Imagem da matéria: Manhã Cripto: Crise das criptomoedas atinge mais uma empresa; Preço do Bitcoin recua e dificuldade de mineração despenca 
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O rali do Bitcoin teve vida curta e a terça-feira (6) traz novamente perdas para as moedas digitais mesmo diante de novos sinais de força da economia americana, o que poderia adiar um afrouxamento monetário nos EUA. 

O Bitcoin (BTC) mostra queda de 1,9% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 17.017,89, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) recua 3,2%, para US$ 1.260,96.  

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Em reais, o Bitcoin perde 07%, cotado a R$ 89.666,32, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

As altcoins também operam no vermelho, entre elas BNB (-2,5%), XRP (-2,8%), Dogecoin (-4,4%), Cardano (-3,2%), Polygon (-3,2%), Polkadot (-4%), Shiba Inu (-4,3%) e Avalanche (-4,6%). Solana mostra pouca variação, em alta de 0,1%. 

Crise na Maple Finance 

A Orthogonal Trading deixou de pagar US$ 36 milhões em empréstimos ao protocolo de crédito cripto Maple Finance depois que os fundos da empresa de investimento ficaram bloqueados na exchange cripto FTX. 

O default de um dos principais players do ecossistema da Maple Finance afeta cerca de 30% dos empréstimos ativos no protocolo. Em resposta, a Maple Finance cortou os laços com a Orthogonal Trading, entidade controladora que administra um fundo de hedge cripto e uma plataforma de crédito, de acordo com comunicado. 

Outra empresa afetada é a Nexus Mutual, que oferece seguro alternativo para traders de finanças descentralizadas. A empresa espera perdas de cerca de US$ 3 milhões com seu investimento em um pool de crédito na Maple Finance, segundo comunicado

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Diante de tantas empresas afetadas pela implosão da FTX, o Goldman Sachs está em busca de pechinchas. Em entrevista à Reuters, Mathew McDermott, chefe de ativos digitais do Goldman, disse que o banco americano pretende gastar dezenas de milhões de dólares para investir ou comprar empresas da indústria cripto. 

Bitcoin hoje 

O Bitcoin reverte o rali que havia sido impulsionado pela perspectiva de alívio monetário nos EUA, o que poderia aumentar o apetite por ativos de risco, como as criptomoedas. Um relatório do setor de serviços nos EUA divulgado na segunda-feira (5) mostrou expansão em novembro, um sinal de que a economia americana ainda não esfriou o suficiente.  

Edward Moya, analista sênior da formadora de mercado cambial Oanda, destacou que os dados podem levar o banco central dos EUA a elevar mais os juros para frear a inflação do que investidores têm precificado. 

Em entrevista à Bloomberg TV, Hannah Gooch Peters, analista global de investimentos em renda variável da Sanlam UK, diz que o mercado pode esperar mais volatilidade. “A inflação (nos EUA) ainda não está sob controle.” 

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Rumo do Bitcoin 

Em meio aos desafios do inverno cripto e do cenário macroeconômico, investidores buscam pistas sobre a trajetória do Bitcoin. 

Enquanto o veterano Mark Mobius vê a maior criptomoeda em US$ 10 mil e o Standard Chartered espera uma baixa de 70% do BTC, para cerca de US$ 5 mil em 2023, Juan Pellicer, chefe de pesquisa do IntoTheBlock, é mais otimista, dizendo que uma “queda rápida para o nível de US$ 10 mil a US$ 12 mil parece extrema, a menos que surja um catalisador muito negativo”. 

Ainda assim, alguns fatores relativos ao desempenho do Bitcoin preocupam, como seu nível de dominância, atualmente abaixo de 40% e sem grandes oscilações em meio à crise provocada pela corretora cripto FTX, de acordo com a Bloomberg. Além disso, os contratos futuros de BTC também sinalizam perdas em 2023. 

A desvalorização do Bitcoin e o aumento dos custos atingem em cheio mineradores, que estão desligando as máquinas. A atividade de mineração de BTC registrou queda de 7,2%, o maior declínio desde julho de 2021, mostram dados da BTC.com. 

O Ethereum não sai ileso. Com o menor uso da rede após a quebra da FTX, a segunda maior criptomoeda voltou a ser inflacionária, destaca o CoinDesk. Isso quer dizer que o volume de ETH emitido agora supera o volume de tokens queimados. 

