Imagem da matéria: Manhã Cripto: EUA confiscaram contas de traficantes de drogas na Binance; Real digital é aprovado em teste
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As criptomoedas acompanham a tendência negativa dos mercados acionários globais nesta sexta-feira (24), que caem sob o peso de resultados corporativos fracos e bancos centrais determinados a subir ainda mais os juros. 

Os investidores também buscam pistas sobre a política monetária nos EUA no relatório do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), o indicador mais acompanhado pelo banco central americano. 

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Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) recua 2,2%, para US$ 23.891,20. Em reais, o BTC tem baixa de 2,7%, negociado a R$ 123.318,84, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

Já o Ethereum (ETH) perde 1,1%, cotado a US$ 1.652,43, segundo dados do Coingecko.  

O token da rede Optimism (OP) vai na contramão e dispara 11,7% nas últimas 24 horas. Os ganhos vêm na esteira do lançamento da Base, a rede de segunda camada da Ethereum da Coinbase, maior exchange cripto dos EUA. A nova rede vai operar em colaboração com a Optimism. 

Investidores se animaram com o projeto e o token BASE, que não tem nenhuma relação com a rede da Coinbase, chegou a subir 250%, segundo o CoinDesk. 

A Coinbase disse que não planeja lançar uma criptomoeda associada à rede de segunda camada. A estreia do protocolo foi marcada por tropeços, com problemas para processar transações, por exemplo. 

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As principais altcoins são negociadas com perdas nesta sexta, entre elas BNB (-0,3%), XRP (-1,6%), Cardano (-2,5%), Polygon (-3,5%), Dogecoin (-1,5%), Solana (-2,2%), Polkadot (-3,6%), Shiba Inu (-1,6%) e Avalanche (-5%). 

Teste do real digital 

No mercado brasileiro, investidores seguem atentos aos avanços para o lançamento da moeda digital do Banco Central. 

Um projeto-chave nos testes do real digital, que pressupõe transações envolvendo a versão tokenizada da moeda brasileira e ativos digitais em plataforma descentralizada e blockchain pública, foi concluído com segurança e dentro de parâmetros aceitáveis de rastreabilidade, privacidade e compliance do BC, de acordo com reportagem do Valor Econômico. 

No piloto, desenvolvido por um consórcio liderado pelo MB (Mercado Bitcoin) e pelo protocolo Stellar, foram simuladas transações do tipo DvP (Delivery versus Payment). 

“Nossa tese era provar que é possível, viável e seguro realizar transações com ativos digitais usando uma representação do real em redes públicas. O Banco Central tem sempre essa preocupação de entender o que acontece quando [as transações] saem de suas mãos”, disse ao Valor Fulvio Xavier, responsável por projetos especiais do MB. 

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Ainda no campo da tokenização, o BTG Pactual anunciou que o token ReitBZ (RBZ) atingiu seu vencimento, o que encerra o projeto do ativo, que foi ofertado em maio de 2019, captando um total de R$ 23 milhões.  

Ripio Portal 

Enquanto isso, a plataforma Ripio lançou a Ripio Portal, uma nova carteira cripto para guardar tokens da Web3, conforme o InfoMoney. A carteira, também lançada na Colômbia, no Uruguai e no México, funciona por meio de uma extensão para os navegadores Google Chrome, Firefox e Brave. 

E, ao contrário de carteiras como a MetaMask, utiliza os mesmos dados de login que o usuário já tem na Ripio, eliminando o problema de ficar sem acesso aos ativos em caso de perda da frase de recuperação. 

Curso cripto da B3 

A B3 vai oferecer uma nova edição de um curso com certificado gratuito sobre criptoativos, de acordo com a Exame. Em parceria com a QR Asset Management, o curso “Como Investir em Cripto na Bolsa” tem como objetivo educar investidores sobre a nova classe de ativos e será 100% online. 

A QR Asset e a B3 identificaram a importância de uma segunda edição do curso com atualizações sobre os desdobramentos mais recentes do mercado cripto, marcado por um ciclo de desvalorização dos tokens e colapsos de projetos e golpes. 

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Só neste ano, a indústria cripto cortou mais de 2 mil empregos, com a Dapper Labs e Messari entre as empresas que anunciaram mais demissões recentemente. 

Entre as companhias que afundaram no Brasil está a Braiscompany, acusada de criar uma pirâmide de R$ 1,5 bilhão e que deixou de pagar rendimentos aos clientes de seu serviço de aluguel de criptoativos. 

Uma semana depois de a Polícia Federal lançar uma operação contra a Braiscompany, a empresa paraibana segue sem ninguém no comando, segundo comunicado do escritório de advocacia Orlando Virginio Penha & Associado, que representa o grupo. 

Problemas legais da Binance 

Com tantas empresas quebradas e investidores no prejuízo, a ação de reguladores aumentou no último ano. Entre as empresas mais visadas está a Binance, maior exchange cripto do mundo.

A reguladora do mercado financeiro australiano disse que está conduzindo uma “revisão direcionada” dos negócios de derivativos locais da Binance. A revisão inclui a “classificação de clientes de varejo e clientes de atacado” da corretora, disse um porta-voz da agência em comunicado nesta sexta. 

