Imagem da matéria: Manhã Cripto: EUA aumentam artilharia contra Binance; BC prepara testes do real digital e CVM nega pedido para futuros de Bitcoin na bolsa
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As maiores criptomoedas andam de lado nesta segunda-feira (6), em linha com os índices acionários das bolsas globais, onde investidores reagem a dados abaixo do esperado da economia da China, que espera crescer cerca de 5% neste ano. 

No mercado cripto, investidores ficam de olho na crise do banco Silvergate, que fechou uma plataforma-chave usada por instituições para fazer transferências a exchanges. Também acompanham o escrutínio cada vez mais pesado de autoridades dos EUA sobre as operações da Binance no país – um advogado da agência reguladora americana disse que a unidade Binance.US estaria operando sem registro no país.

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O Bitcoin (BTC) opera com estabilidade nas últimas 24 horas, cotado a US$ 22.406,40, segundo dados do Coingecko. No Brasil, o BTC registra alta de 0,2%, negociado a R$ 117.256,02, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

Para especialistas, o mercado agora precisa decidir o quanto ainda vai precificar os problemas do Silvergate. “Não parece que a questão do Silvergate esteja levando a um amplo contágio. E talvez já tenhamos visto a maior parte da queda associada a essas notícias”, disse Matt Weller, chefe global de pesquisa da Forex.com, em entrevista ao CoinDesk TV, acrescentando que, no entanto, o BTC poderia testar os US$ 20 mil ou até US$ 18 mil. 

O Ethereum (ETH) também mostra pouca variação nesta segunda, com baixa de 0,2% e cotado a US$ 1.564,77.  

Dados da Dune publicados pelo Decrypt mostram que apenas 16% dos investidores com ETH travados na blockchain estão no lucro antes da próxima grande atualização da rede, a Shanghai, agora prevista para abril. 

As altcoins são negociadas em baixa nesta segunda, entre elas BNB (-1,8%), XRP (-2,7%), Cardano (-1,4%), Dogecoin (-2,3%), Polygon (-1,4%); Solana (-2,6%), Polkadot (-0,9%), Shiba Inu (-1,4%) e Avalanche (-0,8%). 

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LDO, token nativo da Lido DAO, recua 4% depois de mergulhar 10% com rumores de que teria recebido uma notificação da SEC por seu serviço de staking de criptomoedas, ou renda passiva com o depósito de tokens. 

Testes do real digital 

O real digital entra em fase de testes nos próximos dias, já com um protótipo do que será a versão “tokenizada” da moeda brasileira, destaca o Valor Econômico.  

De acordo com o jornal, os detalhes da nova tecnologia, que permitirá a programação do dinheiro e conectará até veículos e eletrodomésticos ao sistema financeiro, deverão ser conhecidos nesta segunda-feira durante a apresentação dos estudos dos coordenadores do projeto. 

Fulvio Xavier, responsável por projetos especiais do MB (Mercado Bitcoin), disse ao Valor que o BC deve fazer um convite para que todos os participantes do setor contribuam no desenho da nova tecnologia. “Rede permissionada precisa de outros nós e a infraestrutura precisa ser compartilhada para poder funcionar.” 

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Ainda no mercado brasileiro, o pedido da B3 para o lançamento de um produto de investimento baseado em futuros de Bitcoin foi reprovado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), segundo informou a agência ao Cointelegraph. 

A CVM disse que o pedido foi negado por não cumprir alguns requisitos da Resolução CVM 135. Ao Cointelegraph, a B3 informou que irá apresentar um novo pedido. 

Binance nos EUA 

A Binance, maior exchange cripto do mundo, tentou contratar Gary Gensler como consultor anos antes de ele assumir a presidência da SEC, a CVM dos EUA, de acordo com reportagem do Wall Street Journal, que cita mensagens internas de funcionários da corretora. Gensler recusou a proposta, que surgiu durante conversas entre 2018 e 2019, quando o atual presidente da SEC era professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.  

Gensler teria se encontrado em 2018 com Ella Zhang, ex-chefe da unidade de venture capital da Binance, e Harry Zhou, que trabalhava para uma empresa financiada pela exchange na época, de acordo com o WSJ. 

“Observo que, embora Gensler tenha recusado a assessoria, ele foi generoso em compartilhar estratégias de licenciamento”, escreveu Zhou em um chat privado sobre as conversas, de acordo com mensagem reproduzida pelo jornal. 

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Segundo o WSJ, a estratégia da gigante cripto revelada nas mensagens era a de se esquivar do escrutínio nos EUA, onde sua afiliada, a Binance.US, opera de forma independente, como alegou a corretora em diversas ocasiões. 

Compra da Voyager Digital 

Mas a conexão entre as duas entidades é cada vez mais questionada por autoridades americanas, o que tem dificultado o plano da Binance.US de comprar os ativos da Voyager Digital, uma plataforma de crédito cripto que pediu recuperação judicial no ano passado. 

Falando em audiência para determinar se a Voyager deve ser vendida, William Uptegrove, um advogado da SEC, disse na sexta-feira (3) que a equipe da agência acredita que a Binance.US está operando uma exchange não registrada nos EUA, segundo o CoinDesk. 

Outro problema, segundo Uptegrove, são os tokens que a Voyager pretende emitir para pagar credores. Para ele, essas criptomoedas são valores mobiliários e precisam ser reguladas. 

O advogado observou que as opiniões da equipe da SEC não refletem necessariamente a visão dos cinco comissários à frente da reguladora. 

A Binance.US rebateu as alegações: “É lamentável que um membro da equipe da SEC faça alegações de que a Binance.US e plataformas como a nossa estão operando uma exchange não registrada, sem especificar os ativos listados em nossa exchange que a SEC considera valores mobiliários”, disse um porta-voz da empresa à Bloomberg. 