Outros destaques das criptomoedas

A declaração de criptomoedas por traders que operam em corretoras estrangeiras caiu quase pela metade em outubro, conforme relatório mensal da Receita Federal publicado na segunda-feira (5). Se em setembro operadores brasileiros declararam uma movimentação de R$ 646 milhões em exchanges no exterior, em outubro o valor negociado em plataformas fora do país caiu para R$ 382 milhões — uma queda de 40,8%. 

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A atividade de negociação na Binance, maior exchange cripto do mundo, deu um salto de 30% em novembro na esteira do pedido de recuperação judicial da FTX, de acordo com a Bloomberg. O volume negociado na Coinbase e na Kraken também aumentou no período. 

O Serviço Secreto dos EUA (USSS), agência federal responsável por conduzir investigações criminais e proteger figuras políticas, apreendeu cerca de R$ 1,5 milhão em criptomoedas mantidas nas contas de dois clientes da Binance. Um relatório mostra que um dos alvos da apreensão, identificado como Srunchhay Kov, teve 200.352 USDT confiscados na corretora no dia 7 de outubro, na Califórnia. 

A exchange de criptomoedas KuCoin contratou a Mazars para auditar seu relatório de prova de reservas, que deve ser divulgado nas próximas semanas, informou o The Block. O relatório tem como objetivo informar se os ativos da corretora estão garantidos. 

A Circle Internet Financial, que opera a stablecoin USD Coin, desistiu de abrir o capital por meio de uma fusão com a chamada empresa de cheque em branco Concord Acquisition, informou o Wall Street Journal. A Circle ainda planeja realizar uma oferta pública de ações. 

Regulação e CBDCs 

O governo do Reino Unido finaliza planos para regular o setor de criptoativos, o que vai incluir limites para empresas estrangeiras que vendem no país, dispositivos sobre como lidar com o colapso de empresas e restrições à publicidade de produtos, informou o Financial Times. Os ministros lançarão em breve uma consulta sobre o novo regime regulatório, em meio à urgência do assunto devido à quebra da FTX. 

Nos EUA, a Comissão Federal de Comércio está investigando várias companhias cripto sob a acusação de que seus anúncios são ambíguos ou enganosos, disse a agência na segunda-feira. “Estamos investigando várias empresas por possível má conduta em relação aos ativos digitais”, disse a porta-voz da FTC, Juliana Gruenwald Henderson, em comunicado à Bloomberg News. Ela não quis dar mais detalhes, pois as investigações são confidenciais. 

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Devido a um impasse com reguladores americanos, a plataforma de crédito cripto Nexo vai deixar de oferecer produtos nos EUA nos próximos meses, com a suspensão em oito estados do acesso ao seu programa Earn Interest Product, que oferece renda passiva, conforme o CoinDesk. A empresa não vai mais aceitar clientes em território americano. 

Na União Europeia, a ESMA, agência reguladora de valores mobiliários, vai apertar o cerco contra empresas cripto sem autorização para operar no bloco, segundo o The Block. A agência é responsável por implementar os detalhes do marco cripto da UE, conhecido como MiCA, que deve entrar em vigor em 2024. Enquanto isso, Malta, que faz parte da UE, pretende retirar provedores de serviços de tokens não fungíveis (NFTs) de sua legislação cripto. 

Metaverso, Games e NFTs 

A Coca-Cola se uniu à Crypto.com para lançar uma coleção de 10 mil NFTs da Copa do Mundo, em uma jogada para tentar capitalizar a febre da web3 durante o Mundial do Catar. Os NFTs serão desenvolvidos e hospedados na plataforma NFT da Crypto.com por GMUNK, um artista digital que já trabalhou com a Nike, DoorDash e o músico Grimes. 

O Dicionário Oxford elegeu a expressão goblin mode como a palavra do ano, que venceu a disputa com as finalistas metaverse (metaverso) e a hashtag IStandWith (EuApoio), segundo o o New York TimesGoblin mode, que recebeu 93% dos mais de 340 mil votos, é uma gíria que se refere a “um tipo de comportamento que é assumidamente autoindulgente, preguiçoso, desleixado ou ganancioso, geralmente de uma forma que rejeita normas ou expectativas sociais”. O Dicionário Oxford explica que a expressão pretende refletir “o ethos, o humor ou as preocupações” do último ano.  

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