Imagem da matéria: "Investir em ações não é como a série Billions; é chato e massante", diz Henrique Bredda
Gestor do fundo Alaska, Henrique Bredda (Foto: Reprodução/Divulgação)

“Tenho visto uma certa glamourização da atividade de investimentos em ações, numa mistura de Wall Street – Poder e Cobiça com Billions”, afirmou Henrique Bredda, gestor do fundo de investimentos da Alaska Asset Management, um dos maiores do Brasil.

O especialista em investimentos — cujo fundo administra cerca de R$ 8 bilhões — criou uma thread no Twitter na terça-feira (1) para expressar sua preocupação com a crescente “glamourização” do mercado financeiro.

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“Vejo pessoas que não sabem o que é capital de giro, reversão de provisão ou despesa não caixa, discorrendo com “convicção” sobre uma empresa estar barata, ou cara, com agressividade e tal, achando que está num filme”.

Usando como referência o clássico filme “Wall Street – Poder e Cobiça” de 1987 sobre a bolsa de valores e a popular e atual série televisiva “Billions”, Bredda acredita que investidores inexperientes se entusiasmam com o universo financeiro se baseando nas obras de ficção, e que isso seria um desserviço, além de ser perigoso.

“A vida real NÃO é o que você vê na Netflix ou Hollywood”, escreveu o gestor.

Segundo ele, investimento em empresas é muitas vezes entediante e “enfadonho”, pois é um processo meticuloso que envolve números, planilhas, muita conversa com empresários e especialistas.

“A frase do Paul Samuelson de que “Investir deve ser mais como ver a tinta secar ou assistir a grama crescer” não é brincadeira”, afirmou Bredda.

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O gestor ainda alerta que se as coisas estão fantasiosas e entusiásticas demais, desconfie pois a chance de ser enganado é grande. Bredda acredita que o value investing é doloroso e deve se estar preparado para isso. “Não tem glamour nenhum nisso”.

Por sua experiência e observações de atividades em redes sociais, Henrique Bredda vê usuários falando com convicção e confiança com análises rasas e inconclusivas. Para quebrar essa glamourização contra a qual ele luta, o especialista reafirma que investimentos em empresas é uma coisa maçante e que mesmo com muita informação e análise é muito difícil de se ter confiança sobre o futuro dos números.

Para concluir sua desmistificação do investimento em ações, o experiente investidor afirma que somente quando se entende que o processo todo é chato, entediante e cansativo, é que se atinge a “maturidade” para ver precisamente o que deve ser feito e atingir efetivamente resultados.

“Se você entender que é uma jornada longa e dolorida, sem a menor possibilidade de se tornar um roteiro e Hollywood, mas que se vc tiver disciplina, paciência, muita conta e leitura, você terá chances de ter um belo aumento de patrimônio, depois de algumas décadas”, disse Bredda.

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