Imagem da matéria: Preço do Ethereum (ETH) pode desabar após a atualização Shanghai? Entenda
Foto: Shutterstock

A próxima grande atualização do Ethereum (ETH), que trará mudanças importantes para a segunda maior criptomoeda do mundo, está ficando cada vez mais perto, prevista para acontecer no final de março. A principal novidade da atualização, conhecida como Shanghai, será a habilidade dos validadores sacarem, pela primeira vez, o ether “travado” em staking.

Já são quase US$ 28 bilhões em ETH parados na rede desde 2020 — um dinheiro que poderá ser recuperado pelos investidores após a Shanghai. Será a primeira grande atualização desde a Fusão (The Merge) histórica do Ethereum, na qual a rede abandonou a mineração do sistema proof-of-work (PoW) para adotar um sistema proof-of-stake (PoS).

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Essa novidade, no entanto, pode deixar os investidores preocupados em um primeiro momento. Afinal, um grande — e simultâneo — despejo de ether no mercado poderia resultar numa drástica queda no preço da criptomoeda.

Esse risco, contudo, foi levado em consideração pelos desenvolvedores do Ethereum, que implementaram limites de saques diários do ETH em staking. O site da Ethereum Foundation resume:

“O processo de saída de um validador do staking leva um tempo variável, dependendo de quantos outros estão saindo ao mesmo tempo. […] Um máximo de 16 retiradas podem ser processadas em um único bloco. Nesse ritmo, 115,2 mil retiradas de validadores podem ser processadas por dia.”

Um relatório da casa de análises Messari descreve que, embora o evento possa resultar numa grande quantidade de saques, é improvável que aconteça um sell-off em massa, que poderia ocasionar a desvalorização do ether. Eles apontam três razões principais para isso.

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Três motivos para se manter otimista

O primeiro motivo é o fato que, no atual estado da rede, “apenas 1.575 validadores, ou cerca de 50 mil ETH, podem sair do conjunto de validadores ativos por dia”, estima a análise da Messari. “Mesmo que 20% desses validadores saíssem, isso seria aproximadamente igual à pressão de venda estimada que a rede estava vendo dos mineradores antes da Fusão.”

Uma segunda razão apontada é que cerca de 70% dos validadores que travaram ether em staking, fizeram isso entre 2020 e 2021. Isso demonstra um perfil de HODLers de longo prazo que, segundo os analistas, “é improvável que sejam vendedores imediatos”.  

Maioria dos validadores começaram a fazer staking de ETH antes de 2022
Maioria dos validadores começaram a fazer staking de ETH antes de 2022 (Fonte: Messari)

A terceira razão pela qual a empresa acredita que não vai acontecer um sell-off após a atualização Shanghai é que os investidores que pensam no curto prazo tinham a opção de usar serviços como Lido, Rocket Pool, entre outros, que oferecem staking “líquido”.

Essa opção oferece aos investidores o melhor dos dois mundos: eles recebem uma parte das recompensas de validador por seu ETH travado no staking e também recebem um token, resgatável por seus ativos em staking, que pode ser negociado ou usado como garantia enquanto o ETH fica inacessível na Beacon Chain.

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“Staking não é uma avenida para especuladores”, crava a Messari. Os analistas acrescentam que os saques podem inclusive servir para aumentar a taxa de compra e participação no staking de ETH. “Isso pode ser particularmente atraente para grandes players institucionais devido ao risco reduzido de iliquidez.”

Outra visão sobre o Ethereum 

Como descrito anteriormente, embora existam razões para acreditar que um sell-off não aconteça, o preço do ETH poderá ficar mais volátil no período que sucede a atualização, devido à flutuação na oferta e demanda da moeda.

“Embora a Fusão tenha sido uma mudança tecnológica pura, sem impacto econômico direto, a atualização Shanghai mudará a oferta e a demanda de ETH tanto no curto quanto no longo prazo; portanto, é capaz de ter um impacto significativo no preço”, avaliou Yang Zhiming, ex-chefe de derivativos da Deutsche Bank na Ásia, ao comentar o assunto ao CoinDesk.

O especialista trouxe outra preocupação: a expectativa de que os rendimentos no staking de ETH diminuam após a atualização. “Os investidores podem cancelar o staking [no ETH] e mudar para outros ativos que oferecem melhores rendimentos. Isso criaria grandes pressões de venda sobre o preço do ETH”, explicou.

De toda forma, a liberação dos saques é um evento inadiável na rede do Ethereum. No final de janeiro, o primeiro shadow fork projetado para testar as novas funcionalidades da atualização foi concluído com sucesso. Neste ritmo, a ativação do Shanghai na rede principal do Ethereum pode ocorrer já no final de março ou início de abril.

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