Um golpe milionário envolvendo criptomoedas e a simulação da venda de um imóvel está sendo investigado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
O caso teve início em março de 2024, quando o influencer Filippe Barreto Sims foi preso acusado de desviar cerca de R$ 3,6 milhões em criptomoedas de um casal de idosos em Campo Grande (MS). Agora, um ano depois, as investigações avançaram e revelam uma complexa operação de lavagem de dinheiro.
Filippe, que se apresentava como especialista em tecnologia e tinha mais de 30 mil seguidores, foi detido junto a Jair do Lago Ferreira Júnior, seu principal comparsa, durante a Operação Verbum Clavis.
Ambos teriam se aproximado das vítimas oferecendo um falso serviço de assessoria em investimentos, com o qual conquistaram a confiança do casal e, posteriormente, acesso às palavras-chave das carteiras de criptomoedas.
Agora, uma nova etapa das investigações revelou o envolvimento de mais dois suspeitos: Marco Aurélio Pereira de Sousa, que também virou réu no processo, e Sainara Nunes da Silva, esposa de Jair. De acordo com a publicação do site Campogrande News, Marco Aurélio realizou três transações distintas em nome das vítimas, numa tentativa de dificultar o rastreamento dos ativos desviados.
Casa foi comprada após o golpe com criptomoedas
O esquema de lavagem de dinheiro ganhou contornos ainda mais elaborados quando os investigadores descobriram que Jair tentou legitimar parte dos valores por meio da venda de um imóvel de R$ 1,6 milhão. A casa, registrada em nome da empresa Seven Tec — de propriedade de Jair —, foi transferida no mesmo dia para sua esposa, Sainara, e em seguida para outra empresa ligada a ele, a Lins Capital Eireli.
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“Portanto, por um intrincado movimento de transferências e distribuição para diversas contas, os réus subtraíram o dinheiro das vítimas, movimentando as moedas virtuais e fracionando-as de modo a despistar o rastreio, num verdadeiro esquema de lavagem de dinheiro para branquear os valores furtados”, diz um trecho da investigação, de acordo com o site.
Segundo o Ministério Público, as movimentações financeiras tinham como objetivo “branquear” o dinheiro desviado das vítimas, utilizando sucessivas transferências e distribuição entre diferentes contas para mascarar a origem dos recursos.
O inquérito agora tramita com foco na lavagem de capitais e ocultação de bens, além do furto qualificado já investigado desde 2024.
A promotora Cristiane Amaral Cavalcante, da 64ª Promotoria de Justiça, determinou o aprofundamento das apurações para esclarecer todos os pontos da operação, que escancara o uso do mercado imobiliário como ferramenta para lavar ativos digitais oriundos de crimes financeiros.
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