Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) decola 7% e rompe a barreira de US$ 23 mil em meio a onda otimista

Balanços positivos em Wall Street e expectativa de aumento moderado dos juros nos EUA trazem mais apetite por risco e turbinam preço das criptomoedas
Foguete do Bitcoin decolando

Shutterstock

Investidores dão continuidade nesta quarta-feira (20) ao forte rali global que impulsiona ações e criptomoedas. Com a perspectiva de que os mercados possam ter encontrado um piso após a onda vendedora, o otimismo também é alimentado por balanços positivos em Wall Street, entre eles os da Netflix e Goldman Sachs, e expectativa de que os juros nos Estados Unidos vão subir dentro do esperado. 

O Bitcoin (BTC) sobe 7,4% nas últimas 24 horas, para US$ 23.561,65, segundo dados do CoinGecko. No Brasil, a maior criptomoeda tem valorização de 6.7%, cotada a R$ 127.205,52, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

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As altcoins acompanham o movimento, algumas com ganhos de dois dígitos, como a Dogecoin, que dispara 12,4%. Outros tokens em alta incluem Binance Coin (2,8%), XRP (4,8%), Cardano (9,9%), Solana (+0,7%), Polkadot (+1,7%), Polygon (+2,5%), Shiba Inu (+11%) e Avalanche (6,5%). 

Rali do Ethereum 

O Ethereum (ETH) sobe apenas 1,3% no dia, negociado a US$ 1.553,04. Mas o desempenho do segundo maior token em sete dias, com ganho de 50%, supera de longe a alta do BTC no período, em torno de 21%. 

Um dos motivos por trás dos ganhos do Ethereum e de outros tokens é a esperada fusão, ou “Merge”, da blockchain, que irá resultar em um mecanismo de consenso com menor impacto ambiental. Na segunda-feira (18), o ETH ultrapassou a média móvel de 50 dias pela primeira vez em três meses, embora um analista tenha alertado contra a expectativa de ganhos rápidos da criptomoeda, segundo o CoinDesk

Investidores também acompanham a “Ethereum Community Conference” (EthCC), que deu largada na terça-feira (19), em Paris. O cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, fala no evento amanhã (21). 

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‘Crise de crédito’ 

O fundador e CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, afirmou que não se incomoda em perder um pouco de dinheiro para ajudar a salvar empresas do setor cripto que estão à beira da falência. “Tudo bem fazer um negócio moderadamente ruim para ajudar a recuperar um player”, disse SBF na terça-feira (19), durante o Bloomberg Crypto Summit, em Nova York. 

Bankman-Fried acredita que o inverno cripto ajudou a mudar o foco de investidores, levando-os a associar os valores das empresas à lucratividade, e não apenas à receita. “Lucratividade era meio que um palavrão por vários anos, e voltou ao jargão dos investidores.” 

Também presente ao evento, Mike Novogratz, o bilionário fundador da Galaxy Digital Holdings, disse que a recente turbulência no mercado de criptoativos representa uma “completa crise de crédito” e reconheceu que estava “muito errado” sobre a magnitude da alavancagem no sistema. Para ele, o caos fez a indústria parecer “um bando de idiotas”. 

Os dois executivos chamaram a atenção para as falhas na gestão de risco e o papel dos reguladores, “que não fizeram muito para proteger os investidores”, criticou Novogratz. 

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No entanto, a senadora republicana Cynthia Lummis, de Wyoming, afirmou na mesma conferência que o projeto de lei para regular a indústria cripto, apresentado em conjunto com a democrata Kirsten Gillibrand, dificilmente será votado este ano. 

Sobe e desce 

Ao superar a barreira dos US$ 23 mil, o Bitcoin pode finalmente conseguir sair da faixa entre US$ 19 mil e US$ 22 mil na qual tem sido negociado há um mês. Mas análise de Chris Nagi, da Bloomberg, alerta para os riscos trazidos ao mercado cripto pelo perfil do investidor obcecado com o preço do Bitcoin e que busca enriquecer rápido, o que provoca grandes oscilações na criptomoeda e faz com que projetos ruins pareçam bons.  

Sem desconsiderar os problemas trazidos pela alavancagem excessiva de empresas e falta de regulação, o artigo destaca que, se de fato o objetivo é que o Bitcoin seja um meio de comércio, o preço não deveria importar tanto.  

Tratar cripto simplesmente como um ativo volátil pode trazer sérias consequências, aponta Nagi, entre elas o “risco de que todo o movimento para cima e para baixo incite continuamente ciclos que ‘incendeiam’ o capital de investimento que poderia ter encontrado um uso produtivo”.  

Outros destaques 

Com foco em orientar investidores e aumentar o conhecimento sobre a indústria cripto, o MB oferece aulas gratuitas na Sala de Traders.  As aulas são conduzidas ao vivo no canal da exchange no YouTube, de segunda a sexta-feira, em dois horários: das 9h30 às 11h30 e das 17h às 18h. “Com mais informação e técnica, os investidores poderão operar de forma eficiente e ter maior retorno nas suas operações”, explicou Alessandra Manicardi, diretora do MB Traders, em entrevista ao E-Investidor. 

