Imagem da matéria: Manhã Cripto: Japão regulamenta stablecoins e Nova York fica perto de proibir mineração; preço do Ethereum recua
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Apesar dos ganhos no mercado acionário americano, o clima ainda é de cautela entre investidores de criptomoedas nesta sexta-feira (3). Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) opera em leve alta de 0,7%, cotado a US$ 30.222,25, mostram dados do CoinGecko. Já o Ethereum (ETH) cai 1,7%, negociado a US$ 1.797,82. 

No Brasil, o Bitcoin avança 1,3%, para R$ 146.557,76, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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Dogecoin (DOGE) ganha 1% nas últimas 24 horas e se valoriza 4,5% em sete dias. Na quinta-feira, outra transferência de criptomoedas com valor elevado teve custo próximo a zero. Um endereço anônimo transferiu 200 milhões de tokens de Dogecoin – equivalentes a cerca de US$ 16 milhões no momento do cálculo – para outra carteira não identificada. A operação teve cobrança de rede de apenas 10 dogecoins, ou US$ 0,82. 

Outras altcoins operam entre perdas e ganhos nesta sexta-feira (3) como Binance Coin (-0,5%), XRP (+0,6%), Cardano (-0,7%), Polkadot (+0,8%), Avalanche (-0,1%) e Shiba Inu (-0,8%).  

Cenário global

O parlamento do Japão aprovou um projeto de lei nesta sexta-feira para estabelecer o status legal das stablecoins, agora definidas como dinheiro digital. As stablecoins devem estar atreladas ao iene ou outra moeda legal e garantir aos detentores o direito de resgatá-las pelo valor de face, de acordo com a nova lei, informou a Bloomberg. 

O Senado de Nova York aprovou na quinta-feira (2) um projeto de lei que impõe uma moratória no estado para novas operações de mineração de criptomoedas com o mecanismo de consenso prova de trabalho (proof-of-work, ou PoW). Com isso, todas as novas operações de mineração de prova de trabalho que dependem de combustíveis emissores de carbono enfrentarão uma proibição de dois anos, informou o The Block. A legislação segue agora para aprovação ou veto da governadora Kathy Hochul.

E a procuradora-geral de Nova York, Letícia James, alertou que o mercado de criptomoedas traz “inúmeros riscos” para investidores, como oscilações de preços muito fortes, perdas potenciais por invasões de hackers e fraudes, conforme o Wall Street Journal. 

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Perspectivas do Bitcoin

Caso feche a semana com perdas, o Bitcoin poderá registrar outro recorde negativo, com a décima semana seguida de baixa. Em artigo no Portal do Bitcoin, o CEO da Coinext, José Artur Ribeiro, diz que, com o atual cenário macroeconômico e geopolítico, o inverno cripto pode estar longe de acabar.  

“O Bitcoin está cada vez mais inserido na sociedade, dessa forma, uma política monetária como a atual pode causar impactos diferentes de outras épocas, resultando em uma demora para recuperação do ativo”, com a ressalva de que “os fundamentos do Bitcoin seguem inalterados”.

Na mesma linha, o analista da Bloomberg Intelligence, Jamie Douglas Coutts, disse que a maior criptomoeda pode entrar em um período cíclico de baixa no segundo semestre deste ano com base no histórico de períodos anteriores. 

DeFi em baixa 

Traders têm se afastado de projetos em finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês), na esteira do colapso de US$ 40 bilhões do ecosssistema Terra/Luna, segundo análise do Financial Times. Essa falta de confiança se reflete no preço do Ethereum, considerado um termômetro do mercado DeFi.  

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Depois de derreter 12% na quinta-feira (2), Solana (SOL) perde 1,8%, com queda de 6,9% na última semana. Com o apagão de quatro horas da rede na quarta-feira (1), as vendas de tokens não fungíveis na blockchain caíram 61,3%, para US$ 1,72 milhões, segundo dados do Cryptoslam. 

Outros destaques 

A corretora de criptomoedas americana Gemini está sendo processada pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) por supostamente fazer declarações falsas e enganosas sobre um contrato futuro de Bitcoin que a empresa buscava lançar em 2017, de acordo com a Reuters. 

E a Gemini anunciou a demissão de 10% dos funcionários em uma tentativa de ajudar a empresa a enfrentar o inverno cripto em meio à queda do volume de negociação, segundo comunicado dos gêmeos bilionários Tyler e Cameron Winklevoss, presidente e CEO da Gemini, respectivamente. 

Os cortes também atingem exchanges de outras regiões. A Rain Financial, uma das maiores corretoras cripto do Oriente Médio, demitiu dezenas de funcionários, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto à Bloomberg. Já a Coinbase Global, maior corretora dos EUA, informou na quinta-feira (2) que vai prolongar o congelamento de contratações para novas vagas e existentes e rescindirá várias ofertas aceitas. 