Na quinta-feira, a operação da corretora na Austrália liquidou várias posições de traders locais sem aviso prévio, surpreendendo clientes que negociam derivativos na plataforma. Após a ação, supostamente feita por engano, a corretora afirmou que vai compensar todas as perdas dos clientes. 

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Também nesta sexta, autoridades federais dos EUA informaram que apreenderam quase US$ 1,8 milhão em criptomoedas de seis contas da Binance vinculadas a traficantes de drogas. O valor foi confiscado em maio do ano passado, segundo o CoinDesk. 

De acordo com os arquivos judiciais, membros de cartéis de drogas usariam o dinheiro das vendas na corretora para comprar Bitcoin e a stablecoin Tether (USDT) e depois enviariam as criptomoedas para um outro endereço, controlado pelos grupos.

Tudo isso faria parte de uma operação contínuo dos cartéis mexicanos de usar a Binance como canal para lavagem de dinheiro.

Segundo o Coindesk, a corretora teria dado apoio à operação dos EUA contra os grupos de traficantes.

Novas acusações contra Bankman-Fried 

E uma nova acusação contra o cofundador da FTX, Sam Bankman-Fried, revela que duas pessoas teriam ajudado o ex-executivo a tentar influenciar ilegalmente a regulamentação dos criptoativos nos EUA, doando milhões de dólares para democratas e republicanos. 

Bankman-Fried é acusado de fraudes que levaram à implosão da exchange de criptomoedas no ano passado. As novas acusações, reveladas na quinta-feira em um tribunal federal de Manhattan, referem-se a duas pessoas que o governo diz terem participado do suposto esquema de financiamento de campanha. 

Cripto na guerra da Ucrânia 

Há exatamente um ano, em 24 de fevereiro, forças russas invadiam a Ucrânia. Além do impacto humano e econômico, com vidas perdidas e um país devastado, análise de Emily Nicolle da Bloomberg destaca que o papel da indústria cripto no conflito trouxe efeitos negativos e positivos. 

Se por um lado o governo ucraniano conseguiu levantar milhões de dólares em tokens por meio de doações, atividades ilícitas com criptoativos relacionadas à Rússia e à Ucrânia não recuaram como previsto, apesar das sanções. 

Um exemplo é a Garantex, uma exchange cripto com operações em Moscou sancionada pelos EUA em abril. A corretora mais que dobrou seu volume de negócios, para US$ 18,4 bilhões ao longo de 2022, mostra relatório da empresa de dados blockchain TRM divulgado na quinta-feira e publicado pela Bloomberg. 

Outros destaques das criptomoedas  

O Fundo Monetário Internacional estabeleceu um plano de ação de nove pontos sobre como os países devem abordar os criptoativos, informou a Reuters. No ponto número 1, o FMI recomenda não atribuir status de curso legal às criptomoedas, como foi o caso de El Salvador, primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda oficial em 2021, passo que foi seguido pela República Centro-Africana.  

O Fundo disse que seu Conselho Executivo discutiu o estudo “Elementos de Políticas Eficazes para Criptoativos”, destacando que a adoção de medidas apropriadas se tornou prioridade para autoridades após o colapso de várias exchanges e ativos cripto nos últimos dois anos, acrescentando que não fazer nada agora é “insustentável”. 

Nos EUA, reguladores voltaram a alertar bancos para estarem atentos aos riscos de liquidez relacionados às criptomoedas, em novo apelo das autoridades para limitar a vulnerabilidade da economia ao mercado cripto, de acordo com o Wall Street Journal. Em comunicado conjunto na quinta-feira, o Federal Reserve, o Escritório do Controlador da Moeda (OCC) e a Corporação Federal Asseguradora de Depósitos (FDIC) afirmaram que os bancos devem aplicar uma gestão de risco eficaz ao lidar com depósitos vinculados a entidades da indústria cripto. 

Um manuscrito original do famoso romance “Snow Crash”, juntamente com outros itens digitais e físicos relacionados ao livro, serão leiloados pela Sotheby’s a partir da próxima segunda-feira (27), de acordo com o Decrypt. Snow Crash, publicado em 1992 e de autoria de Neal Stephenson, é conhecido por cunhar o termo “metaverso”. A casa de leilões espera lances entre US$ 40 mil e US$ 60 mil pelo manuscrito, que nunca havia sido exposto ao público. 

Ovie Faruq e Mike Anderson, ex-traders de renda fixa do Barclays, obtiveram lucro de 700% com a venda de 72 tokens não fungíveis (NFTs) da coleção Bored Ape Yacht Club, segundo a Bloomberg. Cada NFT foi vendido em uma faixa entre 78,08 e 78,18 ETH esta semana, somando US$ 9,25 milhões, de acordo com transações registradas no OpenSea. Faruq disse que o investimento inicial foi de cerca de US$ 1,14 milhão. 

O JPMorgan Chase reforçou sua aposta em web3 com o anúncio de um “hub de inovação na Grécia para o desenvolvimento de projetos no setor, segundo informações publicadas no Twitter por Ty Lobban, responsável pela Onyx, uma plataforma de finanças descentralizadas adquirida pelo banco recentemente.  

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