Imagem da matéria: Ministério Público do Ceará investiga Credminer por esquema de pirâmide com Bitcoin
Foto: Reprodução

A Credminer está sendo investigada pelo Ministério Público do Ceará sob a acusação de atuar em esquema de pirâmide financeira. O processo está tramitando na 7ª Unidade do Juizado Especial Criminal no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

A ação penal nº 3003527-97.2019.8.06.0001 movida contra a empresa MDX Capital Miner Digital LTDA (nome fantasia Credminer) foi protocolada na última terça-feira (27), após a representação feita pela promotoria cearense.

Publicidade

Apesar de o processo não estar sob sigilo, os documentos da inicial dessa ação penal nãos estão disponíveis no site TJCE.

Os rumores sobre a atuação da empresa que representa Credminer ser suspeita por pirâmide financeira com a utilização de bitcoins não são novos. A MDX Capital Miner Digital LTDA já foi registro de outras “empresas” como Befito e Credclub.

Na época em que a companhia estava por trás da Credclub, ela entrou com uma ação contra o Facebook devido a comentários sobre a sua reputação, com acusações de envolvimento com fraudes financeiras.

A empresa, então, bateu às portas da Justiça de Santa Catarina para que a rede social revelasse a identidade da pessoa responsável pelas postagens que acusavam a Credclub de ser uma pirâmide.

Publicidade

Apesar de a juíza Daniela Vieira Soares, da 5ª Vara Cível, onde o processo ainda tramita, ter negado esse pedido em sede de liminar, a sua decisão foi modificada pelo Tribunal de Justiça do mesmo estado, após a empresa apresentar o recurso de agravo de instrumento.

Atuação da Credminer

De acordo com o site da Credminer, a empresa trabalha com aluguel de mineradores de criptomoedas. Apesar de não oferecer ganhos certos em porcentagem afirma que tem um “contrato altamente rentável”.

A empresa tem como um dos slogans “baixo investimento e alta lucratividade total”. A contradição, entretanto, fica clara quando a Credminer aponta que se trata de um mercado de risco, mas ao mesmo tempo garante “rendimentos pagos diariamente e prêmios pela sua produtividade”.

Ela também trabalha remunerando as pessoas que indicam novos afiliados, como as outras empresas do chamado Marketing Multinível, mas isso segundo a própria Credminer esse sistema se dá por meio de milhas.

Publicidade

A empresa se autodenomina como “a 4ª maior empresa do Marketing Multinível do Brasil e a 6ª maior mineradora de criptomoedas do mundo”. Com isso, a Credminer ainda afirma que possui “o maior número de afiliados do mundo e com estrutura de alto padrão”.

Assim como outras do ramo de marketing multinível que passaram por investigação do ministério público, a Credminer usa o termo “família” para se referir aos seus afiliados.

O negócio transnacional

De acordo a Credminer, o negócio se baseia no aluguel das máquinas de mineração que estariam em fazendas na China, no Paraguai e na Islândia da empresa parceira MDX Rental S/A.

Cada investidor recebe de acordo com a quantidade de HPM (Hash Power Measure) locado. Esse aluguel pode ser pago com Bitcoin ou com uma criptomoeda chama LQX, a qual é comercializada por um exchange de nome Liquidex.

Os investidores recebem em milhas e essas, de acordo com a empresa podem ser trocadas por LQX ou reinvestidas em novos aluguéis.

Publicidade

Sem explicação

A Credminer explicou muito bem em seu site, no entanto, sobre as suas empresas parceiras. O que se sabe da MDX Rental S/A, dona dos galpões de mineração no Paraguai, China e na Islândia, é que ela pertenceria a um ex-morador de rua chamado Antonio Silva, o qual também teria fundado a Credminer.

A exchange Liquidex que é responsável pela venda da criptomoeda LQX e de reembolsar os investidores tem como presidente Maicon Frolich e que trabalharia com arbitragem de criptomoedas, mas nada além disso é informado.

No entanto, há queixas no Reclame Aqui de que a Liquidex não paga seus clientes no prazo correto, atrasando saques. A reputação dessa empresa no site consta como regular.

A reportagem buscou também conhecer a reputação da Credminer no Reclame Aqui. A empresa não possui índice no site, mas há queixas de falta de pagamento; falta de pagamentodificuldades para efetuar o saque de dinheiro e até de pessoas que tentaram de tudo para rever o dinheiro, mas somente receberam desculpas sem qualquer solução.

VOCÊ PODE GOSTAR
Rafael Rodrigo , dono da, One Club, dando palestra

Clientes acusam empresa que operava opções binárias na Quotex de dar calote milionário; dono nega

Processos judiciais tentam bloquear R$ 700 mil ligados à One Club, empresa de Rafael Rodrigo
homem segura com duas mãos uma piramide de dinheiro

Polícia do RJ investiga grupo acusado de roubar R$ 30 milhões com pirâmide financeira

Para ganhar a confiança dos investidores, a empresa fraudulenta fazia convites para assistir jogos de futebol em camarote do Maracanã
Homem aponta controle para TV que emerge imagens em 3D

‘TV 3.0’ que chegará ao Brasil em 2025 vai precisar de internet ou conversor? Entenda

Novo sistema de transmissão para TVs promete enviar som e imagem com qualidades maiores, além de maior interatividade com o espectador
Celular com logotipo da Receita Federal sobre notas de reais

Receita alerta sobre golpe do “erro na declaração” do Imposto de Renda; veja como se proteger

Os criminosos informam supostos erros em declarações para induzir a vítima a baixar um arquivo malicioso