“Aqui no Brasil, a maior parte dos ‘investimentos’ (em criptomoedas) oferecidos para as pessoas são golpes”, afirmou Eduardo Moreira em um vídeo publicado no fim de janeiro nas redes sociais.
O engenheiro — e economista — foi o protagonista na entrada do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no mercado financeiro. No currículo, traz experiência como cofundador do banco Brasil Plural e sociedade com o Banco Pactual, hoje BTG Pactual.
No vídeo, Moreira também comenta a correlação das criptomoedas com o mercado financeiro tradicional e medidas de governos que afetam o preço dos criptoativos. A peça, contudo, procura orientar as pessoas que podem estar ao lado do inimigo.
“Essas operações que prometem 6%, 8%, 10%, garantido de ganho ao mês, todas são golpes”, disse ele, acrescentando: “Seja pelo seu corretor, um amigo ou pastor da sua igreja, todas são golpe. E vão terminar o dia com você perdendo 100% do seu dinheiro, infelizmente, se você investir”.
Mesmo aquelas que não são golpe, continuou ele, que não prometem e simplesmente mostram o que ocorreu no passado com tais criptomoedas e que agora o investidor “pode” ter isso, essas também são muito arriscadas.
“Risco tecnológico” por trás das criptomoedas
Moreira acredita também que há um “risco tecnológico” por trás das criptomoedas. Ele tentou explicar: “Uma nova tecnologia pode surgir e aí boa parte desses ativos pode virar pó. Você também tem o risco da liquidez secar, e essas moedas, a maior parte delas sem fundamento nenhum, sem lastro, passar a valer nada ou quase nada. Então cuidado!”, ressaltou.
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Ele termina o vídeo dando uma sugestão de como se comportar ao ser abordado por alguém que prometa ganhos com criptomoedas:
“Quando ele chegar com uma operação de criptomoedas e falar “tenho aqui um dinheiro fácil para ganhar”, pergunte para ele: Fácil para quem? Para mim ou para você?”.
Eduardo Moreira e MST
Em uma entrevista ao The Intercept Brasil no ano passado, Eduardo Moreira contou porque o MST recorreu ao mercado financeiro para buscar recursos. Ele explicou que em vez do Movimento pegar dinheiro emprestado no mercado financeiro, surgiu a ideia de reunir investidores para tocar um projeto de R$ 1,5 milhão.
“Fizemos um CRA, certificado de recebíveis do agronegócio, um título de dívida, e uma securitizadora padronizou esse título para ele poder ser comercializado. Primeiro, o MST, na verdade, pegou dinheiro emprestado comigo e outros seis investidores. Fizemos o CRA já para fazer um projeto piloto. Queríamos que esses títulos padronizados, de mercado, levassem dinheiro para as pessoas que não são atendidas pelo mercado financeiro”, explicou na época.
Atualmente, Eduardo Moreira dá palestras sobre economia e atua como diretor executivo da Insight Trading Consultoria. Assista ao vídeo.