Maior banco da Austrália, o Commonwealth Bank, interrompeu os planos de lançar uma plataforma para seus clientes negociarem criptomoedas diante do cenário de grandes perdas que o mercado vem sofrendo. A informação foi divulgada em reportagem do jornal britânico The Guardian nesta quinta-feira (19).
O banco havia anunciado em novembro do ano passado que iria gradualmente desenvolver a plataforma e a colocar em pleno funcionamento ao longo de 2022. Inicialmente os clientes teriam acesso a dez criptomoedas, incluindo Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Litecoin (LTC).
O The Guardian confirmou que ainda não existem planos de voltar a desenvolver o projeto e os clientes que estavam participando do piloto já não estão mais conseguindo negociar criptos.
Volatilidade
Em um comunicado divulgado nesta semana, o executivo-chefe do banco, Matt Comyn, deu indícios que o Commonwealth Bank continua atento ao mercado, mas aguardando uma maior clareza sobre como regular o setor.
“Como os eventos da semana passada reforçaram, é claramente um setor muito volátil que continua sendo de enorme interesse. Mas ao lado dessa volatilidade você pode ver que há muito interesse de reguladores e pessoas pensando na melhor maneira de regular”, disse Comyn.
O executivo disse que a intenção é “reiniciar o piloto”, mas que agora o banco irá “trabalhar em uma frente regulatória para garantir que isso seja o mais apropriado”.
Parceria com a Gemini
Em novembro do ano passado, o Commonwealth Bank, que tem 110 anos de existência, anunciou que seria o primeiro no país a oferecer serviços de compra, venda e custódia de bitcoin e outras criptomoedas.
Foi então iniciado um teste-piloto com seus novos parceiros na empreitada, a corretora de bitcoin Gemini, dos irmãos Winklevoss, e a empresa global de análise de blockchain Chainalysis, cujas redes serão integradas ao aplicado do banco por meio de APIs.
De acordo com o CBA, os novos serviços tinham sido planejados após uma pesquisa da instituição que revelou um grande número de seus clientes ativos na nova classe de investimentos, porém com aportes em uma variedade de corretoras.
“A crescente demanda por moedas digitais pelos clientes cria desafios e oportunidades para o setor de serviços financeiros, que viu um número significativo de novos participantes e modelos de negócios”, comentou na nota Matt Comyn, CEO do CBA.
Para Comyn, o CBA poderia desempenhar um papel importante na criptoeconomia para atender uma clara necessidade crescente do cliente e poder fornecer capacidade, segurança e confiança em uma plataforma de negociação de criptomoedas.