A segunda fase da Operação Kryptos, deflagrada na quinta-feira (09), teve como alvo o técnico em eletrônica João Marcus Pinheiro Dumas Viana e Michael de Souza Magno, que se apresenta como corretor de imóveis de celebridades. Eles são suspeitos de serem aliados de Glaidson dos Santos, dono da GAS Consultoria, empresa investigada por organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. Glaison foi preso pela Polícia Federal no dia 25 de agosto em em Itanhangá, na Zona Oeste do Rio.
Segundo investigações da Polícia Federal, Viana e Magno ajudaram Glaidson a movimentar R$ 36 bilhões por meio de um esquema de pirâmide com bitcoin. Conforme mostrou o jornal Hoje em Dia, da Record, Viana teria movimentado R$ 14 milhões em um ano, o que não condiz com sua última declaração de renda, baseada em um salário de R$ 8 mil mensais. Logo, a suspeita é de que ele emprestava suas contas bancárias para movimentação de dinheiro sujo da GAS.
Durante a ação da PF, foi apreendido um barco que estava ancorado em uma marina (doca) na zona sul do Rio de Janeiro. Os agentes também estiveram em uma residência em um condomínio na Barra da Tijuca, onde recolheram documentos. Os dois suspeitos não foram encontrados e seguem foragidos da Justiça. A esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, também é procurada.
A GAS Consultoria suspeita de pirâmide
No início deste mês, um relatório da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, revelou que a maior parte do dinheiro investido pelas vítimas no esquema de criptomoedas ia para contas pessoais de Glaidson.
Quando ele foi preso na primeira fase da Operação, clientes da GAS da região de Cabo Frio se mobilizaram para pleitear sua soltura, porém sem sucesso. No último dia 2, uma decisão no Tribunal Regional Federal da 2ª Região negou o pedido de habeas corpus impetrado pela sua defesa, que em vários momentos negou a existência de crime.
No dia da prisão de Glaidson, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, avaliados na cotação da época em mais de R$ 150 milhões, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie. Antes da ação da polícia, o ex-garçom estava prestes a embarcar para os EUA, não sem antes ameaçar uma jornalista da Rede Globo que cobria o caso.