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Stablecoins na mira 

Além da compra da Voyager, a stablecoin da marca Binance, a BUSD, também se tornou alvo de reguladores. Sob uma ordem da SEC, a Paxos Trust, parceira da Binance, foi proibida de emitir a stablecoin no mercado americano. 

Com isso, a BUSD já perdeu mais de 40% de participação de mercado desde o anúncio da suspensão em 13 de fevereiro, com capitalização abaixo de US$ 9 bilhões, mostram os dados mais recentes do CoinGecko. 

A Tether pode ser outra a entrar no radarreportagem do Wall Street Journal revelou que as companhias que apoiam a maior stablecoin do mundo usaram documentos falsos e empresas de fachada para ajudar a controladora a entrar no sistema bancário. 

Colapso do Silvergate 

Outra empresa que deve ser acompanhada de perto por investidores do mercado cripto nesta semana é o Silvergate Capital, cujas ações despencaram após anunciar possíveis investigações por autoridades nos EUA e problemas de liquidez, o que resultou numa debandada de clientes e parceiros comerciais

O investidor veterano Marc Cohodes, que tem apostado na queda das ações do Silvergate desde o ano passado, agora espera que o banco com foco em cripto encerre as operações dentro de uma semana. 

Cohodes postou fotos de um escritório do Silvergate aparentemente deserto no Twitter. “Eu ficaria muito surpreso se o banco estivesse aberto na próxima semana”, disse Cohodes ao The Block. 

O banco fechou sua plataforma “SEN” usada por instituições para fazer transferências a exchanges cripto. 

“Com efeito imediato, o Silvergate Bank tomou uma decisão baseada no risco de descontinuar a Silvergate Exchange Network (SEN)”, disse a empresa em seu site na sexta-feira. “Todos os outros serviços relacionados a depósitos permanecem operacionais.” 

Além de ser citado em supostas transações irregulares da Binance, o banco com sede na Califórnia foi atingido por seus laços com a exchange cripto FTX e a Alameda Research, braço de trading da corretora. As ações do Silvergate caíram cerca de 95% em 12 meses. 

E por falar em FTX, o fundador do antigo império, Sam Bankman-Fried, agora só pode se comunicar por meio de um celular flip, sem acesso à internet, enquanto estiver sob liberdade condicional, disseram promotores nos EUA. Ou seja, um aparelho muito usado quando ele tinha cerca de 3 anos, destaca a Bloomberg.  

Promotores estão preocupados que Bankman-Fried possa usar o aplicativo de mensagens Signal para influenciar possíveis testemunhas. O acesso de SBF a sites também foi limitado. 

Crise da Braiscompany 

No Brasil, o foco também segue na Braiscompany. O departamento jurídico de uma empresa chamada Columbia Investimentos & Participações, que fornecia garantias para a Braiscompany, publicou uma nota em seu site onde afirma que foi “lesada em sua boa-fé e financeiramente” pela empresa de Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, que se encontram foragidos das autoridades brasileiras. 

Enquanto isso, Clélio Cabral — o mais conhecido ‘broker’ da Braiscompany — manifestou desgosto com o que está acontecendo na empresa. Ele também aproveitou para apagar do feed do Instagram as fotos que ostentava com os fundadores foragidos, segundo reportagem do Portal do Bitcoin.  

Cabral, que ajudava a promover os jogos com Ronaldinho Gaúcho para captar clientes para a Braiscompany, ainda não retornou pedido de comentário. 

Outros destaques das criptomoedas   

Um cofundador da Babel Finance aposta que uma nova stablecoin pode resolver a crise financeira da plataforma de empréstimos de criptomoedas, que suspendeu saques no ano passado, conforme a Bloomberg. Yang Zhou, agora o único diretor da Babel, planeja entrar com pedido de proteção contra credores no tribunal superior de Singapura, para que estes não tomem mais medidas contra a empresa por até seis meses, enquanto busca aprovação para seu plano de reestruturação.  

Enquanto isso, outra empresa de crédito cripto, a Celsius Networkliberou retiradas de ativos em certas contas de custódia, de acordo com um tuíte. Usuários qualificados poderão sacar todos os fundos de suas contas até um certo limite, disse a empresa em seu blog. A Celsius obteve aprovação para processar determinados saques de acordo com várias ordens judiciais dos EUA em janeiro. 

De olho em investidores institucionais, a Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, anunciou a compra da One River Digital Asset Management, uma gestora institucional de ativos digitais, segundo comunicado. Os valores do acordo não foram revelados. Além disso, a Coinbase também informou que a Base, sua nova blockchain de segunda camada do Ethereum, integrou o Chainlink em sua rede de testes para fornecer feeds de preços seguros e off-chain para desenvolvedores de aplicativos descentralizados. 

O Uniswap Labs, que dá suporte à Uniswap, maior exchange descentralizada (DEX) no Ethereum, planeja lançar uma carteira cripto móvel para usuários do iPhone, mas a Apple não está animada com a ideia. “A Apple ainda não deu luz verde ao nosso lançamento e não sabemos por quê – respondemos às suas preocupações, respondemos a todas as perguntas e reiteramos que estamos 100% em conformidade com suas especificações”, disse um porta-voz do Uniswap Labs ao CoinDesk. 

Em entrevista ao Financial Timeso escritor de ficção científica Neal Stephenson – que previu várias inovações digitais, como assistentes de voz e criptomoedas, e cunhou o termo metaverso em seu romance “Snow Crash” – disse que a popularização do mundo virtual pressupõe experiências que despertem o interesse das pessoas. “Não haverá um metaverso que seja usado por milhões de pessoas até que contenha experiências que milhões de pessoas considerem que valem a pena ter”, afirmou. 

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