No Brasil, a startup peruana de social commerce Favo demitiu 170 funcionários e encerrou as operações por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Bloomberg Línea, a empresa citou um “cenário de crescente dificuldade”. A empresa continuará atuando no Peru. 

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Demissões, congelamentos de vagas, foco em projetos de rápido retorno e empréstimos estão entre as armas de startups e empresas de base tecnológica no Brasil para sustentar o fluxo de caixa e sobreviver a um período de aversão ao risco, mostra análise do Valor. 

Relatório da Distrito divulgado pela Exame mostra que startups brasileiras já sentem o efeito do desaquecimento econômico global. As startups captaram US$ 298,5 milhões em 40 rodadas de investimento no mês passado, uma queda de 60% ante os US$ 772,6 milhões em maio de 2021, informou a Exame. 

Dos dez aplicativos de cripto e blockchain mais baixados no Brasil, somente dois são brasileiros, segundo levantamento do site Data.AI divulgado pela Exame com a quantidade de downloads realizados em celulares Android e iOS entre 1º de janeiro e 30 de maio. Na liderança está a exchange Crypto.com, com quase 2 milhões de aplicativos baixados, seguida pela Binance, com cerca de 1,4 milhão. O Mercado Bitcoin é a primeira empresa brasileira a aparecer no ranking, na quinta posição. A BitcoinTrade, outra brasileira comprada pela argentina Ripio, ocupa o sétimo lugar. 

O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários autorizou a B3 a constituir uma empresa com foco em operações com ativos virtuais, em sociedade com a subsidiária BLK. As informações constam em ata de reunião divulgada na quarta-feira (1º) no site da CVM, informou o Valor. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

Autoridades monetárias ainda têm dúvidas sobre viabilizar suas possíveis moedas digitais (CBDCs) no varejo devido ao possível impacto sobre bancos comerciais. Mas utilizar as CBDCs no atacado tem despertado a curiosidade de especialistas, como a transferência de fundos entre instituições monetárias e bancos centrais, de acordo com o Financial Times

O coordenador do projeto do Real Digital, Fabio Araujo, disse em entrevista ao Valor que a chamada CBDC do Brasil tem a ambição de ser mais do que uma forma de pagamento, demanda já atendida pelo Pix. “A diferença fundamental entre o que temos hoje com o real e o que esperamos com a CBDC é trazer mais flexibilidade para programar as liquidações. Com isso, esperamos efetuar as transações de forma automática, reduzir os custos e aumentar a eficiência do sistema”, disse Araujo. 

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Além disso, o projeto do Real Digital desenvolvido pelo Banco Central contempla a criação de travas a saques para impedir corridas bancárias e também incentivos aos depositantes para evitar a desintermediação financeira. 

O governo de El Salvador ainda não acredita que é o momento certo para lançar o tão esperado título de bitcoin, disse o ministro das Finanças, Alejandro Zelaya, durante um programa de televisão nacional em 1º de junho, citando as condições do mercado em meio à guerra entre a Rússia e a Ucrânia. 

A indústria de criptomoedas está colocando mais dinheiro na política dos EUA do que muitos outros setores de peso do país. As doações de executivos do mercado cripto para campanhas aumentaram para mais de US$ 26 milhões nos 15 meses até março, um salto de 5.200%, segundo cálculos da Comissão Federal Eleitoral e Bloomberg. 

A ForUsAll, uma plataforma que administra planos corporativos de aposentadoria nos EUA — conhecidos pela sigla 401(k) — e com mais de US$ 1,7 bilhão de ativos sob gestão, abriu um processo contra o Departamento de Trabalho americano, que recomendou a investigação de empresas que oferecem criptomoedas como opção de investimento em previdência privada. 

Metaverso, Games e NFTs 

MariMoon, uma das primeiras influenciadoras da internet brasileira, iniciou série de vídeos educativos sobre NFTs, criptomoedas e metaverso. “A ideia é conectar especialistas e trazer novas informações ao público”, disse ao Estadão. 

E o recém-lançado Surf Junkie Club aposta na inovação para conectar surfistas no mundo todo, segundo o Estadão. Com uma coleção de NFTs assinada pelo designer Marcello Serpa, o projeto tem o objetivo de criar uma comunidade no esporte, gerando acesso e experiências para os fãs do surfe. 

Empresas de cannabis estão usando o metaverso para abrir lojas, promover o uso de maconha e vender mercadorias do mundo real e tokens não fungíveis, destaca reportagem do Wall Street Journal. 

A Binance anunciou na quinta-feira que é a patrocinadora oficial da turnê “After hours Til Dawn”, do cantor The Weeknd, segundo The Block. A Binance também fechou uma parceria com a incubadora e aceleradora HXOUSE para ajudar a lançar a coleção de tokens não fungíveis de The Weeknd com NFTs comemorativos da turnê. 

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