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O mercado de ativos digitais sobe nesta sexta-feira (18), ainda digerindo o turbilhão de informações sobre a quebra da exchange FTX, cujos ativos da unidade FTX Digital Markets foram transferidos para carteiras do governo das Bahamas, país-sede da corretora. 

O Bitcoin (BTC) opera em alta de 1,4% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 16.773, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) também avança 2%, negociado a US$ 1.219. 

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Em reais, o Bitcoin ganha 1,8%, para R$ 89.895, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).  

No Brasil, o projeto que regulamenta o mercado de criptomoedas pode ser apreciado pelos deputados na próxima semana, segundo o Valor, que ouviu parlamentares que acompanham a tramitação e que mantêm boa interlocução com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). 

Em entrevista à Reuters, Roberto Dagnoni, presidente executivo da 2TM, que controla o MB, disse que a lei ficou “meio dormente durante o período eleitoral, mas agora precisa ser uma prioridade”. 

As principais altcoins alternam tendências nesta sexta, entre elas Binance Coin (+0,7%), XRP (+0,5%), Dogecoin (-0,5%), Cardano (+0,1%), Polygon (-0,3%), Polkadot (+0,1%), Shiba Inu (+0,1%) e Avalanche (-0,8%). 

Solana (SOL) recua 4,5% nas últimas 24 horas, na esteira da decisão de diversas corretoras como Binance, OKX, BitMEX e Bybit de suspender depósitos das stablecoins Tether (USDT) e USD coin (USDC) provenientes da rede. Mas o anúncio da Binance de que havia retomado os depósitos para USDT confundiu o mercado. A OKX também se corrigiu, dizendo que havia suspendido o suporte dos tokens, não deslistado. 

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Caos no Twitter

Centenas de funcionários do Twitter pediram demissão em um ambiente caótico, segundo o New York Times. Elon Musk, o novo dono da rede social, havia dado o prazo até as 17h (NY) da quinta-feira (17) para que os empregados tomassem a decisão se aceitavam trabalhar de forma “hardcore”, com altas cargas de trabalho.

Em meio à debandada, Musk chegou a interromper a entrada de funcionários nos prédios da empresa e tentava convencer alguns funcionários estratégicos a ficar, disseram pessoas com conhecimento do assunto. O clima deu início a rumores de que a plataforma não sobreviveria e a hashtag #RIPTwitter chegou a liderar os trends mundiais.

Reportagem do Washington Post também destacou problemas no Blue Verified, novo serviço de assinatura de verificação do Twitter, que foi suspenso. 

Crise da FTX – Últimas notícias 

A Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas transferiu os ativos da FTX Digital Markets para uma carteira digital controlada pelo governo, disse o regulador no Twitter na quinta-feira (17), complicando ainda mais o processo de recuperação judicial da empresa fundada por Sam Bankman-Fried. 

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O regulador das Bahamas informou que “tomou a ação de direcionar a transferência de todos os ativos digitais da FTX Digital Markets para uma carteira digital controlada pela Comissão” em 12 de novembro. Os ativos começaram a sair misteriosamente das contas da FTX no dia 11.  

O novo CEO da FTX, John J. Ray III, se mostra chocado com a gestão de Bankman-Fried. “Nunca na minha carreira eu vi uma falha tão completa de controles corporativos e tanta ausência de informações financeiras confiáveis como ocorre aqui”, afirmou o executivo em documentos do processo de recuperação judicial. 

Os documentos também mostram que SBF recebeu um empréstimo de US$ 1 bilhão da Alameda Research, o braço de investimentos do grupo FTX, fundos que podem ter origem em depósitos de clientes. 

Parlamentares britânicos disseram que os dados apresentados pela Binance sobre os detalhes das negociações antes do colapso da FTX, um compilado de artigos de imprensa, não são suficientes. Mas a exchange afirmou que não pode revelar mais detalhes por estar em conversa com reguladores. 

A contaminada Genesis pediu um empréstimo emergencial de US$ 1 bilhão para investidores antes de comunicar aos clientes a suspensão dos resgates na unidade de crédito cripto, de acordo com documento confidencial visto pelo The Wall Street Journal.  

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A empresa buscava acesso à linha de crédito até as 10h da segunda-feira (14) no horário de Nova York, citando uma “crise de liquidez devido a certos ativos ilíquidos em seu balanço”. A plataforma não recebeu o dinheiro, mas um porta-voz disse ao jornal que o documento já está desatualizado e que a empresa atualmente mantém conversas “muito positivas” com potenciais investidores para aumentar a liquidez. 

