Gilmar Mendes mantém prisão de Glaidson Acácio dos Santos, criador da GAS Consultoria

A defesa do ‘Faraó do Bitcoin’ alegou problemas psiquiátricos e uso de medicamento controlado, além de questionar a jurisdição acerca da competência para os processos
Imagem de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin

Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na última segunda-feira (10) mais um habeas corpus à defesa Glaidson Acácio dos Santos, o criador da pirâmide GAS Consultoria. Conhecido como ‘Faraó do Bitcoin’, Glaidson está preso desde 2021.

Segundo apurou o portal G1, a defesa, que anexou no pedido um laudo psiquiátrico, alegou no documento que Glaidson está com problemas psiquiátricos e que por isso vem tomando medicamentos controlados, além de contrapor que o caso não deveria estar na Justiça Federal, mas na esfera estadual. 

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Para a defesa, os processos contra Glaidson não tratam de crime contra o sistema financeiro nacional, mas de suposto crime contra a economia popular, cuja competência é da Justiça estadual.

No entanto, Mendes classificou a alegação da defesa como “mera retórica defensiva”, e Glaidson Acácio continuará preso, ressaltando que o ministro analisou somente sobre o grau da jurisdição acerca da competência para os processos.

Mendes entendeu que o processo deve seguir tramitando na 3ª Vara Federal Criminal do Rio, por tratar de crimes com conexão a delitos de responsabilidade da Justiça Federal. Para ele, os outros pontos não estão abrangidos pela decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) questionada pelo HC e não devem, portanto, ser considerados, explica o G1.

Prisão de Glaidson, o Faraó do Bitcoin

Não é a primeira vez que um habeas corpus do Faraó do Bitcoin é apreciado pelo STF; em 2021, o ministro Alexandre de Moraes também manteve sua prisão após analisar o instrumento processual.

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Outros órgão também decidiram contra sua soltura, como ocorreu em março de 2022, quando o ministro Jesuíno Rissato, do Superior Tribunal de Justiça, negou pela segunda vez um HC por não haver nenhuma ilegalidade na prisão preventiva do réu.

Na época, Rissato também considerou o potencial risco de fuga dos investigados e a possibilidade de “lesão irreversível aos investidores”.

Caso vai virar filme

O caso da GAS Consultoria é contado no livro “Queda Livre — a história de Glaidson e Mirelis, faraós dos bitcoins”, recentemente lançado pela editora Intrínseca; agora já existe a confirmação de que a obra será adaptada para o cinema.

Segundo o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a produtora Morena Filmes, de Mariza Leão e Tiago Rezende, comprou os direitos da obra para o cinema.

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O filme começa a ser rodado no primeiro semestre de 2025 e o ator que viverá Glaidson — preso atualmente na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, ainda não foi escolhido.

A história do “Faraó do Bitcoin”

A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação de pirâmide financeira desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.

Glaidson, que ficou conhecido como “Faraó do Bitcoin”, foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 na Operação Kryptos. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto outros conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Dias Zerpa, que foi acabou presa em janeiro deste ano em Chicago, Estados Unidos, por morar ilegalmente no país.

Diversas pessoas próximas ao casal confirmam que a divisão de tarefas dentro da GAS era clara: Glaidson lidava com as pessoas e Mirelis com o dinheiro

No ano passado, a GAS Consultoria fez parte de uma extensa lista de empresas convocadas na CPI das Pirâmides, que também intimou Glaidson. Em depoimento, o ex-garçom protagonizou uma série de bate-bocas com alguns deputados e chegou a ser chamado por um parlamentar de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeiro nacional”.

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Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.

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