Governos locais na China têm vendido criptomoedas confiscadas de atividades ilícitas por dinheiro para abastecer os cofres públicos, disse à Reuters na terça-feira (15). Tais iniciativas estão gerando pedidos de tribunais e do setor financeiro por uma melhor regulamentação do setor, que tem o Bitcoin como ativo central.
Vale lembrar que negociar criptomoedas na China é proibido; tokens não são reconhecidos como moeda legal ou ativos no país. Contudo, o país não proíbe manter o ativo.
De acordo com a publicação, a empresa de tecnologia Jiafenxiang , com sede em Shenzhen, vendeu mais de 3 bilhões de yuans em criptomoedas no exterior desde 2018, atuando em nome de governos locais da província de Jiangsu. Os lucros em dólares foram convertidos em yuans e repassados a agências financeiras locais.
A empresa e os governos envolvidos não comentaram o caso, ressalta a Reuters.
Quantos bitcoins tem o governo da China?
De acordo com dados do Bitcoin Treasuries, a China detém cerca de 190.000 BTCe só perde para os EUA, que mantém 198.000 BTC, tornando-se o segundo maior detentor nacional de bitcoins do mundo. Reino Unido, Ucrânia e Coreia do Norte fecham o top 5, com 61.000, 46.000 e 13.000 bitcoins, respectivamente.

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Segundo relatou o The Block, o Banco Popular da China (PBOC), o banco central do país, destacou a regulamentação de criptomoedas em seu último relatório anual de estabilidade financeira, observando que está trabalhando para melhorar uma estrutura regulatória internacional para criptomoedas.
Especialistas opinam sobre Bitcoin na China
O provedor de serviços de blockchain Bit Jungle disse, segundo a Reuters, que é legítimo que empresas privadas ajudem governos locais a descartar criptomoedas, desde que garantam a segurança dos ativos, os negocie por meio de exchanges licenciadas e cumpram as regras de gestão de capital.
Sun Jun, advogado especializado em criptomoedas e sócio sênior do Shanghai Landing Law Offices, também comentou à reportagem, sugerindo que a China deve esclarecer os atributos de propriedade das moedas virtuais, criar uma agência ou um sistema para descarte de criptomoedas e verificar empresas terceirizadas. Para ele, trata-se de “um negócio altamente lucrativo que atrai cada vez mais participantes”.
Ru Haiyang, executivo da exchange HashKey, de Hong Kong, disse que a China pode querer seguir o manual de Trump e manter os bitcoins apreendidos como reserva estratégica, com o governo central consolidando as alienações de ativos.
Já Winston Ma, especialista em investimentos, vê benefícios em lidar com criptomoedas apreendidas de forma centralizada, como a criação de um fundo soberano de criptomoedas em Hong Kong, onde a negociação de criptomoedas é permitida, e assim ajudar a China a maximizar o valor das criptomoedas apreendidas.
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