Bitcoin hoje 

O Bitcoin e as criptomoedas em geral têm mostrado menor correlação com os índices acionários dos EUA, cujos contratos futuros operam sem rumo definido nesta manhã. Apesar do choque causado pelos detalhes do processo de recuperação judicial da FTX, o Bitcoin tem resistido à pressão e se segurado acima dos US$ 16 mil, aponta análise do CoinDesk. 

Ainda assim, a turbulência enxugou cerca de US$ 183 bilhões no mercado de criptoativos, para menos de US$ 800 bilhões, perto da mínima em 2022. Agora, o Bitcoin responde por cerca de US$ 320 bilhões do total, bem longe da marca de US$ 1 trilhão há um ano, quando valia US$ 69 mil e a capitalização do mercado estava em US$ 3 trilhões. 

Com a confiança abalada, investidores já sacaram 220 mil BTCs das exchanges desde 7 de novembro, com o agravamento da crise da FTX, o equivalente a US$ 3,6 bilhões. Para críticos de exchanges centralizadas ouvidos pelo CoinDesk, a solução estaria na publicação da chamada “prova de reservas” de tokens nas corretoras. 

Outro sinal dessa fuga de investidores pode ser visto no segmento de stablecoins. Segundo o JPMorgan, aproximadamente US$ 25 bilhões saíram do mercado de criptomoedas por meio do resgate de stablecoins, de acordo com relatório divulgado pelo InfoMoney. 

Quem continua apostando no Bitcoin é o governo de El Salvador, que a partir desta sexta começa a comprar um BTC por dia, segundo anunciado pelo presidente Nayib Bukele. A última compra de Bitcoin do país ocorreu em julho de 2022. 

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Outros destaques  

A Itaú Digital Assetsbraço ligado ao setor de criptomoedas do Itaú Unibanco, anunciou na quinta-feira (17) que vai oferecer serviço de custódia de ativos digitais a partir do ano que vem. O novo serviço, que deve ser lançado no segundo trimestre de 2023, pretende trazer os “melhores pilares de segurança, governança e compliance”, segundo comunicado. 

Em entrevista à Bloomberg, Jenny Johnson, CEO da Franklin Templeton, disse que a quebra da FTX deve levar investidores a migrarem para exchanges descentralizadas e buscarem orientação profissional sobre criptoativos. 

Há um ano, as criptomoedas estavam em alta e a Coinbase Global havia saído recentemente de um IPO com avaliação de US$ 85 bilhões. Mas em meio ao inverno cripto marcado pelo colapso do ecossistema Terra e da FTX, as ações da exchange cripto americana acumulam baixa de 81% desde janeiro e seu valor de mercado encolheu para US$ 11 bilhões, destaca o Wall Street Journal. Além disso, os títulos da corretora são negociados pouco acima da metade do valor de face.  

Tokenização, prevenção à lavagem de dinheiro, novas tecnologias e produtos de investimentos foram debatidos em um evento que uniu representantes dos principais bancos brasileiros na sede do Mercado Bitcoin em São Paulo, na quinta-feira (17). O grande tom, porém, foi o consenso dos participantes sobre uma necessidade: a aprovação do PL 4401, que regula o mercado de criptomoedas no Brasil. 

A segregação de patrimônio foi um dos temas em debate. “Uma exchange não pode expor o usuário ao risco de usar o dinheiro dele”, disse Vanessa Butalla, diretora executiva de Jurídico, Compliance e Regulação do Mercado Bitcoin. 

A recente turbulência do mercado cripto deu ao Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) “mais uma razão” para desenvolver uma estrutura regulatória globalmente consistente, disse Steven Maijoor, que é presidente do grupo de trabalho do FSB para criptoativos. 

Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, um crítico ferrenho das criptomoedas, acredita que a indústria não sobrevive nem com regulação. Em artigo no New York Times, Krugman questiona quais seriam as vantagens das empresas cripto em relação aos bancos tradicionais em um ambiente regulado. 

A Meta Platforms demitiu ou puniu mais de 20 funcionários e terceirizados no ano passado, acusados de acessar indevidamente contas de usuários, em alguns casos supostamente por suborno, de acordo com pessoas a par do assunto e documentos vistos pelo The Wall Street Journal. Alguns dos demitidos eram prestadores de serviço que trabalhavam como seguranças nas instalações da Meta. 

A Meta escolheu o Brasil para estrear um recurso de buscas por estabelecimentos próximos dentro do WhatsApp. Em breve, a empresa lançará pagamentos para compras online no país, segundo o Valor

A Beats estreia no mundo dos tokens não fungíveis (NFTs) com seus primeiros colecionáveis digitais e o objetivo de impulsionar o funk brasileiro por meio de blockchains, o que deve colocar a marca como a primeira no mercado a criar um fundo cripto com impacto social, conforme a Forbes

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