Luiz Inácio Lula da Siva
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Menos de 24 horas após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência do Brasil, o mercado de criptomoedas já se pergunta nesta segunda-feira (31) como a nova administração do país — que assume no dia 01 de janeiro — irá olhar para o setor brasileiro das moedas digitais.

Uma das análises feitas pelo mercado é que Lula pode ter um forte aliado com uma visão favorável ao mercado de criptoativos: Henrique Meirelles. O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central passou a ocupar em setembro um dos assentos do conselho consultivo da maior corretora de criptomoedas do mundo, a Binance.

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Outro ponto de destaque envolve também o Legislativo: a chamada Lei das Criptomoedas. O Projeto de Lei 4.401/2021, que cria um marco legal para o setor, está pronto para ser pautado na Câmara dos Deputados. Após a votação, para virar lei, o presidente precisará sancionar o texto — algo que fará com que Lula e as criptomoedas se cruzem forçosamente em algum momento, caso a aprovação venha após a posse do petista.

O Portal do Bitcoin conversou com especialistas para saber se é possível fazer alguma previsão e quais expectativas estão sendo criadas.

Veja abaixo a análise de especialistas:

Bruno Diniz, sócio-fundador da consultoria Spiralem

“Depende muito de quem irá integrar a equipe econômica. Caso seja o [Henrique] Meirelles, ele já havia se pronunciado publicamente a favor do Bitcoin e demais criptoativos. Inclusive, ele atualmente é conselheiro da Binance, cargo que imagino que terá que renunciar caso ocupe alguma pauta ligada a economia.

Veremos qual será, também, o posicionamento do próximo governo em relação a temas como mineração de Bitcoin. Esse é um assunto que tem sido bastante atacado quando visto sobre o ponto de vista ambiental e pode, a princípio, ter algum choque com a visão de quem venha ocupar a pauta relacionada ao meio ambiente, sobretudo caso existam pré-concepções e entendimentos contrários.”

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Marcelo Bueno, head de legal da Bitblue

“Dentro da nossa visão, entendemos que o evento de maior importância para as criptomoedas, no Brasil, continua sendo a aprovação do marco regulatório, que hoje depende muito mais do Legislativo do que do Executivo.

As criptomoedas nasceram para ser descentralizadas e independentes de governos, mas não negamos que as circunstâncias macroeconômicas possuam influência sobre o mercado, principalmente a partir do momento em que este mercado se torna institucionalizado, com o maior volume de transações ocorrendo via exchanges.

Neste sentido, esperamos que o próximo Governo se posicione de maneira a colaborar e incentivar para que as empresas nacionais possam aproveitar as oportunidades, possam competir com as exchanges estrangeiras em igualdade de condições e possam assumir um papel de liderança nesse ainda novo mercado de criptomoedas.”

Julien Dutra, diretor do Mercado Bitcoin

“No nosso entendimento, o resultado da eleição deve ocasionar pouca mudança no cenário da criptoeconomia no Brasil, uma vez que tanto a CVM quanto o Banco Central têm autonomia e também adotam mandatos de quatro anos, para o presidente e diretores da autarquia federal, sem serem coincidentes com os ciclos da gestão do presidente da República.

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Nossa expectativa é que tenhamos avanços significativos ainda durante o mandato do Roberto Campos Neto (no BC), que tem sido um grande entusiasta do mundo cripto como um todo, em especial da tokenização, e já sinalizou que não deseja ter um novo mandato.

A regulação ainda tramita no Congresso e com ela reduzimos os riscos sistêmicos contra fraudes e lavagem de dinheiro, bem como oferecemos uma garantia maior aos investidores. E isso também é benéfico ao mercado.”

Luiz Pedro Andrade, analista de criptoativos da Nord Research

“Na prática é muito difícil de definir o que muda para as criptomoedas. O avanço dos marcos regulatórios, nos estágios que estão, pouco são influenciados pela mudança no Executivo.

Mas, do ponto de vista do investidor, é um momento muito interessante para começar a comprar criptoativos. Melhor começar por Bitcoin e Ethereum, depois busca diversificar mais. São ativos descorrelacionados da política e economia brasileira, dolarizados e que te dão a real posse sobre o seu dinheiro.

Nunca foi tão importante para o brasileiro ter criptoativos nos seus investimentos.”

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