realizado de forma indireta. Vamos imaginar o cliente que aportou valores num fundo multimercado brasileiro, que investe em ações, moedas, e taxas de juros. O gestor desse fundo pode alocar um percentual em produtos no exterior, incluindo estes fundos multi-bilionários.
Esses gigantes podem investir em Bitcoin?
De forma direta, abrindo conta na Coinbase, não. Temos que lembrar que criptomoedas não são valores mobiliários, portanto na prática são percebidos pelos fundos como os imóveis, diamantes, ou obras de arte.
Embora seja possível mudar o estatuto desses fundos, dificilmente um gestor irá tomar este risco. É mais fácil investir indiretamente, através de um veículo listado exclusivo para criptomoedas, como o GBTC – Grayscale Bitcoin Fund.
Outro caminho adotado por alguns gestores é o aporte através do contrato futuro na CME. O mesmo vale para o ouro, imóveis, portos e aeroportos, também investidos de forma indireta.
Por este motivo, uma eventual aprovação do ETF pode facilitar a adoção, melhorando a liquidez e reduzindo custos para o ingresso no Bitcoin. Em resumo, mesmo que seja liberado apenas para investidores profissionais, o ETF poderá atuar como forte catalisador.
Sobre o autor
Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas.