Flávio Calp Gondim, cujo patrimônio é gerido pelo fundo Ponta Sul Investimentos no Exterior, deu a volta por cima e já recuperou mais da metade dos cerca de R$ 5 bilhões perdidos na Bolsa de Valores no início da pandemia de coronavírus. Chamado de ‘Monstro do Leblon’, pelo modo reservado e apetite ao risco, o carioca, que é cotista único da gestora, agora tem R$ 2,7 bilhões em patrimônio líquido, segundo a Veja de sexta-feira (18).
O ‘retorno’, no entanto, está longe do seu maior patamar, de 5,5 bilhões de reais, diz a reportagem. Porém, considerando os R$ 2,7 bilhões, se calculados como rentabilidade, foi de 575%. Mas para quem foi “dado como morto”, conforme descreveu a Veja, o fundo de Gondim “está vivíssimo”.
De acordo com a revista, Gondim, que começou a carreira há mais de 30 anos como operador na Bolsa, teve a maior parte da perda bilionária entre 20 de janeiro e 16 de março deste ano. Conforme apurou a reportagem, só no dia 09/03, o carioca perdeu 55% num único pregão, o que lhe rendeu fama na época.
A perda do cotista aconteceu num momento ruim do mercado financeiro tradicional. Àquela altura, em março, os termos circuit breaker, até então bastante desconhecido da maioria dos brasileiros, se tornaram mais conhecidos.
As perdas da Ponta Sul então se acumularam e em poucas semanas o investidor perdeu 90% do que tinha aplicado. Em reportagem na Época, ficou então a dúvida se ele conseguiria manter seu alto padrão de vida depois do imprevisto bilionário. Gondim mora no Leblon, um dos bairros mais caros do Brasil.
Mas por que arriscar todo o patrimônio? De acordo com a reportagem na época, uma pessoa próxima a Gondim disse que sua ousadia nos investimentos é porque ele dividiu em dois tudo o que tinha. Uma das partes estaria livre para se multiplicar ou evaporar; a outra, intocável.