Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) recua para abaixo de US$ 25 mil; Coinbase tem prejuízo e G20 discute regulação cripto 

Investidores seguem tendência negativa de Wall Street, onde o S&P 500 teve pior dia em dois meses; criador da FTX trava disputa com a Voyager
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Foto: Shutterstock

As criptomoedas acompanham a onda vendedora no mercado acionário global, após o pior dia em dois meses do índice S&P 500. Investidores aguardam detalhes sobre o rumo dos juros nos EUA na ata do banco central americano, que será divulgada nesta quarta-feira de cinzas (22). 

O Bitcoin (BTC) recua 2,7% nas últimas 24 horas, para US$ 24.117,52. Em reais, o BTC cai 2,2%, negociado a R$ 125.805,23, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB). 

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Já o Ethereum (ETH) tem queda de 2,6%, cotado a US$ 1.640,75, segundo dados do Coingecko.  

Polygon (MATIC) também é destaque de baixa, com queda de 5,9% nas últimas 24 horas após a blockchain anunciar a demissão de 20% da força de trabalho. 

As principais altcoins operam em terreno negativo ou estáveis, entre elas BNB (-1,9%), XRP (-1%), Cardano (-2,9%), Dogecoin (+0,1%), Solana (-6,6%), Polkadot (-3%) e Shiba Inu (-2,8%). Avalanche vai na contramão e sobe 1,5%. 

Prejuízo da Coinbase 

Em meio à desaceleração do mercado, o volume de negócios da exchange americana Coinbase caiu para US$ 145 bilhões no quarto trimestre, em comparação com US$ 547 bilhões no mesmo período do ano anterior, uma queda de 73%, segundo informado pela Reuters. Como consequência, a corretora registrou prejuízo de US$ 557 milhões nos três meses encerrados em 31 de dezembro frente a um lucro de US$ 840 milhões há um ano.  

Um ponto positivo foi a receita de assinaturas e serviços, que aumentou cerca de 33%, para US$ 282,8 milhões no quarto trimestre, como reflexo das maiores taxas de juros. 

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Para melhorar o desempenho da empresa, a diretora financeira da Coinbase, Alesia Haas, não descarta mais demissões. “Estamos procurando melhorar o EBIDTA ano após ano”, disse Haas em entrevista à Bloomberg, em referência ao lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortizações. Se descobrirmos que não somos capazes de fazê-lo, dimensionaremos corretamente nossas despesas. Somos ágeis, tomaremos as medidas necessárias.” 

Foco em regulação  

Em conversa com analistas sobre o balanço, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, que tem ido frequentemente a Washington, disse que o cenário legislativo e regulatório será prioridade este ano. 

Armstrong identificou a legislação em torno das stablecoins como uma área de foco na formulação de políticas cripto, bem como definições mais claras sobre o que constitui uma commodity ou valor mobiliário na indústria. 

As stablecoins viraram alvo de reguladores nos EUA, o que levou a Paxos a suspender a emissão da stablecoin BUSD, que leva a marca da Binance, maior exchange cripto do mundo. O CEO da Binance, Changpeng “CZ’ Zhao, já avisou que vai pausar investimentos no mercado americano devido à investida de autoridades. 

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Em e-mail a funcionários visto pela Reuters, o CEO da Paxos, Charles Cascarilla, disse que a empresa está em “discussões construtivas com a SEC” e que a empresa pretende seguir com o diálogo de forma privada. 

Em meio à pressão regulatória, o gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Agustin Carstens, disse em discurso nesta quarta que tem ““sérias dúvidas sobre a capacidade das stablecoins de funcionarem como dinheiro”.  

Mesmo sob o olhar mais crítico de reguladores, a Euro Coin (EUROC), uma stablecoin atrelada ao euro, começa a ser negociada hoje (22) na Coinbase em regiões onde essas transações são permitidas, conforme o The Block. 

Processos contra Sam Bankman-Fried 

Além das investigações criminais sobre o colapso da FTX, o fundador da corretora, Sam Bankman-Fried (SBF), também é alvo de processo de credores da plataforma de empréstimos cripto Voyager Digital, que pediu recuperação judicial no ano passado. 

Advogados tentam impedir que a mãe de SBF, Barbara Fried, seja intimada para apresentar documentos, pois argumentam que o intimado deveria ser a pessoa citada no processo, ou seja, seu filho. Os credores participam de nova audiência sobre o assunto nesta quarta, conforme o CoinDesk

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Desde ontem (21), clientes da FTX no Japão já podem sacar fundos que ficaram bloqueados após a quebra da exchange. O processo dos saques será facilitado por meio da Liquid Japan, uma plataforma de negociação cripto comprada pela FTX no fim do ano passado. 

A segregação patrimonial, que consiste em separar os recursos de clientes dos fundos das corretoras, ficou de fora da Lei de Criptomoedas aprovada no Brasil em novembro de 2022. Mas essa é uma regra que reguladores nos EUA querem implementar para evitar novas quebras como a da FTX. 

E a nova regulamentação para a custódia de criptoativos proposta pela SEC, a CVM dos EUA, pode abrir caminho para que mais gigantes de Wall Street entrem no ramo, com parcerias entre grandes bancos e empresas cripto para o lançamento de serviços, de acordo com a Bloomberg

Outros destaques das criptomoedas 

Os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 começam a discutir nesta quarta (22) problemas da dívida de economias em desenvolvimento, regulação de criptoativos e pressões inflacionárias globais, informou a Reuters.

A reunião, que termina no próximo sábado (25) e acontece no resort de Nandi Hills, nos arredores de Bengaluru, é o primeiro grande evento da presidência da Índia à frente do G20. Além da guerra na Ucrânia, cuja invasão pela Rússia completa um ano em 24 de fevereiro, o grupo também vai debater a reforma dos bancos de desenvolvimento e tributação internacional. 

Após o anúncio dos planos de Hong Kong para voltar a permitir a negociação de criptos por investidores de varejo, Justin Sun, fundador da blockchain Tron e conselheiro da exchange cripto Huobi, disse ao jornal Nikkei Asia que pretende mudar a sede da empresa de Singapura para o território autônomo chinês. Sun também pretende expandir as operações da Huobi no centro financeiro, aumentando o número de funcionários de 50 para 200 até o fim do ano. 

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Pagamentos a hackers devido a ataques de ransomware, que já paralisaram hospitais, escolas e infraestrutura pública, caíram significativamente em 2022, de acordo com autoridades federais, analistas de segurança cibernética e empresas de blockchain ouvidos pelo Wall Street Journal.  

O grupo de segurança cibernética Mandiant, da Alphabet, dona do Google, disse que respondeu a menos invasões de ransomware em 2022, uma queda de 15% em relação a 2021. Relatório da Chainalysis divulgado anteriormente apontou pagamentos de US$ 457 milhões no ano passado, 40% a menos do que em 2021. 

Especialistas em cibersegurança têm um novo desafio, como a criação de tokens falsos inspirados em inteligência artificial, segundo dados da PeckShiled e do CoinDesk. Ainda assim, o tema desperta forte interesse, como no mundo dos games, revela reportagem da Forbes. 

Em outro campo, a startup Kaito AI, um mecanismo de busca para cripto com inteligência artificial, captou US$ 5,3 milhões em uma rodada liderada pela Dragonfly Capital, com participação da Sequoia Capital, Jane Street, entre outros investidores, de acordo com o The Block. A Kaito está entre as empresas cripto com sorte. A captação de recursos por empresas de venture capital caiu ao menor nível desde 2013, em meio aos desafios macroeconômicos. 

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