Imagem da matéria: PF apreendeu 1500 bitcoins da Unick Forex e diz que empresa não tem dinheiro para pagar clientes
Superintendente da Polícia Federal do RS, Alexandre Isbarrola, durante a posse (Foto: Divulgação/MPRS)

*Erramos: Ao contrário do que foi afirmado no texto, Fernando Lusvarghi não foi preso. Na verdade, ele está foragido. A informação foi corrigida.

A megaoperação contra a Unick Forex deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (17) encontrou e apreendeu 1500 bitcoin e milhões de reais. Carros e imóveis também entraram na conta.

Publicidade

Durante a coletiva de imprensa que ocorreu na sede da PF de Porto Alegre, o delegado Aldronei Rodrigues e superintendente do RS, Alexandre Isbarrola, fizeram outras revelações sobre o caso.

A mais grave é que, segundo os delegados, a “Unick não tem patrimônio nem para garantir uma ínfima parte do pagamento aos clientes”.

Conforme a apuração da polícia, seriam cerca de um milhão de clientes pulverizados pelo Brasil inteiro, com um grande número de pessoas na região. O valor arrecadado não está claro ainda, mas segundo o delegado, a empresa comentava dois números: R$ 2,4 bilhões e R$ 9 bilhões.

A Unick Forex, mais tarde rebatizada de Unick Academy, começou a captação mais forte em 2017. Até meados de 2019, ela cumpriu os pagamentos. Porém, conseguia cumprir porque os novos clientes eram quem pagavam os antigos — modalidade clássica de uma pirâmide.

Publicidade

A operação Lamanai começou com uma queixa-crime sobre uma pirâmide financeira que estava fazendo negócios no Brasil inteiro em janeiro deste ano.

A investigação inicial se deu por causa da prática de Forex, que é proibida no Brasil, mas descobriu-se também a prática de captação irregular de valores, indícios de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Caça à Unick Forex

A investigação então levantou os sigilos financeiro e fiscal dos envolvidos e chegou ao núcleo de poder da Unick, agora desarticulado pelas 10 prisões.

Além de Leidimar Lopes, o presidente da Unick, e de Danter Silva, o diretor de marketing, também foram para cadeia pessoas abaixo deles. São membros-associados, segundo a polícia, que davam suporte com fintechs e bancos virtuais que serviam para a estrutura de captação, destinação e ocultação de valores.

Publicidade

Com o dinheiro em mãos, a empresa fazia operações com moedas virtuais em exchanges no exterior. Os reais eram então parte convertidos para bitcoin e outras criptomoedas, parte colocados no mercado de forex, parte em outras aplicações que estão sendo levantadas.

Nas contas bancárias ligados ao CNPJ da Unick, não havia nenhuma movimentação financeira.

Dinheiro encontrado

A PF determinou o arresto de bens de valores de alta soma, entre imóveis e carros de luxo. “Já se conta em transferência alguns milhões de que reais em Bitcoin que a polícia está custodiando”, disse o delegado.

O valor total ainda não havia sido calculado, mas foram apreendidos 1500 bitcoins.

“Talvez seja a única forma de ressarcir essas pessoas, mas é óbvio que esses rendimentos não conseguem de maneira alguma arcar com os lucros prometidos”, disse Isbarrola.

Agora a investigação irá continuar e os presos vão responder por organização criminosa, evasão de divisas e crime contra o sistema financeiro. Além disso, dentro da alçada estadual, vão ser processados por crime contra a economia popular.

Leia também

VOCÊ PODE GOSTAR
Glaidson durante depoimento à CPI das Pirâmides

Justiça volta a ouvir testemunhas de acusação em julgamento do Faraó do Bitcoin

Preso em Cantaduvas (PR), Glaidson participou da audiência por videoconferência
Bárbara Espir posa para foto

Bitso nomeia nova country manager para operação no Brasil

Bárbara Espir terá como missão continuar a expansão da Bitso no país
Agente rodoviário olha máquinas de bitcoin mineração em pickup

Polícia apreende 18 máquinas de mineração de Bitcoin em operação na Paraíba

Agentes da PRF também apreenderam drogas e produtos sem nota fiscal; três foram detidos
Elon Musk sorri no meio dos logotipos do Twitter e X

STF determina suspensão do X, antigo Twitter, no Brasil

A “suspensão imediata, completa e integral” da rede social de Elon Musk valerá até que ele nomeie um representante legal no país e pague as multas existentes