O PicPay anunciou nesta segunda-feira (11) o seu plano de incluir serviços de criptomoedas no seu aplicativo de pagamentos, seguindo os passos de outras concorrentes no mercado tradicional que começaram a se aventurar no meio cripto.
A partir de agosto, os 30 milhões de clientes ativos do PicPay no Brasil poderão comprar Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), e Pax Dollar (USDP) — stablecoin lastreada ao dólar — direto no PicPay e armazená-las na carteira do aplicativo.
Embora a empresa ainda não tenha confirmado, fontes familiarizadas com negócio disseram ao Portal do Bitcoin que a empresa parceira é a Paxos, que opera os sistemas do Mercado Pago e do Nubank. Na prática, isso significa que não será possível sacar os ativos para uma carteira individual.
Esses ativos poderão ser usados para fazer transações no PicPay com a mesma simplicidade que o real. O cofundador do PicPay, Anderson Chamon, disse ao NeoFeed que o usuário “vai poder pagar boleto, contas, PIX usando cripto”. A previsão é que até o final do ano, mais de 100 criptomoedas diferentes estejam disponíveis no aplicativo.
Ele afirma ao veículo que a inclusão de serviços com criptomoedas no aplicativo não será apenas um “produto acessório”, e sim uma linha de negócios importante.
O uso de criptomoedas para pagamentos do dia a dia também não deve sofrer resistência de comércios que aceitam PicPay, já que no momento que o usuário usar cripto para pagar sua conta, o saldo poderá ser convertido instantaneamente em real ao chegar na carteira do comerciante.
O Portal do Bitcoin questionou se a retirada de criptomoedas para fora do aplicativo será permitido — algo ainda indisponível no Mercado Pago e Nubank — mas até o fechamento da matéria, não recebeu uma resposta oficial.
PicPay planeja sua própria stablecoin
Além de permitir a compra e transações de criptomoedas, o PicPay também planeja lançar a sua própria stablecoin pareada ao real, chamada Brazilian Real Coin (BRC).
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Uma stablecoin é um criptomoeda lastreada por ativos que existem no mundo real, como moedas fiduciárias. No caso da stablecoin pareada ao real do PicPay, o seu preço deverá ser sempre R$ 1.
O lançamento dessa stablecoin ainda não tem uma data oficial, mas deve ser o segundo passo da integração das criptomoedas no aplicativo.
Ao NeoFeed, Anderson Chamon explica que foi motivado a criar a stablecoin BRC porque “não existe uma stablecoin robusta lastreada em real”, embora já existam projetos desse estilo no mercado nacional, como a stablecoin Brazilian Digital Token (BRZ).
De qualquer forma, a stablecoin do PicPay pode ter um caso de uso maior para pequenas transações cotianas: “Não será necessário ser um usuário PicPay para usar essa stablecoin. Você pode ser um turista vindo para o Brasil, pegar o Paypal ou outra carteira digital, comprar a BRC em uma exchange e usar no mercado brasileiro”, explica Chamon.
Área Cripto e Web3 do PicPay
Essa série de iniciativas do PicPay no meio cripto faz parte da área “Cripto e Web3” que a empresa começou a estruturar no início do ano. O novo setor é liderado por Bruno Gregory, executivo com atuação no Vale do Silício que comanda uma equipe de 20 pessoas dentro do PicPay focadas na área cripto.
Além de integrar compra, venda e transações de criptomoedas, bem como um projeto de stablecoin, o PicPay também planeja trazer NFTs para a sua plataforma através de um marketplace de negociação integrado ao app.
A expectativa de Chamon é que em um ano, pelo menos 3 milhões de brasileiros usarão os serviços de criptomoedas do PicPay.