Os agentes da Europol prenderam o CEO e outros quatro diretores da corretora de criptomoedas Bitzlato, acusada de permitir que criminosos ocultassem através da plataforma mais de US$ 1 bilhão em ativos fruto de atividades criminosas.
O anúncio da prisão dos demais líderes da empresa foi feito nesta segunda-feira (23) em nota oficial da Europol. Segundo a agência policial europeia, o CEO, o diretor financeiro e o diretor de mercado da Bitzlato foram presos na Espanha, enquanto outros dois sócios foram presos nos Estados Unidos e no Chipre.
As prisões em solo europeu aconteceram depois de o Departamento da Justiça dos EUA (DOJ) acusar a Bitzlato de lavagem de dinheiro e o fundador da corretora, Anatoly Legkodymov, ser preso em Miami na noite de terça-feira (18).
A nota do DOJ da semana passada estimava que o grupo havia permitido a ocultação de cerca de US$ 700 milhões em fundos ilícitos na plataforma, mas esse número subiu para mais de US$ 1 bilhão na nova estimativa da Europol.
A queda da Bitzlato
As investigações contra a Bitzlato e a posterior prisão de seus líderes foi resultado de um esforço coletivo entre diferentes agências internacionais de aplicação da lei, liderado pelas autoridades americanas e francesas.
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Embora registrada em Hong Kong, a Bitzlato operava uma sede na França que foi derrubada durante as operações dos últimos dias.
“Quase metade de todas as transações da Bitzlato eram ligadas a atividades criminosas”, justifica a nota da Europol. “A Bitzlato permitiu a conversão rápida de vários criptoativos como bitcoin, ethereum, litecoin, bitcoin cash, dash, dogecoin e USDT em rublos russos.”
A estimativa da Europol é que, do total de 2,1 bilhões de euros (119 mil BTC) que foram transacionados na Bitzlato, cerca de 46% tinha atividades criminosas como origem.
Foi descoberto que uma parte significativa dos clientes da Bitzlato eram entidades sancionadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), que transferiam para a corretora fundos provenientes de golpes cibernéticos, ransomware e material de abuso infantil, tráfico de drogas, entre outros.
As investigações mostraram, por exemplo, que a Bitzlato facilitou 1,5 milhão de transações de bitcoin de usuários do Hydramarket, um mercado da dark web derrubado em abril de 2022, considerado o maior deste ramo na época.
Além de prender os líderes da Bitzlato, as autoridades internacionais também foram capazes de apreender 18 milhões de euros em criptomoedas do grupo, bem como congelar mais de 100 contas da empresa mantidas em outras corretoras e que continham cerca de 50 milhões de euros.
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