Imagem da matéria: Por que o Bitcoin subiu mais de 150% no primeiro semestre de 2019
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O ano de 2019 tem sido bom para o Bitcoin, que acumulou alta de 150% no primeiro semestre, rompendo a barreira dos US$ 10 mil e superando a marca dos US$ 11 mil. De acordo com especialistas, dentre os motivos para essa alta está o interesse de investidores institucionais nas criptomoedas.

Marcel Pechman, analista e cofundador do Radar BTC, afirma que o projeto Quorum da Microsoft em parceria com o JP Morgan, bem como a confirmação da mesa de negociações de Bitcoin para clientes da gigante Fidelity ambos ocorridos em maio desse ano resultaram nessa alavancagem das criptomoedas.

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Pechman também atribui a essa alta “o anúncio dos testes da Flexa/Spedn oferecendo pagamento via criptomoedas nas gigantes varejistas Barnes & Noble, Office Depot e Whole Foods em 13 de maio”.

Para ele, essa subida do bitcoin é também efeito do “aporte de US$ 182 milhões na Bakkt” que ocorreu em dezembro do ano passado.

“O fato é que diversos projetos de cripto estão ganhando corpo contando com investimentos de empresas tradicionais da área de finanças, tecnologia e varejo. Tornou-se indiscutível o sucesso das criptomoedas”.

Bitcoin em alta

Para Richard Rytenband, fundador da Convex Research, o que está ocorrendo há meses é “a transição de um grande mercado de baixa para um grande mercado de alta”.

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Na visão de Rytenband não há como determinar precisamente uma causa para a alta.

“Em sistemas complexos, que é o caso das criptomoedas não temos, como determinar com precisão as relações de causa-efeito. Há opacidade, diante de tantas possibilidades e suas interações”.

Pechman concorda. Para ele o que há é “um conjunto de coisas que vem acontecendo há 6 meses” e devido a isso, a alta tem sido continua e robusta.

“Se fosse uma única notícia, subia 40% e depois teria um ajuste, mas não é o caso”.

Correção x halving do Bitcoin

Nesse ponto, entretanto, é que surge a divergência. Para Rytenband haverá uma correção em breve.

“Os preços se descolaram dos fundamentos de curto prazo, portanto uma correção é uma mera questão de tempo. No médio prazo, as perspectivas permanecem positivas, sem sinais de mudança”.

Mati Greenspan, analista sênior da eToro, chegou a afirmar que entre os principais fatores responsáveis está o halving, que acontecerá na rede do bitcoin em meados de 2020.

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Essa expectativa com a sequência da alta de preços e os chamados rompimentos tem criado o fenômeno conhecido como FOMO (sigla em inglês para a expressão Medo de perder uma oportunidade).

Rytenband explica que essa sequência da alta nos preços e a crença de que isso continuará a suceder, em termos técnicos é o chamado de efeito José.

“Isso seria uma espécie de inércia dos preços, uma quase tendência que o matemático Benoit Mandelbrot, pai de geometria fractal e grande estudioso de flutuações de preços de ativos cunhou de Efeito José”.

Sob o ponto de vista de Pechman, o FOMO ainda não ocorreu e ele depende da vinda de uma correção.

“O mercado ainda tá na fase de esperança de que vai cair para US$8 mil ou US$ 9mil. Se não vier a correção, aí começa o FOMO”.

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Pechman diz que o mercado e analistas sempre exageram e concorda com Rytenban sobre a inércia dos preços.

“Após 3 meses de alta acham que vai subir mais e após esse mesmo período de queda, acham que vai cair mais. É sempre assim e com qualquer ativo”.

Sem relação com a Libra

Rytenband descarta qualquer relação da alta dos bitcoins com a notícia da criação da criptomoeda do facebook, a Libra pois “não há qualquer concorrência com o Bitcoin, por diversos motivos, começando pela própria estrutura que não é descentralizada”.

Ele, no entanto, aponta que com a chegada da Libra vai se reacender “o debate em relação a emissão de moedas privadas e o monopólio monetário estatal”, o que ao seu ver é algo positivo para o Bitcoin à médio prazo.


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