Imagem da matéria: PF e Receita fazem operação contra compradores de criptomoedas que movimentaram R$ 61 bilhões
(Foto: Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (22) a Operação Colossus, focada em desarticular organizações criminosas que usavam criptomoedas em crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Foram 170 policiais federais envolvidos na operação que cumpriu mais de 100 ordens judiciais em pelo menos sete estados brasileiros contra arbitradores, exchanges de criptomoedas e empresas de fachada.

Publicidade

O que motivou o início das investigações foi um grande número de movimentações bancárias suspeitas identificadas com apoio da Receita Federal. As autoridades descobriram que os investigados movimentaram mais de R$ 61 bilhões — provavelmente de origem ilícita — através do sistema bancário brasileiro, de 2017 a 2021.

Os investigados foram divididos em três grupos: arbitradores, que compravam grandes quantias de criptomoedas no exterior para a venda no Brasil; exchanges de criptomoedas, que absorviam os ativos dos arbitradores para revender a pessoas físicas e jurídicas suspeitas; e empresas de fachada, que comprovaram as criptomoedas das exchanges para praticar lavagem de dinheiro. 

“Chama atenção o fato de dentre os clientes dessas existirem pessoas mortas, beneficiários de programas assistenciais, idosos com mais de 90 anos de idade, doleiros, contrabandistas e comerciantes de bairros de comércio popular de diversas cidades do país, em especial do Brás e da 25 de Março”, aponta a nota da PF.

Um único contador desvendado pelas autoridades controlava mais de 1,3 mil empresas de fachada, sediadas no comércio popular de São Paulo, e que movimentaram mais de R$ 1 bilhão com arbitradores e exchanges investigadas.

Publicidade

No total, a operação Colossus cumpriu duas ordens judiciais de prisão preventiva; 37 ordens judiciais de busca e apreensão, sendo 22 pessoas físicas e 15 pessoas jurídicas — o que inclui seis exchanges, quatro instituições financeiras autorizadas pelo BACEN, e três escritórios de contabilidade.  

As plataformas que os investigados usavam para movimentar dinheiro também foram alvos da operação. Ao todo, 28 exchanges que atuam no Brasil e no exterior receberam pedidos das autoridades de bloqueio de ativos digitais de clientes suspeitos.

Também foi determinado o bloqueio de bens e valores dos investigados no valor de R$ 1,2 bilhão.

Envolvimento com criminosos

A Polícia Federal descobriu que pessoas e empresas alvos da investigação já tinham conexão com outras operações deflagradas no passado, incluindo Kryptos, Planum, Rekt, Valeta, Sucessão, Mardof, Betka e outras. 

Além de crimes como pirâmides financeiras e lavagem de dinheiro, essas operações também tinham o objetivo de reprimir crimes ligados ao tráfico internacional de drogas e organização criminosa. 

Publicidade

“Os indícios levantados apontam para a compra direta de criptoativos por traficantes de drogas, doleiros, contrabandistas e outros interessados em realizar operações de cripto-cabo”, diz a PF.

Os investigados por esses crimes compravam criptomoedas para ocultar valores das autoridades locais e enviarem para fora do país.  

Nesta questão, a Polícia Federal apontou a falha de compliance em mais de 40 instituições financeiras do país que permitiram a movimentação do dinheiro ilícito dos investigados.

“Algumas dessas instituições, ao detectarem tais movimentações suspeitas, comunicaram tais fatos ao COAF e encerraram relacionamento com os clientes investigados. Porém, os investigados ingressaram com ações na Justiça e obtiveram decisões judiciais favoráveis, obrigando, assim, os bancos a continuarem movimentando recursos dessas empresas”, diz a PF.

Aqui é importante lembrar que no final de agosto, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), fechou o canal usado por corretoras de criptomoedas para informar movimentações financeiras suspeitas.

No início desta semana, a coordenadora-geral de Inteligência do COAF, Rochelle  Pasiani, disse que as informações prestadas pelas corretoras brasileiras eram “deficientes” e com “pouca utilidade”.

Publicidade
VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Juiz obriga investidor de Bitcoin a entregar chaves de carteira com R$ 760 milhões

Juiz obriga investidor de Bitcoin a entregar chaves de carteira com R$ 760 milhões

Promotores dos EUA expõem esquema de fraude fiscal de anos e ordenam que investidor pioneiro em Bitcoin entregue suas chaves
Imagem da matéria: A semana do Bitcoin: preço cai com sinal verde para EUA vender bilhões do Silk Road

A semana do Bitcoin: preço cai com sinal verde para EUA vender bilhões do Silk Road

Bitcoin ultrapassou US$ 100 mil pela primeira vez em 2025, mas despencou em meio a relatórios econômicos mistos, fluxos voláteis de ETFs e uma possível venda de ativos do Silk Road
Imagem da matéria: Trader gasta R$ 1,2 milhão em taxa na Solana — o resultado foi desastroso

Trader gasta R$ 1,2 milhão em taxa na Solana — o resultado foi desastroso

Um trader pagou mais de US$ 200 mil em taxas para tentar adquirir uma nova memecoin, mas acabou vendendo rapidamente com um prejuízo substancial. Por quê?
Imagem da matéria: Maior corretora de criptomoedas da Coreia do Sul pode receber sanção severa do governo

Maior corretora de criptomoedas da Coreia do Sul pode receber sanção severa do governo

Órgão regulatório do país asiático afirma que a corretora de criptomoedas Upbit vem descumprindo regras de prevenção à lavagem de dinheiro