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O Pravaler emitiu R$ 60 milhões em debêntures que foram tokenizadas, conforme o E-Investidor. A emissão foi coordenada pela Vórtx QR Tokenizadora, e os papéis saíram com remuneração de CDI mais 3% ao ano. Os recursos serão destinados a investimentos em tecnologia. 

A startup argentina Agrotoken está pronta para atuar no Brasil e projeta digitalizar cerca de 100 mil toneladas de grãos no país até dezembro, informou o Valor. A primeira operação foi feita em parceria com a AgroGalaxy, uma das maiores distribuidoras de insumos agrícolas do país. 

A XP Investimentos abriu na terça-feira (19) as inscrições para a lista de espera do Xtage, o serviço de compra e venda de criptomoedas para clientes. A empresa enviou e-mail para sua base de usuários dando detalhes de como será o processo de negociação. 

A Binance prepara a manutenção das carteiras de dezenas de criptomoedas negociadas na plataforma da corretora. O procedimento será realizado na quinta-feira (21), às 3h de Brasília, e deve durar cerca de duas horas. 

Exchanges como Coinbase e Gemini demitiram funcionários e rescindiram ofertas de emprego como resultado da crise do mercado cripto, mas recrutadores dizem que a demanda por especialistas em gestão de risco e compliance ainda é alta no setor, especialmente entre startups, destaca o Wall Street Journal

A Crypto.com, com sede em Singapura, e a plataforma de investimentos alemã Trade Republic obtiveram registro como operadoras de criptomoedas na Itália, seguindo os passos de rivais como Binance e Coinbase, de acordo com a Reuters. Outra que recebeu o sinal verde do governo italiano foi a provedora de custódia de ativos digitais BitGo. 

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O banco francês BNP Paribas fechou uma parceria com a empresa de infraestrutura cripto Metaco para serviços de custódia, informou o CoinDesk, que citou três pessoas com conhecimento do acordo. 

O hedge fund cripto Three Arrows Capital (3AC) tomou emprestado e pagou mais de US$ 2 bilhões da empresa de serviços cripto Blockchain.com em um período de quase quatro anos antes de seu processo de liquidação, segundo documentos vistos pelo The Block. 

Regulação, Cibersegurança e CBDCs 

A corretora de criptomoedas Huobi anunciou que irá colocar em prática no Brasil um projeto de individualização de contas para clientes locais. A operação será feita em parceria com o Capitual e coloca novamente o debate sobre “quem é cliente de quem” no centro do mercado cripto brasileiro.  

Até 17 de junho, o Capitual era a empresa responsável por operacionalizar saques e depósitos em reais para a Binance no país. A parceria foi desfeita justamente por uma divergência quanto à “individualização de contas”. 

Na Colômbia, avança o marco regulatório que prevê um futuro em que exchanges e bancos trabalham juntos para facilitar a compra de criptomoedas, informou o Decrypt. O governo divulgou propostas de regras para empresas cripto que desejam operar no país, meses após o lançamento do projeto “Sandbox” (que não está relacionado ao metaverso The Sandbox). 

O Departamento de Justiça dos EUA conseguiu confiscar o equivalente a R$ 2,6 milhões em criptomoedas extorquidas por hackers patrocinados pelo governo da Coreia do Norte. O grupo era especializado em orquestrar ataques de ransomware contra hospitais no país. 

O FBI publicou na segunda-feira (18) um alerta sobre vários golpes que vêm ocorrendo por meio de falsos aplicativos de carteiras de criptomoedas. Segundo o comunicado, o órgão já identificou 244 vítimas e estima prejuízos na casa dos US$ 43 milhões. 

Alerta do Yuga Labs: o estúdio, responsável pelo desenvolvimento de coleções de tokens não fungíveis como o Bored Apes Yacht Club, informou em um tuíte sobre um grupo de invasores de olho em comunidades de NFTs. “Acreditamos que, em breve, poderão lançar um ataque coordenado visando várias comunidades por meio de contas de redes sociais comprometidas.” 

Uma Lamborghini Gallardo que pertencia ao ‘Rei do Bitcoin’, Cláudio José dos Santos, condenado por estelionato e crimes contra o sistema financeiro, irá a leilão no Paraná nesta sexta-feira (22), conforme o jornal O Globo. O lance inicial será de R$ 629 mil, e outros dois carros de luxo da coleção de Santos também serão leiloados. 

Metaverso, Games e NFTs 

Brasília terá suas imagens expostas pela primeira vez em uma galeria do universo cripto, segundo a coluna “Direto da Fonte”, do Estadão. “Fotografias da arquitetura de Oscar Niemeyer, feitas pelo paulista Celso Junior, foram selecionadas pela curadoria da Galeria Alagemovits Art para exibição na realidade virtual”.

A lutadora de UFC Luana Pinheiro decidiu receber parte de seu salário em criptomoedas por meio da plataforma Bitwage, de acordo com o Valor. A atleta, que figura no 15º lugar na categoria peso-palha (entre 48 kg e 52 kg), ganha o dinheiro das lutas em dólar e garante que 10% do rendimento venha sempre em bitcoin. 

Everdome, um projeto de metaverso que tem chamado a atenção do universo de criptoativos, promete entregar uma experiência totalmente diferente dos mundos virtuais existentes e em desenvolvimento, segundo artigo do BeInCrypto. Com um ambiente digital de alta tecnologia imersivo e hiper-realista, o Everdome promete unir marcas e pessoas.