Imagem da matéria: Japão estuda como impedir Rússia de fugir das sanções com criptomoedas
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A Agência de Serviços Financeiros do Japão (ou FSA, na sigla em inglês) e a Associação Japonesa de Corretoras de Criptoativos (ou JVCEA) estão avaliando formas de bloquear transações com criptomoedas da lista de sanções do país, de acordo com um artigo do Japan Times desta sexta-feira (4).

A notícia surge após um funcionário não identificado ter dado entrevista ao jornal em meio à invasão da Rússia à Ucrânia, que resultou em amplas e rígidas sanções ao Estado russo e aos interesses russos.

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Shunichi Suzuki, ministro das Finanças do Japão, também abordou a questão durante uma reunião no Parlamento desta sexta-feira.

“Estamos acompanhando de perto a situação de pagamentos, como em criptoativos ou via SPFS, para garantir a efetividade de sanções contra a Rússia”, afirmou Suzuki, se referindo ao “Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras” (ou SPFS) da Rússia, um equivalente nacional ao sistema internacional de pagamentos SWIFT.

Japão participa da ação global

O Japão não é o único a se preocupar que a Rússia evada sanções usando criptomoedas.

Na quarta-feira (2), Bruno le Maire, ministro das Finanças da França, disse que a União Europeia está “tomando medidas” para garantir que a Rússia não use criptomoedas em sua evasão de sanções.

Na terça-feira (1º), o Tesouro Americano anunciou novas regras baseadas em uma ordem executiva existente para fomentar a suspensão a transações com criptomoedas.

Essas normas visam “transações enganosas ou estruturas ou negócios para evitar quaisquer sanções dos Estados Unidos, incluindo por meio do uso de moedas ou ativos digitais ou o uso de ativos físicos”.

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Como a Rússia pode usar criptomoedas para evadir sanções?

A Rússia pode evadir sanções com criptomoedas de diversas formas.

Um dos riscos mais eminentes é o uso de ransomware – uma indústria que já está bem-consolidada na Rússia.

Dados recentes da Chainalysis indicam que quase 75% da receita mundial total por ransomware em 2021 estava ligada a fontes afiliadas à Rússia.

Crane Hassold, ex-agente do Departamento Federal de Investigações (ou FBI) e atual diretor de inteligência contra ameaças na Abnormal Security, havia dito ao Decrypt que criptomoedas são o “principal elemento” que direciona o atual ambiente de ransomware.

“Basicamente autoriza que pagamentos de ransomware vistos anteriormente escalem para números que são bastante insanos.”

As outras opções da Rússia incluem a mineração de bitcoin (BTC), uma indústria da qual, segundo o presidente Vladimir Putin, a Rússia possui “vantagens competitivas” e o uso de corretoras cripto não registradas – uma opção à qual a Rússia já recorreu.

“Já vimos exemplos de serviços de corretoras de criptoativos que permitiram que criminosos russos lavassem altas quantias de dinheiro… Um era chamado SUEX”, disse David Carlisle, diretor de assuntos políticos e regulatórios na empresa de análise em blockchain Elliptic, durante uma videoconferência recente.

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Em setembro de 2021, o Gabinete de Controle de Ativos Estrangeiros (ou OFAC, na sigla em inglês) do Tesouro Americano sancionou SUEX com base na Ordem Executiva nº 13.694, que autoriza a imposição de sanções a pessoas e entidades responsáveis por (ou envolvidas em) ciberatividades contra os interesses dos Estados Unidos.

*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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