Hayden Davis e Javier Milei
Hayden Davis, criador do token LIBRA, e Javier Milei (Foto: Reprodução/X)

Hayden Davis, CEO da Kelsier Ventures e um dos criadores do token LIBRA promovido por Javier MIlei, se gabou de ter comprado acesso ao círculo íntimo do presidente argentino dando dinheiro a sua irmã, Karina Milei. Contudo não está claro se houve algum pagamento antes do infame lançamento e queda da memecoin que prejudicou milhares de investidores.

Karina Milei, irmã de Javier Milei, exerce uma função essencial na administração do presidente como Secretária-Geral da Presidência da Argentina, uma posição equivalente a um ministério.

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De acordo com o site CoinDesk, Davis afirmou em mensagens de texto de meados de dezembro: “Eu envio dinheiro para a irmã dele e ele assina tudo o que eu digo e faz o que eu quero”.  Além disso, Davis também disse: “Eu controlo aquele n—-,”.

(Reprodução/CoinDesk)

A palavra ocultada na declaração original pode representar um termo pejorativo de conotação racial. Segundo o site, a pessoa que compartilhou a conversa pediu para não ser identificada.

Davis disse por meio de sua assessoria que não se lembra da conversa e que não tem registro dela em seu telefone. Ele também negou que tivesse pago à família Milei para lançar a memecoin Libra.

Segundo publicação do site La Nacion, havia investidores por trás da LIBRA. Uma conversa entre eles revela críticas sobre os negócios de Davis e o que ele alegava ser capaz de fazer. “Ele estava fora de controle”, diz um dos investidores sobre Davis. “Louco. Ambição. [Hayden Davis] sentiu como se tivesse descoberto uma fórmula para imprimir dinheiro.”

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(Reprodução/La Nacion)

As alegações de Davis em dezembro acrescentam uma nova dimensão à investigação anticorrupção que o gabinete presidencial da Argentina abriu contra Javier Milei, que, em 15 de fevereiro, chamou a atenção para a criptomoeda Libra, que, segundo ele, era uma nova maneira de financiar pequenas empresas no país.

Leia também: CriptoGate: Milei pode cair por ter divulgado uma criptomoeda fraudulenta?

Mas o maior vencedor do lançamento da memecoin baseada em Solana foi Davis e Kelsier Ventures. Carteiras controladas pelas entidades renderam mais de US$ 100 milhões nas primeiras horas da Libra, quando ela disparou para US$ 5 e depois caiu mais de 95%, eliminando milhões de dólares de investimentos especulativos.

Entenda o caso Libra

Javier Milei, presidente da Argentina, está envolvido em um escândalo financeiro relacionado à criptomoeda LIBRA. Ele promoveu o token, que valorizou rapidamente antes de desabar 95%, em um golpe clássico de “puxão de tapete” (rug pull). Agora, há dúvidas se Milei foi enganado ou se participou ativamente da fraude.

O escândalo levou a oposição a iniciar um processo de impeachment, mas as chances de sucesso são baixas devido ao apoio de Milei no Congresso. A Comissão de Juízo Político já analisou o caso e parece improvável que o processo avance. No entanto, o episódio pode afetar sua credibilidade, especialmente entre eleitores indecisos.

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O impacto político gerou pressão para mudanças no governo. O ex-presidente Mauricio Macri criticou Milei, e aliados sugerem demissões, incluindo de sua irmã Karina Milei e do assessor Santiago Caputo.

A Justiça argentina também investiga o caso, e a juíza María Servini avaliará se há elementos para uma denúncia criminal. O empresário Hayden Mark Davis, ligado à LIBRA, afirmou ser assessor de Milei e culpou o governo pela queda do token.

Este não é o primeiro escândalo envolvendo Milei e criptoativos. Em 2022, ele foi acusado de promover a CoinX, uma suposta pirâmide financeira.

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