O ex-diretor da pirâmide financeira Braiscompany, Victor Hugo Lima Duarte, foi condenado a 36 anos e oito meses de prisão por crimes financeiros. A sentença é do juiz Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara Federal de Campinas Grande, conforme informações do Jornal da Paraíba.
Atualmente, Victor Hugo está preso de forma preventiva no Complexo de Serrotão, em Campina Grande (PB), e continuará encarcerado após a decisão. O réu é um dos membros da pirâmide que fugiu para a Argentina, tendo sido extraditado em fevereiro.
O juiz ressaltou na sentença que Victor Hugo atuava como “relações públicas da Braiscompany” e que recebeu em sua carteira pessoal da Binance um montante de R$ 3,8 milhões em Bitcoin, vindos das vítimas da pirâmide financeira.
A condenação foi pelos crimes de operar instituição financeira sem autorização (artigo 16 da Lei 7.492/1986), ofertar irregular de valores mobiliários (artigo 7º da Lei 7.492/1986), apropriação indébita (artigo 5º da Lei 7.942/1986), lavagem de dinheiro (artigo 1º da Lei 9.613/98) e ser membro de organização criminosa (artigo 2º da Lei 12.850/2013).
A defesa de Victor Hugo disse ao jornal que irá recorrer em segunda instância: “Vários pontos da sentença não se sustentam. Nós pedimos absolvição total porque alguns dos réus foram condenados pela ligação que tinham com o casal, e não pelos elementos dos autos. É o caso de Victor Hugo”, disse o advogado Matheus Lima.
A prisão dos líderes da Brais
Depois de ficarem mais de um ano foragidos da polícia, os criadores da pirâmide financeira Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias Campos, foram presos na Argentina no dia 29 de fevereiro.
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As autoridades descobriram o paradeiro dos foragidos ao seguir os rastros deixados pelo casal em compras em um supermercado e também em uma academia.
O casal estava morando junto com seus dois filhos pequenos em um condomínio fechado chamado Haras Santa María na cidade de Escobar, local onde foram presos em uma operação da Interpol. Um dia depois da prisão, Campos foi solta, mas seu marido segue preso.
A Braiscompany era uma empresa que prometia retornos fixos aos seus clientes por meio do suposto investimento em criptomoedas. O esquema pedia que o investidor comprasse valores em Bitcoin e os enviasse para uma carteira da empresa, que geraria o lucro prometido através do trade da criptomoeda.
Em dezembro de 2022, a Braiscompany parou de pagar os clientes. Em fevereiro de 2023, a pirâmide ruiu: o Ministério Público Federal abriu um processo penal contra Neto Ais e Fabrícia Campos e a Justiça autorizou pedidos de prisão preventiva que tentaram ser cumpridos na Operação Halving em fevereiro. O casal, no entanto, fugiu para a Argentina, entrando no país por Puerto Iguazú.
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